Um
político de Brasília, que foi filmado recebendo maços de dinheiro desviado de
cobre público, foi preso e ainda não condenado, porque não foi julgado devido à
morosidade da Justiça, decidiu se candidatar ao cargo de deputado federal pelo Distrito Federal,
depois que lei libera corruptos para puderem representar o povo, inclusive o
contribuinte que pagou o tributo surrupiado por ele.
Todo
feliz da vida, o mencionado político aparece, em imagem fotográfica estampada
em todos os jornais do país, pasmem, ao lado logo do presidente da República, com
largo ar de alegria no rosto, para contar-lhe a importante notícia da sua
candidatura, como se isso fosse algo espetacular.
Na
verdade, isso é realmente extraordinário, por se permitir que famoso corrupto
respondendo a processo na Justiça, por ato de improbidade administrativa, possa
voltar à vida pública, com a devida autorização legal, mesmo sem ter sido ainda
condenado à prisão e, mais grave ainda, sem precisar devolver o produto do roubo
ao local de origem, no caso, ao Tesouro do Distrito Federal, a quem, por certo,
logo em breve, será um de seus lídimos representantes no “honrado e digno” Congresso
Nacional, pessoas do “quilate” fazem visita semanal.
Diante
dessa notícia, é preciso sim parabenizar o presidente da República,
evidentemente de forma irônica, porque ele passa a contar com mais um respeitável
corrupto de peso ao lado, como fortíssimo aliado, entre muitos outros já existentes
no seu palanque à reeleição, à vista da espúria aliança dele com o nefando
Centrão, que é símbolo do fisiologismo e legítimo representante do consagrado sistema
do toma lá, dá cá.
Esse
fato tem o condão de mostrar a força eleitoral do presidente do país entre a
comunidade de políticos sem caráter e em plena decadência moral, que desonram a
democracia brasileira, por meio de seus atos desonestos e indignos, embora eles
ainda mereçam o beneplácito da maior autoridade do país, que os acolhe com o carinho
todo especial de bons amigos de jornada política, embora os quais somente
envergonham os homens de bem.
Sem
dúvida alguma, este momento é de muita tristeza para a política brasileira, em
especial para Brasília, em que o presidente da República se torna importante
líder de plêiade de homens públicos completamente envernizados com a seiva
podre da corrupção, que têm o condão de deslustrar a dignidade e a honradez não
só do governo, mas em especial do Brasil, que certamente não merece tamanha
esculhambação disseminada país afora, como se a imundície moral fosse prática
normal na vida pública.
Essa
forma desleixada de atividade política, em que corruptos podem se candidatar,
mesmo não tendo as necessárias condições de moralidade e higidez pública, em
termos de conduta imaculada na vida pública, não deve acontecer nem nas piores
republiquetas, que devem se envergonhar terrivelmente da desmoralização que
isso representa para a sociedade honrada e digna.
Essa
situação de nítida deprimência moral, em que o presidente do país convive abraçado
com parte podre da política brasileira, só demonstra que não há a menor preocupação
de ninguém com a moralização da administração pública, que tem por exigência
legal a precisa necessidade de ser respeitada por quem estiver no poder, em
especial pelo presidente da República, que precisa ser modelo de decência moral
e respeito aos princípios republicanos, de modo que a sua postura possa inspirar
somente zelo e confiança às causas da integridade, da moralidade, da
honestidade, da dignidade, entre tantos outros bons ensinamentos de pureza quanto
à valorização de civilidade e cidadania.
A
imagem fotográfica do presidente da República, em acolhimento, no Palácio da
Alvorada, sede oficial da principal autoridade do país, só confirma a sua
cumplicidade com a pior classe de homens públicos do país, que é composta, sem
o menor escrúpulo por integrantes do degenerado Centrão, que jamais deveria ser
aceito como grupo político em atividade, porque ele é a marca da decadência moral
do Parlamento e isso já foi, no passado, recriminado pelo então candidato à
Presidência da República, que o classificou como a velha política, justamente
por ser formado por políticos inescrupulosos.
A
propósito, recorrendo ao dicionário, verifica-se que cúmplice significa, ao pé
da letra, parceria, companheirismo, compadrio, conivência, colaboração, participação
em projeto comum, e é exatamente isso o que o presidente da República se torna
como agente que acolhe em seu círculo de amizade pessoas notoriamente com a
chancela da corrupção selada no rosto, como no caso desse político de Brasília,
que tem registro na Justiça sobre a prática de ato irregular na gestão pública.
A
verdade mostra, por coerência, que nenhum dos dois políticos merecem a
confiança por meio do sufrágio universal, o que é mais do que legítimo, ante o
sentimento democrático que exige respeito aos princípios da moralidade e da
dignidade ao sagrado princípio do voto, que tem o poder constitucional da
escolha dos representantes políticos, que, em princípio, deveriam ser a imagem
da imaculabilidade, como assim pressupõe o sentido nobre da atividade política.
Acontece
que, no caso do voto ao presidente da República, existe à evocação, necessariamente,
à causa maior da nação, que diz respeito ao amor ao Brasil, no sentido de avaliação
a outros sentimentos estritamente de natureza patriótica, porque envolve a
possibilidade de o país ser governado por corrente política da pior espécie que
já surgiu na face da Terra, em se tratando da volta ao poder da esquerda,
diante de tantas desgraças já protagonizadas por seus governos, à vista dos
péssimos exemplos de dantesca governabilidade.
Nesse
caso, faz-se referência aos famigerados escândalos do mensalão e do petrolão, com
origem no governo da esquerda, além da sua aderência ao aparelhamento da
máquina pública, ao fisiologismo, à banalização à impunidade, pelo apoio à violência
urbana e rural, à degeneração da família, em especial ao apoio à ideologia de
gênero e ao aborto, ao desrespeito aos princípios religiosos e aos seus símbolos
sagrados, entre outras tantas demonstrações de afrontas aos princípios administrativos
e humanitários, conforme mostram os fatos à saciedade.
Em
razão, da imperiosa e cuidadosa avaliação que se exige para a escolha entre
duas correntes de homens públicos, cada qual com os seus malefícios pessoais, ante
à existência da inevitável polarização entre direita e esquerda, resta aos
brasileiros a única opção, na próxima eleição, pelo voto ao candidato que seja
o menos pior para se evitar a maior desgraça para o futuro do Brasil, mesmo se
conhecendo que ambos não são dignos da plena confiança quanto à satisfatoriedade
aos princípios republicanos, que devem e precisam ser levados em conta no exato
momento de grandeza de um país, que é a escolha do seu presidente.
Ante
o exposto, urge que os brasileiros honrados e dignos exijam dos homens públicos
respeito aos princípios sagrados da República, no sentido de não se permitir que
corruptos, renomados ou não, que já tenham sido julgados e condenados ou não
pela Justiça, bastando apenas que tenham processos penais pendentes decisão
judicial, sejam considerados inaptos para a vida pública, a quem não se deveria
reconhecer o direito nem de se candidatar, em respeito à importância do voto e à
honradez do seu titular.
Brasília,
em 23 de julho de 2022
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