Analistas econômicos dizem que o principal motivo das
frequentes instabilidades no mercado financeiro decorre do crescimento pela
preferência do eleitorado à candidata petista, conforme anunciam as pesquisas.
Há fatores externos que podem gerar instabilidade
na bolsa, mas as fortes quedas são derivadas sem dúvida do efeito presidente da
República, que está colhendo exatamente o que ela plantou de ruim na sua política
econômica, que vem seguidamente apresentando resultados nada alentadores para
atrair os investidores, que já perderam as esperanças quanto à sua capacidade para
mirar o alvo e os rumos certeiros da economia.
Diante das críticas sobre os rumos das políticas
econômicas, a presidente se reuniu com o seu antecessor e o então ministro da
Fazenda dele, que disseram a ela, de forma categórica, que os erros do seu governo
foram responsáveis pelo afastamento do apoio dos empresários ao PT e esse fato
sinalizaria para possíveis mudanças, no futuro, na área econômica.
Os interlocutores disseram à presidente que os
ajustes na economia não precisam apenas de decisões corretas, porque elas devem
parecer corretas. Nessa nova corrente, os petistas entendem que o Ministério da
Fazenda precisa recuperar a credibilidade da política econômica e o Banco
Central carece de menos interferência política do que no primeiro mandato, fato
este que, em tese, contradiz as duras críticas que a presidenciável petista fez
à ambientalista, que preconizava a autonomia desse órgão.
É incontestável que a política econômica do
governo deu errado, conforme mostram os indicadores pertinentes, com a inflação
superando a meta prevista, o Produto Interno Bruto beirando o ridículo
crescimento zero, os juros subindo e se estabilizando em 11%, bem acima daquele
encontrado no início do governo etc.
Enfim, o crescimento da economia é baixíssimo
durante todo governo, dando a impressão de que o país cresceu como rabo de
cavalo, ou seja, para baixo, fato que não se justifica diante das naturais
potencialidades brasileiras, que, sendo bem exploradas nos meandros das
políticas públicas e econômicas, o país jamais poderia ter chegado ao notório estágio
de estagnação econômica.
É extremamente difícil o governo ser exitoso tendo
como orientadores o ex-presidente da República petista, que disse que teria
sido traído e que o país merecia desculpas, tão logo surgiram as denúncias do
lamentável mensalão, que era administrado ao lado do seu gabinete, mas logo
negou tudo e garante que esse escândalo nunca existiu, e o ex-ministro da
Fazenda e da Casa Civil, por ter sido, em duas ocasiões, defenestrado de
importantes cargos da Esplanada dos Ministérios, por envolvimento com
irregularidades insustentáveis.
Enquanto esse governo continuar executando receita
prescrita por políticos com passado cheio de mácula, o país terá enormes
dificuldades para retomar o ritmo do desenvolvimento, que foi perdido
justamente quando o governo resolveu se coligar com os políticos de ideologias
nitidamente fisiologistas, cuja formalização das alianças com os maus políticos
envolvia a entrega a eles de ministérios e empresas estatais em troca de apoio
político, como forma de selar a fidelidade ao espúrio acordo conhecido como
"toma lá, dá cá", em verdadeiro balcão de troca envolvendo recursos
públicos, inclusive havendo necessidade da ampliação dos ministérios para a
acomodação de muitos partidos aliados.
É bastante curioso que os defensores da
continuidade do governo só têm olhos para alguns casos executados normais e
prioritariamente por ele, consistentes na transferência de renda, que é
importante, mas qualquer gestor público mediano, independentemente de partido, faria
de igual modo, por ser imposição constitucional de amparo e assistência às famílias
extremamente carentes de recursos financeiros.
Não obstante, a responsabilidade do administrador
do país não deve se prender tão somente à execução de apenas programas
assistencialistas, notoriamente com viés eleitoreiro, quando estão sendo relegadas
a planos secundários políticas prioritárias, essenciais ao desenvolvimento do
país, que dizem respeito a outras questões fundamentais, em especial a
eficiência na execução das políticas econômicas, a reformulação das estruturas
do Estado, com destaque para a pesada carga tributária, os elevados encargos
previdenciários, as altas taxas de juros, o descontrole das contas públicas e das
dívidas públicas, a falta de investimentos em obras de impacto e de
infraestrutura, a ridícula e deficiente prestação dos serviços públicos, tão
reclamados nas manifestações de protestos do ano passado, posto que não houve
melhorias de absolutamente nada desde aquelas pressões de insatisfação.
Além dessas mazelas e precariedades, ainda existem
inumeráveis pendências insolúveis sob a responsabilidade do governo, a exemplo das
questões relacionadas com as graves corrupções na Petrobras, que certamente impossibilitaram
que a administração do país se voltasse para outros assuntos imprescindíveis à
pulsação dos sistemas e das estruturas do Estado, que devem funcionar igualmente
de forma harmônica em benefício da melhoria de vida dos brasileiros e não
somente de determinada camada social, para que o princípio republicano possa
ser valorizado na sua essência, exatamente na medida da sua importância para o
desenvolvimento social, econômico, político, cultural e democrático.
Urge que os brasileiros se conscientizem sobre a
necessidade de mudança da mentalidade retrógrada de administração do país, com
viés erroneamente direcionado para transferência de renda, que se trata apenas
de uma das finalidades do Estado – que não deveria servir de escopo
eleitoreiro, como na prática foi erigido assim -, que deve ser gerenciado de
forma harmônica em conjunto com as políticas e ações da administração pública,
como forma de se atingir o desenvolvimento integrado da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
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