O presidente do Partido dos Trabalhadores orientou a
militância para “não aceitar provocações
de extremistas, mas também não abaixar a cabeça”.
Na sexta-feira, houve manifestação organizada por
movimentos sociais e centrais sindicais em favor "da Petrobras, da democracia e da reforma política", em várias
cidades do país, com a presença de apenas alguns militantes, muitos dos quais sem
qualquer vinculação com os movimentos a favor do governo, visto que eles
declararam que receberam dinheiro para participarem dos protestos, em clara
demonstração de compromisso com os objetivos dos protestos de apoio ao governo.
O presidente do PT diz, de certa forma leviana, que
“alguns grupos organizados têm se
aproveitado de momentos de dificuldades passageiras para tentar espalhar seus
métodos antidemocráticos, incitando ao ódio e ao medo. Esses grupos terão que esperar pelas eleições de 2018, para lá
disputarem seus planos nas urnas”.
Na mesma linha de discurso adotado pela presidente
do país, nos últimos dias, o petista afirma que o PT considera “legítimas e democráticas” as
manifestações públicas, “favoráveis ou
contrárias ao governo”, porém as manifestações conta o governo extrapolou
todas as expectativas possíveis, demonstrando visivelmente a insatisfação da população
contra a desastrada forma como o país vem sendo administrado, em completa
incompetência, principalmente pela condução das políticas públicas, sem a menor
preocupação com as prioridades pertinentes ao atendimento das necessidades
públicas, bem assim à vista da derrocada das politicas econômicas, que
literalmente se deterioram a administração desse governo, que não consegue vislumbrar
saída para o terrível imbróglio criado por ele.
Como se tivesse alguma autoridade construtiva, o
presidente do PT conclui sua participação dizendo que a legenda vai ampliar sua
mobilização no país em “defesa do PT, da
reforma política e do governo da presidenta Dilma”, como se as mazelas do
país não tivessem origem no próprio governo, cuja incompetência resultou nos
fracassos econômicos e na disseminação dos casos de corrupção, motivos da
insatisfação popular que desaprova o desempenho da presidente do país, à vista
dos resultados desanimadores da sua administração.
Não
há a menor dúvida de que é grave a crise da governança do país, com enormes
repercussões econômicas e políticas, em claro enfraquecimento da autoridade da
presidente da República, pela demonstração de incapacidade de debelar os focos
de insatisfação contra o seu governo, que se distancia cada vez mais dos
anseios da sociedade.
Convém
que as autoridades sejam capazes de captar os anseios da sociedade, como forma
de cuidar e solucionar as questões nacionais, com embargo dos interesses
particulares e partidários, em contraposição ao que faz a liderança do PT, que
não se cansa de alardear sua intransigente intenção de defender o partido e o
governo da presidente, como se ela governasse exclusivamente para seus correligionários
partidários, em detrimento do princípio republicano, que tem como finalidade a
governança para todos, independentemente de preferência político-partidária, em
harmonia com os princípios modernos da democracia.
É
importante que a nação esteja unida para exigir competência e eficiência na
administração do país e capacidade para combater com firmeza a corrupção que assola
perversamente a administração pública, em evidente prejuízo para o patrimônio da
sociedade.
O
que não se pode é admitir que líderes partidários fiquem incentivando sua
militância ao conflito, visto que isso demonstra agressão aos princípios
democráticos e não contribui para a construção do seu aperfeiçoamento.
Na
verdade, a defesa de governo que atua em dissonância com os interesses
nacionais deveria ser repudiada, em razão de ela não corresponder à causa dos brasileiros,
que não podem ser prejudicados pela injustificável incapacidade político-administrativa.
Convém
que haja manifestação pacífica em favor do Brasil e dos brasileiros e não a
favor de partidos políticos, como forma de amor cívico à pátria, que deve pontuar
acima de qualquer interesse.
No
caso específico, as manifestações promovidas por sindicatos e pelos partidos do
governo e da sua base de sustentação não passam de verdadeiro absurdo, por não
se compreender que aqueles que deram respaldo à destruição da Petrobras estejam
agora protestando em defesa da estatal, denotando completa incoerência, quando
o correto deveria exatamente se protestar contra a administração que foi
incapaz de proteger o patrimônio da principal empresa brasileira.
Cada vez que líder partidário como o presidente do
PT vem a público para demonstrar sua intolerância contra os princípios
democráticos, ao incitar a militância de seu partido a revidar provocações,
como se não fosse da índole deles o espírito belicoso de se fazer política partidária,
denota-se o verdadeiro grau de maturidade dos homens públicos do país.
A falta de compostura e de equilíbrio como se
apresenta o presidente do PT aos seus correligionários dá a exata dimensão do
desespero diante dos rumos de incerteza do porvir, à vista da crise instalada
no país, que resultou num imbróglio sem solução.
Compete à sociedade repudiar as medidas em defesa do
governo e do seu partido, tendo em vista que eles são responsáveis pela delicada
e periclitante situação política, econômica e democrática que grassa no país,
demonstrando que os indicadores políticos e econômicos sinalizam para enormes
dificuldades para os brasileiros, que não vislumbram melhoras em curto prazo,
ante as terríveis perspectivas que não são nada alvissareiras. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 15 de março de 2015
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