Na
atualidade, a Venezuela tem dois presidentes, o de direito, que se
autoproclamou e que foi legitimado pelo apoio popular e por mais de 50 nações,
e o de fato, na pessoa do ditador bolivariano, que foi eleito em processo
eleitoral grosseiramente fraudado e é sustentado pela cúpula das Forças Armadas
e apoiado por países socialistas, mas, em tese, nenhum deles tem conseguido
cumprir suas promessas ou realizar absolutamente nada em benefício do povo.
O
presidente de direito, embora tivesse contado com o apoio de parcela expressiva
da população, contabilizou fracasso quando fez tentativa de entrar no país
caminhões com ajuda humanitária para a sacrificada, empobrecida e faminta
população, bastante martirizada pelos maus-tratos do governo socialista cruel e
desumano.
O
gesto do presidente de direito, além de ter sido frustrante, contribuiu para
que ele saísse do episódio mais enfraquecido, diante da impotência de afastar a
blindagem contra as carretas transportando a ajuda humanitária, que não
conseguiu chegar ao destino dos famintos.
Por
seu turno, o adversário dele também está cada vez mais debilitado e
desmoralizado, tanto pelo impedimento, ordenado por ele, à entrada da ajuda
humanitária, como pelo fato de ele ter proibido que o presidente de direito saísse
da Venezuela, sob pena de ser preso, mas depois da desobediência confirmada, houve
o retorno do opositor ao país e nada aconteceu contra ele, em termos de punição.
Ao
contrário, o presidente de direito foi recebido por comitiva de diplomatas
estrangeiros e logo começou as tratativas para convocar grande protesto, com
ensaio de greve geral, que também não aconteceu.
Verifica-se
que, sem autoridade para resolver coisa alguma, há verdadeiro impasse nas
relações entre os dois presidentes, de natureza assimétrica, posto que eles estão
travando lutas ferrenhas entre si, usando armas diferentes, porquanto o ditador
bolivariano tem o controle do Estado e, principalmente, das poderosas e fiéis forças
de repressão.
No
flanco contrário, o presidente de direito conta com a ajuda da população e dos
países aliados dele, que atuam sob permanente pressão, notadamente no que se
refere ao isolamento internacional para convencer os militares, o último e poderoso
sustentáculo do regime chavista, os quais precisam se conscientizar sobre o
caos instalado na Venezuela, sob o comando de governo socialista extremamente
prejudicial aos interesse do povo e da nação, conforme mostram os fatos do cotidiano.
A
pressão internacional mais importante e efetiva tem vindo dos Estados Unidos da
América, que impuseram sanções econômicas, por meio de medidas restritivas
quanto ao comércio de petróleo da Venezuela, que é a maior fonte de recursos do
país e o único produto que o país exporta, em substância.
O
ditador chavista pode ficar sem dinheiro, em curto tempo, mas, ao que tudo
indica, se isso não afetar as Forças Armadas, nada vai alterar a sua situação
no poder, porque ele não demonstra a mínima sensibilidade para com a degradação
do povo, tendo em conta que importa mesmo é a defesa do poder, custe o que
custar, que o povo seja sacrificado, como tem sido a tônica de governo
extremamente indiferente às causas do ser humano.
O
ditador não será afetado em absolutamente nada em repassar tranquilamente o
resultado da sua gestão desastrada, trágica e impiedosa para a população e
endurecer ainda mais as medidas de repressão, na tentativa de defender a tirania
do infame regime socialista, responsável por esse mar de destruição do ser
humano, em evidente caracterização de crime violento contra a humanidade.
Segundo
a alta-comissária da ONU para os direitos humanos, as sanções estão tendo o
efeito de piorar a situação econômica dos venezuelanos, o que é verdade, porque,
se antes, com a situação normal da comercialização do petróleo, já havia enorme
crise de abastamento de alimentos e remédios, em escala bastante precária, o
dizer sem eles.
É
evidente que, sem os recursos do petróleo, a pobreza e a fome vão progredir em
passos rápidos e gigantescos, mas isso, ao que se percebe, não tem a mínima
influência na vontade de o ditador deixar o poder, porque, para ele, a culpa pela
terrível situação é reflexo das sanções impostas contra o seu governo, como se as
mazelas dele não tivessem nenhuma contribuição pela desgraça que se abate
contra a Venezuela e o seu povo.
No
momento, há pesquisa mostrando que cerca de 90% das famílias venezuelanas estão
em situação de extrema pobreza e muitas passando fome, por falta ou escassez de
alimentos, cujo quadro de miséria tende a piorar enquanto o ditador permanecer serenamente
no poder.
O mais grave de tudo isso é que, mesmo diante
de terrível constatação socioeconômica, não há a menor perspectiva de que o
ditador se digne a deixar o poder, diante da sua insensibilidade quanto à sua
indiferença à importância da vida humana, que já foi fartamente demonstrada por
ele, no recente episódio da ajuda humanitária, tendo sobressaído o alto grau de
frieza dele diante do martírio das pessoas.
Para
tanto, no que diz à permanência dele no poder, um sociólogo da Universidade
Central da Venezuela lembrou a situação de outro país modelo do regime
bolivariano, tendo afirmado: “Basta ver o
exemplo de Cuba, que há 60 anos vem sendo governada pelo partido comunista
cubano, com consequências terríveis para os níveis de miséria e de escassez.”.
Embora
se trate de episódio extremamente deplorável e inadmissível contra o ser
humano, em decorrência de notórios e indiscutíveis maus-tratos, com a
deliberada imposição de fome a quase toda população de um país e de outras
mazelas por ditador frio, cruel e desumano, conforme se deflui da pesquisa
supracitada, os atos irracionais e selvagens contra das pessoas ainda contam
com o beneplácito e a solidariedade por parte de seguidores igualmente insensíveis
e indiferentes à tragédia do século, possivelmente em harmonia com a doentia idolatria
ao regime socialista/comunista, os quais não se indignam nem se envergonham diante
de tamanha barbárie contra seu semelhante.
Em
nome e na defesa da vida do ser humano, convém que os brasileiros,
independentemente de ideologia política, demonstrem veementes repúdio e
indignação contra os atos de truculência, insensibilidade e selvageria
protagonizados pelo governo socialista da Venezuela contra pessoas inocentes e
fragilizadas, que estão sendo barbaramente maltratadas por força da injustificável
e desesperada defesa da manutenção no poder, que tem sido nitidamente
prejudicial aos interesses da população e da Venezuela, conforme mostram os
fatos.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 13 de março de 2019
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