O
principal político brasileiro, quanto esteve prestando depoimento, na condição
de réu na Operação Lava-Jato, estava muito mais interessado na divulgação da
sua plataforma política para retornar ao Palácio do Planalto, do que
propriamente em se defender sobre a acusação de ter se beneficiado com o presente
do tríplex, um dos objetos da ação que ele responde na Justiça, por ter
atribuído à sua ex-esposa a principal interessada na aquisição desse imóvel,
até o caso ter se transformado em escândalo político.
Na
ocasião, o político alegou que é "vítima
de uma caçada jurídica", está sendo "julgado por um power point mentiroso, ninguém nunca foi tão atacado pela imprensa e tem orgulho de ter feito a Petrobras ser uma empresa extraordinária".
No
que se referem às menções sobre “caçada
jurídica” e “julgado por um power
point mentiroso”, são matérias que pendem muito das provas existentes nos
autos, levantadas pelo Ministério Púbico Federal, para se compreender a exata extensão
da sua veracidade ou não, em que pese aquele órgão não ser irresponsável de
enquadrar o político em situações de extrema gravidade, ao nominar como o
comandante do maior esquema criminoso da história do país.
O
que vale dizer que somente a conclusão do julgamento poderá dizer se o político
tem razão em reclamar com tanta veemência sobre os fatos por ele rechaçados, em
contestação ao que foi demonstrado, em fase preliminar, pelo Ministério Público,
que precisa provar, nos autos, o perfil delineado do político.
Quanto
ao desempenho da imprensa, vai depender muito do ângulo que se queira enxergar
de como ela deve prestar as informações aos seus leitores, tendo em vista que o
seu papel e o de noticiar os fatos do cotidiano e o político não consegue se
desvencilhar das páginas policiais, quando ele tem sido o principal foco,
exatamente pela relevância da sua personalidade política, salvo uma ou outra
notícia que pode distorcer os fatos, mas, no geral, a imprensa cumpre muito bem
o seu papel de informar.
Talvez
o político pretendesse que a imprensa não noticiasse os fatos com tanta
precisão como vem ocorrendo, na velocidade jamais imaginada, a exemplo do que
acontece agora, em que nem foi concluído o noticiário sobre o seu depoimento na
Lava-Jato e logo em seguida surgem as delações bombásticas do marqueteiro do seu
partido e da mulher dele, contendo teor explosivo, entre os quais o de que o
político tinha sob às suas rédeas o comando de tudo, como a que confirmando um
dos elementos do power point, de que ele era o comandante da organização
criminosa.
Agora,
causa perplexidade, por ser absolutamente chocante, o político ter declarado
que “tem orgulho de ter feito a Petrobras
ser uma empresa extraordinária” e isso demonstra o tamanho da loucura
ínsita de político com espírito oportunista, que conseguiu quebrar a principal
empresa estatal, por haver comandado, segundo o Ministério Público, o maior
esquema criminoso com o propósito de desviar bilhões de reais daquela estatal.
À
toda evidência, os fatos mostram que a Petrobras passou por processo criminoso
de degradação econômica, por força do esquema de corrupção, que culminou com o
rombo de R$ 71 bilhões, nos anos de 2014 a 2016, quando houve a apuração dos
prejuízos em decorrência da roubalheira protagonizada pelos governos petistas.
Foi
no governo do petista que a Petrobras foi aparelhada com pessoas da sua
confiança, com a finalidade de se implantar os esquemas de corrupção e isso foi
desastroso para os interesses da estatal, mas atendia perfeitamente os projetos
políticos do ex-presidente, como forma de garantir a sustentabilidade do
governo, com o apoio de parlamentares no Congresso Nacional.
O
político disse que "tem orgulho de
ter elevado os investimentos da
Petrobras de US$ 3 bilhões para US$ 30 bilhões", mas ele não mencionou
que esse fato propiciou a explosão na dívida da estatal, que teve salto,
pasmem, para o montante de US$ 100 bilhões.
Evidentemente,
por interesse político, o político não fez referência ao fato de que significativa
parcela desses investimentos foi destinada a projetos de refinarias que mais
tarde foram abandonados ou reduzidos, porque se tratavam de promessas políticas
sem viabilidade econômica, que se tornaram apenas uma torneira de recursos para
a corrupção e para agradar aliados políticos.
É
compreensivo que o político tenha orgulho da Petrobras, porque, nos governos petistas,
a empresa conseguiu dobrar seu número de funcionários, chegando a ter no seu
Quadro de Pessoal mais de 400 mil pessoas, demonstrando inchaço extraordinário e
injustificável, em relação às suas concorrentes.
O
político, em consonância com o orgulho pela empresa, disse que "Se dentro da Petrobras, teve alguém que
roubou, que pague pelo roubo, mas eu tenho orgulho do que fiz", simplesmente
dando a entender que ele não tem a mínima culpa pela ruína e dilapidação do
patrimônio pela estatal, uma vez que foi ele que a aparelhou com as pessoas
adequadamente preparadas para a implementação da maior roubalheira na história
do país.
Ele
garante que não tinha ciência dos crimes na estatal, mas não explica porque
quis perguntar a ex-diretor de Serviços da Petrobras, preso há dois anos em
Curitiba, se ele tinha conta no exterior e porque pediu ao tesoureiro do seu
partido para marcar a reunião.
Alguns
políticos, às vezes são tocados no íntimo da sua consciência, como o
sanguinário ditador cubano, que, em momento de lucidez, o que não era muito comum,
disse que “O modelo cubano não serviria
nem para Cuba”, dando a entender que sentia remorso da sua perversidade
imposta ao povo daquele país.
Os
brasileiros anseiam por que o principal político tupiniquim se conscientize
sobre o seu poder destrutivo e demolidor das estruturas do país, não somente
com relação aos princípios da ética, moralidade, honestidade, dignidade, entre
outros que são indispensáveis na administração do país, mas sobretudo ao patrimônio
público, a exemplo da ruína imposta à Petrobras, por meio do gigantesco esquema
de corrupção jamais conhecido na história do Brasil, fatos estes que são
absolutamente prejudiciais aos interesses nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de maio de 2017
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