segunda-feira, 28 de julho de 2025

Tarifaço

 

Um deputado federal licenciado criticou o governador de São Paulo, precisamente por ele tentar encontrar solução para o tarifaço aplicado aos produtos exportados pelo Brasil, sem envolver a pauta da anistia ao pai dele. 

Ele disse que "É hora de os homens tirarem os adultos da sala", certamente em alusão à fala daquele governador, que afirmou que sua gestão tem articulado, junto a parlamentares e empresários, nos EUA, "de forma profissional, silenciosa, para ver se conseguimos atenuar esses efeitos. Quando a gente fala em soberania, a pior agressão à soberania é a divisão interna. A divisão interna é o que enfraquece o país. Então, se a gente não botar a bola no chão, não agir como adulto e não resolver o problema, quem vai perder é o Brasil".

O governador também se referiu indiretamente ao governo federal brasileiro, tendo dito que, hoje, há tendência de se "tirar proveito político de tudo e que nunca vamos fortalecer o assalariado prejudicando o empregador - uma resposta ao ‘nós contra eles’".

O deputado licenciado frisou que a carta do presidente norte-americano, anunciando o tarifaço, citava suposta perseguição política contra o último ex-presidente brasileiro.

A bem da verdade, esses dois casos citados não se associam, exatamente porque eles são distintos dos objetivos pretendidos, à vista de a penalidade atingir diretamente os produtos brasileiros e a questão política ser de caráter pessoal, envolvendo interesse pessoal.

Diante disso, o parlamentar entende que não há como negociar a citada sobretaxa sem tratar do aspecto político envolvendo o ex-presidente e outros réus investigados pela suposta trama golpista.

O certo é que o parlamentar apela, dizendo que "Desconfie de quem se mostra preocupado com a (omiti o nome) e não fala dos presos políticos ou crise institucional, ignorando a carta do (omiti o nome) que é expressa na solução do problema. Estão te enganando, jogando para a plateia e prolongando o sofrimento de quem dizem defender".

O parlamentar também atacou o governador do Paraná, por ter dito que o presidente norte-americano "não pegou o Brasil para discutir esse assunto por causa de (o ex-presidente brasileiro). "(O ex-presidente) não é mais importante que a relação entre Brasil e Estados Unidos".

Enquanto o parlamentar ressaltou que "(o presidente americano) postou diversas vezes citando (o ex-presidente), fez uma carta onde falou de (o ex-presidente), fez declarações para a imprensa defendendo nominalmente o fim da perseguição a (ex-presidente) e seus apoiadores. Desculpe-me governador (do paraná), mas ignorar estes fatos não vai solucionar o problema, vai apenas prolongá-lo ao custo do sofrimento de vários brasileiros. Imagino os americanos olhando para este tipo de reação e pensando: o que mais podemos fazer para estas pessoas entenderem que é sobre (omiti o nome), seus familiares e apoiadores como expresso na carta, posts e entrevistas de (presidente norte-americano?"

A acalorada discussão sobre a validade das medidas adotadas pelo presidente norte-americano contra o Brasil, em especial o tarifaço, tem o condão de revelar a irracionalidade e a monstruosidade em se tentar solução para caso de menor importância em algo especial, particular, ao se colocar a importância e o prestígio de político bem acima dos interesses nacionais.

Não há a menor dúvida de que tem muito a ver diretamente com o caso do ex-presidente brasileiro, que é alvo de investigação por conta de possível envolvimento dele com casos de suspeitas sobre golpe de Estado, a aplicação de tarifaço aos produtos brasileiros, embora haja quem se refira também às ameaças dos Brics de substituir o dólar por outra moeda para o câmbio comercial de exportações.

Enfim, desgraçadamente, o deputado licenciado insiste que nada seja feito na tentativa de alterar a aplicação da penalidade ao Brasil, com a gigantesca sobretaxa, porque a medida se refere diretamente ao imbróglio envolvendo o pai dele e nada deve ser alterado nem sequer negociado enquanto não houver alteração que leve à anistia ao principal político da oposição brasileira e aos demais implicados com as investigações em casos semelhantes.

Na realidade, só o fato de se implorar pelo reconhecimento de que o Brasil e não o responsável por atrocidades ter sido dura e injustificadamente penalizado por crime que não praticou já mostra tão grande o grau da insensatez diante algo absurdamente sem sentido, em termos de relações entre países evoluídos, que somente eles devem tratar diretamente dos assuntos de seus interesses.

Pensando assim, o fato em si já demonstra inominável e irracional maldade, para não caracterizar isso de brutal traição ao Brasil, forma perversa e maldosa de tramar contra os interesses do Brasil, imaginando que, se o parlamentar estiver certo, o tarifaço somente aconteceu por conta da ação direta dele, em pedido de ajuda relacionada com o interesse direto dos projetos políticos do clã da família, que não têm qualquer vínculo com as causas nacionais.

Na prática, se confirmado que o deputado agiu em defesa de conveniência pessoal, contrariando os interesses nacionais, entre Brasil e Estados Unidos, não se compreende quem, nesse estarrecedor e vergonhoso escândalo, teria agido com maior grau de despudor, insensatez, imprudência e irresponsabilidade, se o parlamentar brasileiro ou o governo norte-americano, por ele adotar medida extremamente contra país amigo, sem a devida motivação suficientemente capaz de justificar a sua vinculação com interesse do Estado, senão do atendimento de pedido pessoal com ligação meramente à amizade pessoal, na forma defendida pelo político tupiniquim.

Enfim, a realidade é que os estragos poderão ser incalculáveis à economia brasileira, com enorme reflexo negativo às atividades produtivas do país, sem que se vislumbre qualquer alternativa para a busca do problemão, salvo a possibilidade de se negociar os produtos pertinentes para outros países, algo que não é tão fácil assim.

Por seu turno, diante dessa tragédia, que envolvem insolúveis transtornos aos interesses do Brasil, urge que se apurem as devidas responsabilidades, para a adoção das medidas cabíveis.     

Em termos de seriedade e decência, estritamente nos sentido de civismo e patriotismo, é dever dos brasileiros repudiarem, com veemência, a atitude do congressista brasileiro, propugnando por aplicação de penalidades cabíveis a ele, inclusive com a sua exclusão definitiva da vida pública, à vista da evidência da materialização de atos extremamente prejudiciais aos interesses do Brasil e dos brasileiros.  

Brasília, em 28 de julho de 2025

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