Como
não poderiam ser diferentes da sua arraigada ideologia, os petistas não se
conformam em serem tachados de inveterados corruptos e dilapidadores do
patrimônio da sociedade, em que pesem os seguidos escândalos de corrupção com
recursos públicos, notadamente o mais horroroso e gigantesco de todos, que teve
a força de arrasar as estruturas da Petrobras, cujos efeitos daninhos foram
capazes de dilapidar seu patrimônio, mediante a aquisição da sucateada
refinaria de Pasadena, no Texas, por preço astronômico e descomunal,
incompatível com a envergadura do investimento, e a roubalheira arquitetada por
partidos governistas, a cargo do despudor do PT, PMDB e PP, que estabeleceram eficientes
esquemas para sugar dinheiro das contratações da empresa, para a irrigação dos
caixas dos aludidos partidos, cujos resultados renderam bilhões de reais
transformados em propinas.
Não
obstante, os petistas não se dão por vencidos e muito menos aceitam a acusação
de culpados pela tragédia acontecida na estatal e, de resto, do país, sob a
irracional e indevida argumentação de que outros partidos foram igualmente
corruptos e prejudiciais aos interesses nacionais, dando a entender que esse
fato teria o condão de justificar as pletoras irregularidades do governo
petista, ao indicarem as corrupções do governo tucano, que sequer teriam sido
investigadas, por certo com a cumplicidade do próprio PT, que era oposição e
teria a obrigação de não permitir o que ele denomina incessantemente de
engavetamento das denúncias de irregularidades.
Essa
é a deplorável mania da incompetência petista de não assumir seus próprios
desacertos e ainda se achar no direito de viver em corrupção sistêmica,
endêmica e crônica, pelo simples fato de que outrem tenha também incorrido em
erros semelhantes.
Certamente
que ambos os casos irregulares, agora do PT e do passado, do PSDB, são igualmente
lastimáveis e recrimináveis e nem um nem outro serve de justificativa para
alguém se vangloriar pelo fato de que todos são crápulas e vermes que carcomem
o patrimônio público, com respaldo na costumeira impunidade, salvo o clamoroso caso
do mensalão, cujos condenados, com raras exceções, não passaram sequer um ano
trancafiados, mostrando que as penalidades não corresponderam à gravidade dos
crimes protagonizados contra o patrimônio público.
Aqueles
que demonstram simpatia pelos atos de corrupção, achando que isso é normal,
pela simplista argumentação de que todos fazem a mesma aberração, não merecem somente
piedade, mas, sobretudo, condescendência por se perceber o tamanho do grau da
insensibilidade e a falta de conscientização quanto à gravidade que pensamento
nefasto é tão prejudicial à moralização das condutas da dignidade e da
honestidade, conceitos estes que devem sempre predominar na administração do país.
As
pessoas por mais inteligentes que sejam passam a emburrecer-se quanto mais
imaginam que os erros do passado podem justificar as falhas do presente, quando
o normal deve ser a condenação igualmente de ambos os casos, indistintamente, como
forma não somente de expiar da vida pública os maus homens públicos, mas como
forma de assepsia da grossa sujeira que foi solidificada e consolidada ao longo
dos últimos governos, não importando a sua índole, quer seja de direito ou de
esquerda, porque o país não tem lado senão da retidão dos atos administrativos,
tendo por claros objetivos a consecução do bem comum da sociedade, por meio de
políticas públicas baseadas em princípios saudáveis da dignidade, legalidade,
moralidade, transparência e economicidade.
Não
se pode imaginar que o sentimento dos petistas é apenas de se contentar em achar
que os erros de outrem servem de respaldo para as desgraças do presente, que causaram
a desmoralização e o crédito do país, cuja roubalheira tem o condão de
contribuir para verdadeiro atraso do desenvolvimento econômico, principalmente
pela paralisação dos processos de investimentos, notadamente por parte dos
aplicadores internacionais, que perderam a confiança no governo, falido e incapaz
de oferecer meios para a recuperação da economia, a curto e médio prazo.
Até
parece que os petistas tiveram a iniciativa de recrudescer a corrupção na
administração do país apenas para mostrar que os outros também roubaram e por
isso a pouca-vergonha deve continuar à solta, à vista da banalização da impunidade
que grassa soberana no país, ao confirmar a falta de seriedade que jamais
deveria inexistir numa nação como o Brasil, que tem a corrupção como
sustentáculo de partidos políticos e seus desavergonhados seguidores que ainda
procuraram justificar as irregularidades nos erros dos outros, como se isso
fosse dignificante à exaltação dos princípios da ilicitude e da desonestidade.
O
mais grave que resultada das discussões políticas é se perceber que tem gente
com tamanha ingenuidade que torce para que surja algum fato irregular da
oposição para servir de anteparo às acusações contra os “todo-poderosos” e
“honestos”, por ainda acreditar que o governo e seus asseclas ainda têm uma
áurea de dignidade, em verdadeiro sentimento de perfeito e arraigado fanatismo
religioso, uma espécie de delírio, de paixão cega e obstinada, ao estilo
camicase.
Agora,
não deixa de ser decepcionante e até aviltante se constatar que pessoas
inteligentes e cultas, com formação em ciência da Administração Pública e ainda
possuidoras de amplos conhecimentos e experiências sobre a verdadeira
finalidade dos princípios da ética, da moralidade, do decoro, da probidade, da
dignidade e da honestidade, não se sensibilizarem quanto aos reais malefícios
que as roubalheiras causam à nação, não somente pela destruição patrimonial dos
brasileiros, mas, sobretudo, pela deterioração dos conceitos de benemerência,
integridade e probidade.
Os
brasileiros, não importando a sua ideologia socialista ou democrática, precisam
se conscientizar, com urgência, sobre a imperiosa necessidade de enxergar os
fatos irregulares - deletérios do patrimônio público - sob o prisma segundo a
sua origem, independentemente quem os tenha dado causa, porque a
insensibilidade e a indiferença motivadas por doentia paixão partidária, como
forma de possibilitar, nos termos da lei, a responsabilização dos envolvidos,
que podem integrar quaisquer agremiações políticas, o ressarcimento dos
prejuízos ao erário, sem embargos das penalidades criminais, para o fim de que
os atos pertinentes sirvam de lição, com vistas à preservação do patrimônio dos
brasileiros e se evitarem irregularidades similares. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de novembro de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário