O candidato do PT ao governo de São Paulo oficializou
aliança com o PP, do deputado paulista mais contestado na história petista, por
ter sido considerado o mais famoso e perfeito corrupto com recursos públicos,
cujos atos delituosos o elevaram à condição de procurado pela Interpol. Todavia,
esse fato não tem, no presente, a menor relevância para o PT, porque o feliz e
maravilho encontro tem por objetivo garantir precioso um minuto a mais no
horário eleitoral gratuito. Ou seja, por um mísero minuto de televisão no
programa eleitoral, o PT é capaz de mostrar a sua verdadeira imagem de falta de
ética e de leniência com o mundo da marginalidade política. A cerimônia
transcorreu no clima de singeleza, bem diferente de outro momento marcante
ocorrido há dois anos, quando o candidato à prefeitura de São Paulo se unia com
o mesmo político, que já foi considerado pelos petistas como um dos piores
ladrões públicos do país, segundo as versões publicadas pela imprensa. No encontro anterior, houve grande assédio da
imprensa para registrar a presença entusiástica do “todo-poderoso” petista, que
foi fotografado de mãos dados para selar um dos momentos mais deprimentes da
história política brasileira, quando aquele que outrora defendia a ética na
política, o mais ilustre e metalúrgico, se igualava em condições de indignidade
com o símbolo da corrupção e da imoralidade na administração pública, em clara
demonstração da pouca-vergonha existente no âmbito dos representantes da política
tupiniquim, que, por meras conveniências partidárias, são capazes de esquecer o
passado sujo por tão somente um minuto de horário de televisão. Na ocasião, o
candidato petista afirmou que o PP tem contribuições a dar para seu programa de
governo e tratou o acordo com o deputado como uma derrota pessoal do governador
do estado, na tentativa de justificar o tão importante acontecimento. Ele disse
que "Os que hoje vão criticar esta
aliança estavam até a madrugada de ontem tentando impedi-la. O PP está deixando
os tucanos porque viu que o Alckmin não cumpriu suas promessas para o Estado".
O acordo foi oficializado sem a presença do ex-presidente República petista, que
deixou de comparecer ao encontro para posar como padrinho da aliança do PT com o
parlamentar símbolo da corrupção, diferentemente de 2012, quando ele esteve na casa
do deputado, opíparo almoçou com o anfitrião e depois posou para fotos
históricas. O candidato petista aproveitou o ensejo para repetir a cartilha de
críticas à crise de água e também fez ataques à expansão do metrô e à segurança
em São Paulo, dizendo que as "As
penitenciárias do Estado se transformaram no escritório da maior facção
criminosa do país", em referência ao PCC. Ocorre que, semanas antes,
um deputado estadual petista teria se reunido com dezena de integrantes dessa
facção criminosa, para tramar contra os serviços de transportes públicos. Não
há a menor dúvida de que os fatos mostram, com clareza meridiana, que o PT é
capaz de fazer qualquer negócio para conquistar espaço na política, inclusive
se aliar aos piores políticos considerados pelos petistas de picaretas e desonradores
dos princípios ético e moral na administração pública. O certo é que, para conquistar
o poder e se manter na dominação política, o PT já demonstrou que é capaz de se
render às alianças que no passado seriam absolutamente impossíveis, mas, agora,
elas são normalmente factíveis e benfazejas, por serem compatíveis com o novo
pensamento ideológico do partido de que os fins justificam os meios, em
deprimente representação política, por ferir os salutares princípios da
dignidade, da decência, do decoro, da ética e da moralidade, pouco condizentes
com a seriedade e a honorabilidade que predominam nos países evoluídos social,
econômica, política e democraticamente. Urge que a sociedade, no âmbito da
conscientização cívica, repudie a atuação dos partidos políticos que
desrespeitam os preceitos da honestidade, razoabilidade e civilidade, por
representarem enormes riscos às regras republicana e democrática. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de junho de 2014
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