Já
contado com a debandada do PMDB do seu governo, a presidente da República
decidiu, em grau de último recurso, apostar na negociação dos cargos de
primeiro e segundo escalões como como moeda de troca, ou seja, será promovido
verdadeiro balcão de negociata, para atrair o apoio das alas partidárias que ainda
não perceberam a realidade dos fatos degenerativos e resistem em aderir ao
desembarque.
As
conversas foram intensificadas pela petista, que começou a contatar com
parlamentares e líderes partidários, na tentativa da efetivação de negociações
com aliados para ouvir suas demandas em torno de cargos no governo, tendo como
recompensa o apoio e a fidelização incondicionais ao Palácio do Planalto, como
forma de garantir a permanência da petista no cargo presidencial.
O
principal foco das investidas palacianas ainda é o PMDB, que detém a maior
bancada nas duas Casas do Congresso Nacional e tem ensaiado o desembarque do
governo, mas alguns parlamentares são altamente seduzidos pela vaidade dos
cargos na Esplanada dos Ministérios.
Já
se sabe que o afastamento por parte dos peemedebistas é considerado como verdadeiro
"tiro de misericórdia" em
contribuição à queda do governo, haja vista que também deverá servir de fio
condutor e de inspiração para a debandada de outros partidos da base aliada,
que deverão tomar o mesmo caminho dos peemedebistas, principalmente na
perspectiva de melhores dias quanto à imediata formação do novo governo, caso
se efetive o afastamento da petista do Palácio do Planalto.
A
estratégia do governo é atrair os ministros do PMDB para próximo da presidente,
com a finalidade de mostrar que a decisão pela debandada da legenda não será
unânime, porque muitos parlamentares permanecem com espaço assegurado na
Esplanada dos Ministérios.
A
presidente já deu seu recado sobre o plano a ser executado, ao dizer que "Nós queremos muito que o PMDB permaneça no
governo. Tenho certeza de que meus ministros têm compromisso com o governo.
Vamos ver quais serão as decisões do PMDB e respeitaremos tal decisão".
Em
seguida à fala da petista, alguns ministros do PMDB, em defesa dos cargos que
ocupam, engrossaram o coro contra possível desembarque do partido, com
afirmação ameaçadora como essa: "Eu
pergunto: e os mais de 1.000 cargos que o PMDB exerce no governo hoje? Como é
que farão? Irão esvaziar também? Irão levar o debate político ao extremo de
paralisar o país ou vamos agir com responsabilidade diante de um momento tão duro
que o país passa?".
Em
que pese a presidente do país lutar desesperadamente para conquistar apoio à
sua permanência no cargo, é absolutamente inconcebível que administração que
tenta se passar por séria e responsável fique cooptando apoiadores à sua causa
em troca de cargos públicos.
Trata-se
de atitude da maior insensibilidade administrativa, porque os cargos públicos
devem ser preenchidos exclusivamente por meio da comprovação do requisito do
mérito, da capacidade técnico-profissional, como forma de corresponder às
expectativas de qualificação satisfatória para a prestação de serviços dignos à
população, que, na atualidade, padece justamente diante dos crônicos e
permanentes arranjos protagonizados pelo governo, para resolver questões de
interesse pessoal, como nesse caso do impeachment contra a presidente, que tudo
vem sendo feito, com uso da máquina pública, para satisfazer interesse pessoal
da petista.
À
toda evidência, essa forma já consagrada do “toma lá, dá cá”, em que a
presidente nomeia parlamentares para cargos de ministros, em troca de apoio
político no Congresso, representa indiscutível cometimento de indignidade e
desonestidade por ambas as partes, uma vez que a máquina pública é envolvida e
prejudicada seriamente pela precariedade dos serviços públicos prestados à
população, que continuarão sendo de péssima qualidade, à vista das mazelas
visivelmente constatadas na saúde, na educação, na segurança pública, nos
transportes, no saneamento básico, na infraestrutura e nos demais setores que
envolvam a prestação de serviços da incumbência do Estado, conforme a
generalizada insatisfação dos brasileiros, que são afetados pela incompetência
administrativa do país.
Diante
de mais esse lamentável episódio de nomeação de parlamentares para cargo
públicos, em inescrupulosa e imoral troca de apoio político, fica a firma
convicção de que o governo já acabou há bastante tempo e a premente necessidade
de mudança da administração do país, como forma da sua moralização, eficiência
e competência, quanto à execução das políticas de governo, que terá o
compromisso com o estrito respeito aos princípios da ética, moralidade,
legalidade, probidade, honestidade e dignidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de março de 2016
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