A presidente da República tem fortes motivos para
ficar contente com os resultados das pesquisas de intenções de voto à corrida
ao Palácio do Planalto, cujos percentuais estão sempre à frente de seus opositores,
que praticamente permanecem estagnados em patamares distanciados da petista,
exceto na última pesquisa, que aparece a candidata pessebista mais próxima da
petista. Não deixa de ser curioso e estranho que esse fato venha ocorrendo,
levando-se em conta os altos índices de rejeição da petista - sempre superiores
a 30% -, a maneira temerária e até deletéria – vide os escândalos da Petrobrás
- como o país vem sendo administrado, a falta de reformulação das estruturas da
administração nacional e tantas outras precariedades que certamente
contribuíram para que a população tenha se manifestado, também em pesquisa, no
percentual de 66%, favorável a urgentes mudanças, naturalmente pelo visível e
forte sentimento de que a gestão pública precisa de alternância, na tentativa
de que os sucessores sejam capazes de implantar, na administração do país,
políticas públicas de vanguarda e de eficiência, com inspiração nos governos de
países evoluídos, que têm como pressuposto o aperfeiçoamento e a modernização
da forma de administração dos recursos públicos, tendo por base peculiaridades,
características e potencialidades do Brasil. Causa enorme
perplexidade que se trata de governo marcado pela corrupção e pela
incompetência na administração do país, conforme ficou bastante caracterizado com
as denúncias de irregularidades nos ministérios e na Petrobras, o julgamento da
Ação Penal nº 470 pelo Supremo Tribunal Federal; as ruidosas coalizões de
governabilidade; as estrondosas manifestações de protestos; as demais
deficiências gerenciais, principalmente das políticas econômicas, mas, nem
mesmo diante desse quadro desalentador e de notória demência administrativa, a
presidente da República perde fôlego e ainda consegue, de forma inexplicável e
injustificável, superar os demais candidatos, que, evidentemente, fato esse somente
compreensível por ela dispor das benesses da máquina pública, com as quais os demais
candidatos não podem contar, principalmente do poder ínsitos nos ministérios e nas
empresas estatais, que são loteados, de forma bondosa e fartamente, entre os
partidos que formam a base de sustentação de governo. Os candidatos de oposição
ao governo devem mostrar competência para montar seu programa de governo com o
antídoto das ruindades e nulidades apresentadas por quem somente tem projeto
político voltado para a exclusiva reeleição e a perenidade no poder, fazendo despudorado
uso da máquina pública para esse intento, a exemplo da exacerbada e
injustificável quantidade de ministérios visivelmente inúteis e dispensáveis,
por serem, na maioria, bastantes dispendiosos, improdutivos e inoperantes,
mantidos apenas para acomodação e manutenção das ilícitas alianças políticas,
visando ao apoio e à garantia de alguns minutos no horário eleitoral e de apoio
político. O certo é que, nos países desenvolvidos e evoluídos, não existem
politicagem manipuladas com a finalidade de fortalecimento de partidos e da
inescrupulosa classe política, conquanto a pureza da política se assenta na
consecução nos objetivos primaciais da satisfação dos interesses da sociedade e
do país, tendo em conta que as políticas públicas devem ser priorizadas em
função apenas das necessidades sociais e do desenvolvimento do país. O povo
precisa se conscientizar, com a máxima urgência, sobre a necessidade de exigir
que a política e a administração pública sejam praticadas exclusivamente para a
resolução das questões de interesse da nação e da sociedade, com embargo das
sebosas politicagens destinadas à satisfação dos aproveitadores, que
erroneamente as utilizam com desvio de finalidade, em contraposição aos
consagrados princípios da probidade, do decoro, da ética, da moralidade, da
legalidade e da dignidade, contribuindo ainda para a desmoralização dos
conceitos republicano e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de agosto de 2014
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