Em
conformidade com pesquisa Quaest/Genial, divulgada no último dia 5, o ex-presidente
da República petista foi considerado favorito, na opinião das pessoas consultadas,
para combater a corrupção.
O
aludido levantamento mostra que o petista foi indicado o melhor para 28% dos
entrevistados sobre o tema, enquanto, na sequência, por incrível que seja,
aparecem o atual presidente do país, com 24%, e o ex-ministro da Justiça e então
responsável pela Operação Lava-Jato, com 14%.
Os
mesmos entrevistados, questionados sobre qual político seria o melhor para
controlar a economia, o petista também aparece à frente da pesquisa, com 44%, enquanto
o atual presidente teve 18%.
Nessa
pesquisa, o ex-presidente petista também foi indicado como o melhor candidato
para resolver todos os problemas expostos pela pesquisa, a exemplo de criminalidade
e segurança pública, tendo competência para acabar com as brigas políticas e as
questões relacionadas à saúde.
É
evidente que a pesquisa normalmente se restringe à quantidade mínima de
pessoas, por volta de pouco mais de duas mil, em que é normal a prevalência de
opiniões um tanto desfocada da realidade, em possível demonstração de
desconhecimento sobre a realidade brasileira, que parece ser o caso, salvo
melhor juízo, ante o que se pode entender como seja o absurdo dos absurdos que
alguém envolvido, de corpo e alma atolado em denúncias sobre improbidade
administrativa ter a preferência para combater corrupção.
À
toda evidência, a pesquisa em tela mostra que poucos brasileiros estão vivendo
em planeta distante do nosso, por ignorarem a situação política brasileira da
atualidade, em que um cidadão completamente desestruturado no âmbito dos
princípios da moralidade ainda consegue ser eleito como aquele capaz de
combater a corrupção na administração pública.
Como
é sabido, o referido político é apenas o verdadeiro símbolo desse câncer no
serviço público e não conseguiu esclarecer, nas condições juridicamente válidas,
provar a sua inocência, em especial nos dois processos nos quais ele já foi
julgado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por já ter
sido, conforme as provas constantes dos autos, devidamente levantadas à luz da legislação
penal brasileira, condenado a mais de vinte anos de prisão, tendo cumprido mais
de ano de reclusão, o que mostra a sua índole exatamente contrária ao combate à
corrupção, diante dessa gritante disparidade de sentimento claramente
antagônico à conduta da moralidade.
A
bem da verdade, as referidas condenações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal,
não tendo por base o exame de mérito dos atos delitivos pertinentes, mas sim
pelo absurdo entendimento de que o juízo onde o político foi sentenciado não
era competente, em termos de jurisdição, para julgar os atos inquinados de
irregulares, o que vale dizer que os atos denunciados à Justiça, como sendo
suspeitos de delituosos, permanecem completamente válidos e deverão ser objeto
de novo julgamento, se assim, obviamente, as autoridades judiciais permitirem.
Em
síntese, o que importa mesmo, nesse lamentável episódio, é ficar registrado que
quem se encontra bastante envolvido com a Justiça, respondendo a vários
processos penais, não merece o crédito para cuidar do combate à corrupção, que
é algo da maior importância de cidadania, porque isso não passa de pensamento das
piores depravação e demência morais, em termos de civilidade digna de respeito.
Nesse
caso, o mínimo que se poderia imaginar seria que o paladino da moralidade fosse
aquele político que teria a incumbência de combater uma das piores chagas que corrói
o princípio da moralidade, na administração pública, mas, infelizmente, esse
político íntegro e probo jamais poderia ser aquele que já mostrou, à saciedade,
a sua enorme fraqueza moral, diante das facilidades no controle do patrimônio
público, conforme mostram os fatos fartamente investigados pela Polícia
Federal, placitados pelo Ministério Público Federal e julgados, em parte, pelo
Poder Judiciário, tudo na forma da legislação brasileira, à luz do direito constitucional
à ampla defesa e ao contraditório.
No
país com o mínimo de seriedade, o cidadão tem o compromisso de cidadania de
defender os princípios capazes da sustentação do Estado em pleno desempenho das
suas atividades estruturadas institucionalmente, na crença da integridade política,
apoiada nos fundamentos da moralidade, do decoro, da dignidade, entre outras
condutas ínsitas do verdadeiro homem público, capaz de bem representar os
anseios de honorabilidade do povo.
Na
atualidade, informado e inconformado com o que se observa pelos desvios do
padrão de moralidade na gestão pública, o cidadão precisa cada vez mais defender
a fidelidade aos princípios ético e moral próprios dos homens públicos, que
devem ser avaliados segundo o seu merecimento, em especial quanto ao aspecto da
moralidade, tendo por base os seus antecedentes e à vista dos fatos que estão
em jogo, que são os interesses maiores do Brasil, país que não merece, no caso,
ser governado por pessoa que não esteja cabalmente avaliada sob às exigências
da integral reputação moral, no que diz, especificamente, com as suas
atividades na vida pública.
Na
verdade, o valor moral de uma nação se mede exatamente tendo por base o
sentimento de moralidade exposto por seu povo, que é o pior possível quando parcela
dele tem a demência de eleger político completamente enrolado nas teias da
Justiça, por fundada suspeita da sua participação em atos irregulares, para
cuidar do combate à corrupção, o que somente mostra o tanto de incoerência e de
pobreza dessas pessoas, que precisam compreender que o verdadeiro grau de
responsabilidade de quem tem a incumbência de combater a bandidagem na administração
pública.
A
avaliação que se pode fazer, tendo por base o resultado da pesquisa em apreço,
é a de que ele não passa de opinião absolutamente desacreditada e sem utilidade
para coisa alguma, senão para as próprias pessoas consultadas, que se
concentram em mundo que não é o desejável para os brasileiros sérios e honrados,
que ainda acreditam em dias melhores para o Brasil, que não pode continuar
sendo avaliado com base nesse sentimento extremamente distanciado da realidade
que interessa para a população de boa índole e se esforça para que o melhor
sempre aconteça na administração do país.
Enfim,
é preciso que os brasileiros se esforcem em compreender que o Brasil não pode
mais perder tempo para ser urgentemente passado a limpo, principalmente no que
diz respeito aos princípios republicanos da moralidade, da ética, da honestidade,
da probidade, da transparência, entre outros que devem prevalecer quando se
trata da administração do país, que não tem mais espaço para pessoas que já
demonstraram a sua real personalidade na gestão pública, de quem se espera
apenas que elas esclareçam devidamente os fatos denunciados, como condição para
a sua readmissão no seio da sociedade honrada e desejosa de que nada mais de
errado volte a atormentar os interesses dos brasileiros.
Brasília,
em 7 de outubro de 2021
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