O presidente do país enfatizou,
de forma de questionamento bem clara, que, "Quando o Adélio me
esfaqueou, ninguém falou que ele era filiado ao PSOL. Agora, o que eu tenho a
ver com a com esse episódio (de Foz do Iguaçu)?".
O presidente do país admitiu, em
argumento, que há polarização no país e ressaltou que é contra a violência,
tendo afirmado o seguinte: "Eu sou contra qualquer ato de violência. Eu
já sofri disso na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Está
polarizada, a questão. Agora, o histórico de violência não é do meu lado. É do
lado de lá".
O presidente do país insistiu em
afirmar que não pode ser culpado por episódios de ódio no país, porque "Eles
querem me criminalizar o tempo todo. Tentando bater na mesma tecla, como se eu
fosse responsável pelo ódio no Brasil. Pelo amor de Deus. Só falta daqui a
pouco ter briga de torcida e me criminalizar também".
Quanto ao caso em si, o boletim
de ocorrência cita que, antes de atirar contra a vítima fatal, o assassino rondou
o local e gritou palavras de ordem como: "Aqui é Bolsonaro".
Depois que o agressor atirou, a
vítima ainda teve tempo de disparar de volta.
O agressor se encontra internado
em estado grave, em hospital, cujo boletim médico afirma que o estado dele é estável.
Na verdade, o presidente do país pode
não ter nada diretamente com o deplorável assassinato em causa, mas a pergunta em
causa poderia ter sido respondida em nível de estadista de verdade, de modo a
expressar o sentimento tranquilizador que todos os brasileiros esperam de chefe
do Executivo que tem o dever de primar pelas segurança e ordem públicas, no
sentido de demonstrar a preocupação dele com esse estado de violência travado
entre seus apoiadores e os adversários políticos.
Se o presidente da República
tivesse o mínimo de sensibilidade humana, ele seria a pessoa mais indicada para
liderar campanha de pacificação dos ânimos dos brasileiros, no sentido de
mostrar a imperiosa necessidade da prática política somente com o emprego da tolerância
e compreensão, de modo a se procurar o respeito ao direito de cada cidadão
puder defender suas ideais, na melhor forma das liberdades individual e de
expressão, em sintonia com os saudáveis princípios democráticos.
Aliás, compete ao presidente do
país ser o primeiro e o principal agente público a mostrar à nação o correto caminho
a ser seguido por todos os brasileiros, no sentido da imperiosa necessidade do
respeito aos princípios de civilidade e cidadania, como forma de construção do tão
ansiado desenvolvimento do Brasil, inclusive no que se refere à prática das
atividades políticas.
Em todos os país evoluídos e
civilizados, é princípio de nobreza o respeito aos direitos individuais, quanto
à liberdade da defesa de ideário político-partidário, porque isso faz parte da
vida moderna, onde a democracia precisa imperar na sua plenitude, não
importando a qualidade dos políticos em atividade, que têm apoio de seguidores comprometidos
normalmente com ideologia na qual eles acreditam e, então, por que não defende-la
apenas no sentido construtivo, com respeito aos princípios da tolerância e da
individualidade?
Enfim, o presidente da República
tem tudo a ver, sim, com a premência de se encontrar mecanismos de mediação capazes de
se encontrar, o mais rapidamente possível, a retomada do caminho da união, da
paz e da harmonia entre os brasileiros, porque a sua omissão não condiz com o
verdadeiro estadista que tem o dever constitucional de manter a ordem, a tranquilidade
na nação, uma vez que isso é condição essencial ao desenvolvimento do Brasil.
Ante o exposto, apelam-se por que
o presidente da República se conscientize, ante o clima intenso de animosidade
político-partidária, sobre a necessidade
da urgente mobilização da sociedade brasileira, quanto à imprescindibilidade do
desarmamento dos ânimos de extrema exaltação, de modo que seja mostrada a
importância da prática da tolerância, do diálogo e do respeito aos direitos das
liberdades democrática e de expressão, com embargo das duras críticas e agressões,
uma vez que estas não condizem com os salutares princípios de civilidade e
cidadania.
Brasília, em 13 de julho de
2022
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