Ao
participarem com o ministro da Educação, em encontro com 30 educadores que
venceram o Prêmio Professores do Brasil, ao menos quatro deles levantaram
livros do educador e filósofo Paulo Freire, no momento da foto com aquela
autoridade, dando a entender que eles defendem, na atualidade, o ensino com
base no método criado pelo célebre educador pernambucano.
Certamente
que os professores quiseram chamar a tenção da opinião pública sobre a
importância de Freire para a educação, diante das críticas que são feitas pelo
presidente da República ao método criado pelo ex-professor pernambucano, que atribui
os baixos índices de avaliação da educação do país ao método desenvolvido pelo
educador nordestino.
Questionado sobre o método Paulo Freire, o ministro da Educação
disse, a par de questionar a metodologia de que se trata, que "Eu não quero acabar com nada. Simplesmente.
Pode levantar (o livro de) Paulo
Freire, eu aceito a opinião contraditória. (...) Agora, o que acontece? Do
mesmo jeito que ela tem direito de falar 'viva o Paulo Freire', eu tenho o
direito de falar 'olha, o único lugar do mundo que segue Paulo Freire é o
Brasil. Que eu saiba, não tem nenhum outro país que fale 'Paulo Freire é
maravilhoso'. Quando você tem uma
pesquisa científica, um resultado que é bom, um antibiótico, aspirina, um
avião, todo mundo imita, todo mundo copia. E ninguém quis copiar o Paulo
Freire. E os nossos resultados são ruins. Só isso. Agora, se isso é sacrossanto
e não pode ser dito, podem atirar pedra, não tem problema".
A
propósito, o método Paulo Freire foi desenvolvido no início da década de 60, no
Nordeste, onde havia expressiva quantidade de trabalhadores rurais analfabetos
e sem acesso à escola, que consistia em contingente de pessoas consideradas afastadas
da participação social.
O
método se destinava à alfabetização de adultos, mediante a prática de três etapas
básicas, a saber: a) investigação: aluno e professor buscam, no universo
vocabular do aluno e da sociedade em que ele vive, as palavras e temas centrais
de sua biografia; b) tematização: alunos e professores codificam e decodificam
esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do
mundo vivido; c) problematização: aluno e professor buscam superar a primeira
visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do
contexto vivido.
Na
atualidade, muito tem se falado sobre o método em comento, em que pese o mundo
ter passado por tremenda evolução e até revolução nas áreas da Ciência e da Tecnologia,
principalmente no seio da educação, o que se imaginava que o Brasil tivesse o mínimo
de capacidade para apresentar ao mundo novos métodos de aprendizagem e de
educação, com vistas à modernização e à melhor qualificação do ensino, como
forma de se buscar celeremente o desenvolvimento na educação, que tem sido
perseguida nas nações evoluídas, diante da sua valiosa importância para o
progresso do conhecimento humano.
O Brasil precisa,
com urgência, se distanciar da rabeira dos países supersubdesenvolvidos,
completamente fora da contextualização brasileira, diante de suas potencialidades
de país de economia, cultura e socialmente muito além de outras nações sem nenhuma
expressão, comparativamente a esses quesitos, evidentemente sem menosprezo a nenhum
deles.
À toda
evidência, o Brasil não merece ficar situado nessa triste realidade de uma das piores
nações, em termos de ensino e educação, graças, também, por óbvio, à lamentável
discussão quanto à validade ou não, na atualidade, de método que até pode ter
sido revolucionário, há quase sessenta anos, quando o mundo ainda se engatinhava
na escuridão e no breu dos avançados métodos de ensino atuais, com o emprego da
estonteante modernidade tecnológica, com a fantástica e gigantesca contribuição
da internet, da informática e de tantos instrumentos riquíssimos de recursos
para a criação de métodos de ensino, inclusive alfabetização, compatíveis com a
modernidade dos novos tempos.
É
bastante lamentável que os professores ainda insistam em defender, na
modernidade, a validade de método de ensino que era magnífico em priscas eras,
em país absolutamente pobre e carente de qualquer método que pudesse contribuir
para tirar parcela dos brasileiros das trevas do saber e isso apenas faz parte
do passado, com o devido respeito a essas pessoas, porque cada uma tem direito
de pensa como bem lhe prouver, ante a importância do sentimento de democracia
que impera no país.
É preciso
que os professores e as autoridades incumbidas da educação se conscientizem sobre
a urgente implantação de método de alfabetização e de ensino em geral com base
em metodologias revolucionárias normalmente em prática nos países que oferecem
a melhor educação no mundo, tendo por base as experimentações aprovadas por meio
de recursos informatizados e validados, em termos de eficiência e efetividade.
