Em
vídeo que mostra a imagem de cabine de um trem, segue a mensagem segundo a qual
diz que “Em Luxemburgo, o transporte público é gratuito para toda a
população.”.
Na verdade, a informação é real, no sentido de
que o transporte público é gratuito para a população que não paga pelo uso dele,
mas o fundo disso é absolutamente enganoso, falso mesmo, porque não é bem isso,
diante da sua verdade real, conforme se explica a seguir.
Em
nenhum país, tem transporte de graça, porque o sistema não funciona se não
houver fonte suficiente de recursos apropriados para suportar os custos da sua
elevadíssima manutenção, como a aquisição dos veículos pertinentes - ônibus,
trens, etc. -, o pagamento do pessoal, dos combustíveis e das demais despesas operacionais
do sistema de transportes públicos.
Acontece
que os recursos são provenientes do orçamento público, que cuida de alocar os
valores apropriados e necessários, que são provenientes dos tributos cobrados
dos contribuintes, que podem ser usuários ou não, mas que são obrigados ao
pagamento de encargos destinados ao transporte público.
Ou
seja, não se trata de transporte gratuito, mas sim da dispensa do pagamento do
bilhete correspondente, porque ele já foi pago por meio dos tributos pagos por
toda sociedade.
Trata-se
de medida própria de governo certamente inteligente, competente e eficiente, que
cobra tributo mais elevado da população e administra muito bem, por meio do
orçamento, as despesas com saúde, educação, segurança, infraestrutura etc.,
inclusive transportes para a população, entre outros benefícios administrados
pelo governo, que têm a sua incumbência legal.
Se,
no Brasil, os governantes tivessem o mínimo de racionalidade e bom senso, no
emprego de recursos públicos, poderia planejar normalmente medida nesse
sentido, na prestação de serviços públicos de qualidade à população, sem
necessidade de se pagar absolutamente nada, justamente porque, embora a carga
tributária brasileira seja reconhecidamente umas das mais pesadas do planeta, o
desperdício de recursos públicos é de tamanha monta que não sobra dinheiro
sequer para os serviços essenciais e de qualidade, como existem nos países
evoluídos, também em termos de gastos públicos.
Enfim,
a gestão dos recursos públicos em Luxemburgo é exemplo para o mundo e especialmente
para o Brasil, que ainda se encontra engatinhando, em termos de planejamento
com as despesas públicas, que são aplicadas de maneira empírica, em meio de
notórios desperdícios, em detrimento, em especial, da população.
Na
verdade, a população é a culpada pelo subdesenvolvimento do Brasil, também nesse
particular, justamente pelo seu conformismo com as mazelas que grassam soberana
e generalizadamente, sem que seja feito qualquer movimento de reivindicação,
com vistas à imprescindível mudança do status quo, no esforço de
modernidade na gestão pública, que traria significativos benefícios para a
população.
Enfim,
que fique muito claro que não existe transporte público gratuito em lugar algum
do mundo, muito menos em Luxemburgo, mas sim competência, eficiência e
efetividade na gestão dos recursos dos contribuintes, princípios estes que ainda
são desconhecidos pelos governantes e população brasileiros.
Brasília,
em 17 de julho de 2022
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