quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Pura vocação

Mandatos políticos começam e terminam e seus titulares, principalmente parlamentares, nunca são questionados pela sua atuação ou pelo descumprimento das suas promessas, muitas vezes mirabolantes feitas no calor do pleito eleitoral. Os princípios éticos e morais também são relegados a planos secundários e assiduidade laboral inexiste, mas todos exigem o pagamento dos seus vencimentos, com os famosos agregados como verbas indenizatórias, incontáveis auxílios e ajudas, 14º e 15º salários etc. Sem mencionar a insignificante produção em prol do cidadão, sendo impossível avaliação do custo-benefício, nem sempre favorável ao contribuinte, que quase nada recebe em contrapartida aos impostos que é obrigado a pagar. Essa sistemática absurda precisa ser radicalmente modificada, cujas regras passam a ser estabelecidas pela sociedade, que é o verdadeiro patrão, para o atendimento do seu interesse, ficando o candidato obrigado a segui-las a rigor, ainda na campanha eleitoral, sob pena de perder o mandato se não observá-las, quando no exercício do cargo. Essa medida simples, porém racional, ajudaria a economizar bastante recursos, porque o parlamentar, além de se obrigar a cumprir o seu compromisso, somente terá direito aos vencimentos, sendo eliminados os gastos supérfluos acima elencados, com drástica lotação no gabinete de até dez servidores, ficando obrigado a cumprir carga de quarenta horas semanais como todo servidor público, com a única diferença que ainda seria escolhido eletivamente. Difícil é saber se alguém se candidatará para gigantesco sacrifício.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES                         

Brasília, em 22 de fevereiro de 2011                                         

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