É indiscutível que a lastimável penúria da
educação brasileira é fruto do descaso e da falta de prioridade para as políticas
educacionais, diante do arcaísmo de seus métodos ou até mesmo da inexistência
de metodologias modernas compatíveis com os avanços da humanidade.
O certo é
que o Brasil gasta muitíssimo com educação, mas os resultados nessa área são
extremamente pífios e sofríveis, justamente porque não existe o mínimo interesse
dos governantes na reformulação do ensino em todos os níveis, quer por falta de
absoluta competência ou até mesmo pelo extremo conformismo com a preocupante precariedade,
que é notória desde longa data e não tem ninguém interessado em mudar esse horrorosa
e melancólica realidade somente comparável às piores republiquetas, que
preferem a manutenção da burrice de seu povo, em que pesem montanhas de
recursos jogados fora, pelos ralos da educação, no caso do Brasil.
Não passa
de brutal ignorância se pretender atribuir a decadência da educação, a qualquer
método, inclusive ao do memorável professor Paulo Freire, mas sim a um conjunto
de fatores que se encerram em descaso e principalmente à magistral falta de
prioridade na reformulação do ensino e da educação.
A
insistência, por alguns educadores, do emprego do método Paulo Freire, em pleno
século XXI, quando o homem já até conquistou o espaço sideral, riscando o
universo com máquinas revolucionárias, não passa de falta de imaginação crítica
e extremo conformismo com a incapacidade de se criar método compatível com
novos tempos de modernidade e novas tecnologias, em benefício da formação de
gerações inteligentes adequadas à realidade atual.
Ou seja, é
preciso sim se valorizar o método Paulo Freire, que foi de extrema valia para a
sua época e até tempos depois, mas não se pode desprezar a nova filosofia de
educação coerente com a modernidade, tendo por base as novas metodologias de ensino
em voga no mundo moderno, mediante a criação de instrumentos adaptáveis à
realidade atual, em plena era dos avanços tecnológicos.
Se
realmente é verdade o que disse o ministro, de que, verbis: (...) 'olha, o único
lugar do mundo que segue Paulo Freire é o Brasil. Que eu saiba, não tem nenhum
outro país que fale 'Paulo Freire é maravilhoso'. (...) E ninguém quis copiar o Paulo Freire. E os nossos resultados são
ruins. Só isso. (...) Agora, se isso
é sacrossanto e não pode ser dito, podem atirar pedra, não tem problema",
há realmente algo muito errado e inaceitável com a educação brasileira, diante
da sua sofrível e incômoda posição no contexto mundial, em termos de avaliação
de qualidade, em que o Brasil sempre e há muito tempo figura nos últimos lugares,
demonstrando visível atraso, desconforto e descompasso com relação aos avanços
desejáveis nessa área tão importante do conhecimento, ensejando urgentes
reformulações, até mesmo para se evitar que o pior se potencialize ainda mais,
a curto prazo, diante da notória evolução experimentada no resto do mundo.
Em se
tratando do mundo em constante e permanente evolução, em especial nas áreas científica
e tecnológica, o Brasil não pode se dá ao luxo de permanecer deitado
eternamente, em berço esplêndido, à espera de milagre na educação ou ainda que
se opere o quanto pior, melhor para a burrice do povo, se os brasileiros não
exigirem dos governantes providências mais do que urgentes nas políticas educacionais,
como forma de priorização de novas metodologias, porque, a permanecer a caótica
situação atual, por certo, a tendência é aumentar cada vez mais o fosso entre o
gigantesco atraso do conhecimento e a modernidade do saber, com as suas novas e
modernas metodologias de educação.
Diante
da premente necessidade de mudanças radicais, estruturais e conjunturais da
educação, convém que o governo se conscientize sobre a imperiosa conveniência da
priorização das políticas voltadas para essa área estratégica da nação, de modo
a se decidir pela imediata reformulação do sistema pertinente, que deve ser estudado
por comissão própria e especial, composta por notáveis da educação, que
necessariamente deve ter por base os melhores métodos de ensino dos países
evoluídos, que se situam no topo das avaliações realizadas por entidades internacionais
especializadas, como forma de modernização, aperfeiçoamento e adequação das
aludidas políticas à realidade dos novos tempos e à importância que o Brasil
precisa, enfim, dá à educação de primeira qualidade, como fazem normalmente os
países evoluídos.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 26 de maio de 2019
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