Em
demonstração de solidariedade ao vice-presidente da República, o ministro da
Aviação Civil, que é do PMDB, entregou seu pedido de exoneração ao Palácio do
Planalto, que vem pressionando o vice para ele se posicionar contra o
impeachment, fato que vem causando forte constrangimento para ele.
Ao
que tudo indica, é muito possível que outros aliados do vice-presidente se
alinhem ao movimento de retirada do governo, como forma explícita de deixar o
governo petista.
Não obstante, com a tentativa de atrair parcela
do PMDB contra o impeachment, o governo já iniciou as negociações para entregar
a Secretaria de Aviação Civil para deputado do partido.
Tão logo o atual ministro entregou a carta de
exoneração, o governo disparou as negociações com o líder da bancada do PMDB, tendo um
interlocutor dito que "O governo quer cooptar a bancada com o cargo do Padilha. Isso mostra
que não haverá limite para tentar barrar o processo de impeachment".
Os aliados do vice-presidente entendem que a
saída do ministro da Aviação Civil sinaliza como o início do processo de
afastamento dele do Palácio do Planalto.
Alguns
ministros petistas se movimentam no sentido de forçar
manifestação pública de apoio do vice-presidente à presidente do país, fato
este que tem sido visto como tentativa de constrangê-lo, embora o vice não
tenha se manifestado publicamente até agora sobre o impeachment da petista, o
demonstra, no mínimo, falta de lealdade política.
Nessas
negociatas, em que a máquina pública é usada de maneira indevida e ilegitimamente
como balão de troca, não se sabe exatamente quais os homens públicos que são
mais indignos de ocupar cargos públicos eletivos, se a presidente do país, que
deveria ser modelo de moralidade e de ética na governança, ou os parlamentares,
que vendem suas consciências políticas, em troca das benesses e os tráficos de
influência proporcionados pelo poder, que tem sido inescrupulosamente capaz de
promover o toma lá, dá cá, com a finalidade de atender interesses pessoais,
como ficou robustamente comprovado na última reforma ministerial, em que o mote
principal foi à fidelização à defesa da presidente do país no Congresso
Nacional, notadamente contra o impeachment dela.
O certo é que tem sido prática bastante
degradante e aviltante evidenciada na troca de cargos públicos por apoio às
causas da presidente do país, em clara demonstração de degeneração dos
princípios da ética, moralidade, legalidade e dignidade que devem prevalecer na
administração do país, como forma de demonstrar o baixo nível moral e a falta
de caráter na administração do país, conforme representam os fatos resultantes,
em que os serviços públicos são prestados com precariedade e ineficiência.
Conforme
mostraram os fatos desprezíveis, se o PT fez misérias para conquistar a reeleição
da presidente, o que será que ele será capaz de fazer, agora, para salvar o
cargo da presidente que se encontra sem a menor credibilidade, em razão de sua
incompetência administrativa, que não teve condições gerenciais para evitar que
o Brasil fosse conduzido para os piores indicadores de precariedades e de
mazelas, em termos econômicos, com a recessão atormentando os brasileiros, que foram
submetidos ao pesadelo do desemprego, da redução da renda, da inflação alta,
dos juros nas alturas, da falta de investimentos público e privado, e às
incertezas sobre o vacilante desempenho da gestão pública, que ainda gasta de forma
tresloucada e irresponsável, em total descumprimento dos limites das metas
fiscais, com infringência das normas de administração orçamentária e financeira.
A
verdade é que não existe absolutamente ninguém pensando em arrumar o esfacelado
e destroçado Brasil, porque as negociatas apenas estão voltadas para o arranjo
das situações pessoais, com vistas a assegurar, a todo custo, a manutenção no
poder, inclusive com menosprezo aos princípios republicano e democrático, que
teriam por escopo à prática de somente atos fidedignos aos conceitos da
dignidade e da nobreza, quanto à consecução de seus fins, em absoluta harmonia com
a boa conduta que se exige na administração pública.
É
lamentável que a degeneração tenha sido a marca preponderante do governo,
conforme evidencia o oferecimento do cargo em referência, mostrando claramente que
o PT não tem o menor pudor em expor seus malfeitos e suas indignidades na
administração do país.
A
sociedade precisa se conscientizar de que as práticas maléficas envolvendo
negociatas com cargos públicos são próprias de desgoverno que têm por princípio
a realização de seus fins, em detrimento dos interesses da sociedade, como bem
maior do Estado, em evidente menosprezo aos princípios republicano e
democrático, notadamente no que diz respeito à observância dos conceitos da ética,
moralidade, legalidade e dignidade, diante do uso exacerbado da máquina pública,
como no caso da disponibilização de cargos públicos, vantagens, privilégios e
outros benefícios para a satisfação de interesses pessoais e partidários, como
na cooptação de aliados, mediante a troca ilícita de favores, tendo como objeto
do questionável negócio cargos públicos e apoio político, tudo em verdadeira descaracterização
do importante conceito da dignidade com relação ao trato com a res publica. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de dezembro de 2015
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