terça-feira, 12 de março de 2019

Apenas imoralidade e trevas


Há exatamente 200 anos, o exaltado como herói da independência por venezuelanos e colombianos, Simón Bolívar, fez o célebre discurso denominado de Angostura, onde foi cravado o lema fundamental do movimento vitorioso: “Moral e luzes são nossas primeiras necessidades”.
A aludida frase estampa, até os dias atuais, em monumentos e cartazes das escolas e órgãos púbicos da Venezuela, mas, muito mais por apenas pura ironia, porque a famosa mensagem soa muito mais como piada de mau gosto, à luz do caos e da baderna que grassam no seio da população daquele país.
Há cerca de 20 anos, a Venezuela foi acometida de desmandos e desorganizações generalizados, por consequência da implantação do projeto de poder que tem por base o regime socialista, cujo reflexo é a pobreza e a miséria generalizadas, sob os auspiciosos de atos de imoralidade e da falta de luzes, que transformaram-na em nação em verdadeiro caos, onde as piores crises acontecem ali, sempre em escala alarmante e incontrolável, com a continuidade do governo chavista.
Nesse regime, a essência dos princípios “moral e luzes” foi solenemente mandado para o espaço sideral, sendo substituída por incompetência, má gestão, desmoralização, truculência e tirania, entre tantas maledicências, tendo por fundamento o desabastecimento das prateleiras dos principais e básicos produtos de sobrevivência, em que a população ressente de alimentos e remédios, sendo obrigada a aturar o sofrimento pelas agruras causadas pelas fome e dor, em razão da falta de comida e remédios.
As gôndolas dos supermercados estão vazias, há bastante tempo, a inflação é astronômica e a maior do planeta e há crianças literalmente morrendo de fome em hospitais desprovidos de remédios e insumos básicos, não tendo a menor perspectiva de mudança de quadro super-horroroso e degradante, à vista do que ocorreu recentemente de indiscutível criminalidade, em que o ditador, para complicar ainda mais a situação, proibiu a entrada no país de ajuda humanitária.
A televisão mostrou a queima tanto das carretas como dos alimentos e remédios, sob a alegação de que eles estavam envenenados, quando envenenada mesma está a consciência de brutamontes que é portador de intrínseca insanidade mental, a ponto de praticar tamanha barbaridade contra o ser humano.
Além desses maus-tratos, os venezuelanos ainda são privados, em conjunto com a saudável vida, de outros bens sagrados, que são a liberdade, a individualidade e a dignidade do ser humano, que foram suprimidos pela tirania do governo socialista, que comanda o país com mãos de ferro, impondo ferrenho controle sobre as atividades tanto individuais como empresariais e econômicas, disso resultando o pleno fracasso das transações comerciais e produtivas, prejudicando sensivelmente a vida da população.
O mundo viu, estarrecido, o mais estrondoso bloqueio já promovido de ajuda humanitária à população da Venezuela, quando a truculência e a selvageria ditatoriais impediram que alimentos e remédios pudessem chegar aos necessitados, de modo a contribuir para, pelo menos, minimizar o sofrimento de pessoas famintas, principalmente crianças, que estão desnutridas, diante da má ou falta de alimentação.
Causa espanto que as Forças Armadas venezuelanas não tenham se sensibilizado para a inaceitável calamidade humanitária que se abate sobre a população daquele país, em demonstração de solidariedade ao tirano, que não tem o mínimo de remorso por tamanha crueldade de saber que há fome, em razão da falta de alimentos, mas eles são simplesmente transformados em cinzas, por força de coração petrificado e endurecido pelo puro sentimento bestial da idolatria à ideologia política, que tem supremacia inclusive sobre os princípios humanitários.
Como justificativa, para impedir a distribuição de alimentos e remédios, o desumano ditador venezuelano criou a fantasiosa, ingênua e infantil versão de que a comida, enviada principalmente pelos Estados Unidos da América, que são considerados oposição ao regime socialista, estava envenenada e que a ajuda humanitária não passava de um cavalo de troia para derrubá-lo, algo simplesmente surrealista e completamente imaginável e absurdo, fato que apenas agrega mais antipatia a quem despreza o ser humano.
Infelizmente, o ditador bolivariano conta com o apoio da cúpula das Forças Armadas para se manter no poder, dando a entender que elas se mantêm sustentando o governo cruel e desumano graças ao imperativo sistema de corrupção com recursos públicos, que impede que os militares se conscientizem, em termos humanitários, sobre a gravidade dos problemas de maus-tratos impingidos compulsoriamente à população completamente indefesa e desamparada.
Diante dos fatos, o bom senso aconselha que é preciso reconhecer que o impasse atual ainda pode se prolongar por bastante tempo, de um país com dois presidentes sem legitimidade, quando um foi eleito em processo eleitoral indiscutivelmente fraudado, em que a oposição não pôde participar dele, por vontade do ditador, e o outro simplesmente se autoproclamou, ou seja, é preciso se buscar, com urgência, a legitimidade institucional, para que o país possa voltar à normalidade democrática, em termos de nação civilidade.
Convém que o Brasil, em coordenação com os Estados Unidos da América, intensifique as pressões econômica e diplomática contra o governo ditatorial bolivariano, principalmente por meio de sanções unilaterais contra as exportações de petróleo venezuelano, que representam 90% das entradas de recursos aos cofres do regime socialista.
Na verdade, o governo americano já aplicou, este ano, sanções unilaterais contra a exportação de petróleo venezuelano, que representa 90% da entrada de divisas do regime, conquanto é preciso reconhecer que essa medida terá enorme reflexo na vida dos venezuelanos, diante da escassez de recursos para a compra de alimentos para a população.
À primeira vista, a única forma de possibilitar a mudança da mentalidade dos militares diz respeito a intensificação da pressão popular sobre o governo ditatorial, exigindo o seu imediato afastamento, a ponto de também refletir na irresponsável consciência de quem convive com o debacle, mas, por conveniência se mantém fiel ao desumano ditador, que precisa ser afastado o quanto antes do poder e pagar pelos imensuráveis crimes praticados contra a humanidade, de modo que, finalmente, a democracia volte a imperar em país completamente devastado pelo regime socialista/comunista, que somente conseguiu infernizar a vida dos venezuelanos.
        Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 12 de março de 2019

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