O
presidente da Venezuela acaba de anunciar que o governo daquele país assume o
controle de uma rede privada de supermercados, usando o pretexto de que havia
sido travada uma "guerra econômica"
e a ocultação de alimentos da população.
O
mandatário venezuelano não esclareceu se a medida será seguida da expropriação
da citada rede, se haverá indenização aos proprietários ou se o governo se
limitará a assumir a administração - de forma provisória, ou permanente -, mas ele
ressaltou que os direitos trabalhistas dos funcionários estão garantidos.
Antes
dessa truculenta medida ditatorial, o governo venezuelano havia interditado a rede
de supermercados Día a Día, que tem 36 lojas no país, tendo declarado preso o diretor-geral
desse estabelecimento, sob a acusação de "boicote e desestabilização" da economia.
O
presidente bolivariano declarou, em ato público, que "A partir de amanhã (sábado), a Pdval (Productora y Distribuidora
Venezolana de Alimentos) assume todos os
serviços dessa rede que estava em guerra com o povo".
As
aludidas ações integram estratégia presidencial contra o que o governo
classifica de "guerra econômica",
à vista do enfrentamento pelo país da grave escassez de alimentos, remédios e
diversos produtos básicos.
Segundo
o presidente daquele país, a situação é provocada pelos setores privados que
escondem alimentos e produtos para manter o "povo irritado, sofrendo". O objetivo seria, de acordo com o mandatário
venezuelano, estimular onda de insatisfação contra o governo.
Esse
episódio nada mais é do que o reflexo da inevitável exposição da crônica gravidade
da falta de abastecimento que afeta o país, devido à incapacidade da produção
para atendimento do consumo interno, por consequência das políticas de
socialização que reduziram drasticamente os investimentos públicos e privados
no parque industrial do país, causando escassez que somente seria suprida se
também não houvesse a crise do petróleo, que contribuiu para diminuir a entrada
de divisas.
Os mencionados
fatos mostram, com letras visíveis, a materialização mais do que substancial da
decadência do socialismo bolivariano, tão bem admirado e aplaudido por muitos
simpatizantes tupiniquins, que batem palmas para a ditadura venezuelana e a
apoia e a incentiva.
É
estranho se perceber que os simpatizantes tupiniquins do socialismo bolivariano
se comprazem com as práticas de dominação do governo pelo povo, sem terem a
menor sensibilidade quanto às agruras e às crueldades que aquele sistema é
capaz de submetê-los e ninguém desses pseudossocialistas se atreve a se colocar
na situação do povo daquele país, que, além de ser obrigado a aturar a terrível
falta de alimentos e de outros gêneros de primeira necessidade, é privado das
liberdades individuais, não tendo direito a se expressar livremente, eis que,
no governo socialista, não são respeitados os salutares direitos humanos e os
princípios democráticos.
É de suma
importância que os brasileiros, ajuizados e cônscios sobre os temas tormentosos
político-sociais, tomem conhecimento dessa tragédia que se desaba sobre o povo
venezuelano, que, apesar dos pesares, merece, com plenos méritos, passar por
tamanho sofrimento e imensurável humilhação pela privação de toda ordem –
alimentos, produtos de primeira necessidade, remédios etc. -, em completa
dissonância com as condições de dignidade compatível com o ser humano,
justamente porque ele, o povo fanatizado daquele país, foi fisgado pelo
populismo exacerbado de caudilho obcecado pelo poder, tendo conseguido que a
sua ideologia fosse abraçada com a maior idolatria em defesa de governo
populista ao extremo, exatamente para angariar a simpatia da população menos
informada sobre os perigos das “bondades” decorrentes do assistencialismo
explícito, a exemplo do que ocorre no momento com o Bolsa Família.
As consequências são deveras lastimáveis para
a população, porque o objetivo da dominação foi amplamente concretizado, com a
implantação do sistema socialista, que não tem retorno, salvo se o povo se
rebelar contra o governo tirano, em verdadeiro processo violento à custa de muito
sangue e muitas vidas, que poderiam ter sido evitadas caso a população tivesse
a sensibilidade de prevê que chegaria ao topo de terrível crise generalizada de
abastecimento, de falta de liberdade e de democracia e bem longe do progresso e
do desenvolvimento, que foram tragados pelo pernicioso sistema bolivariano.
Pobre
povo venezuelano, que não atinou, quando era possível, que o regime socialista
só podia resultar na lamentável situação em que ora se encontra o país,
completamente incapacitado para oferecer condições dignas e humanas à população,
cujo governo fragilizado e impotente é levado a promover intervenção, de forma
truculenta, arbitrária e tirana também no comércio, sob argumentos sem o menor
fundamento nem plausibilidade, na vã tentativa de controlar a comercialização
de produtos à população, em cristalina extrapolação das atividades primaciais
do Estado, que somente poderia exercer função nesse sentido nas condições
inerentes ao execrável regime socialista, onde o Estado pode tudo, inclusive
intervir na iniciativa privada, para acudir a incompetência e a precariedade da
administração do país.
Os
brasileiros precisam atentar para o fato de que o processo de destruição da
Venezuela teve origem exatamente na aproximação do governo Chavista com a
população pobre e carente, sob a extremada disseminação do sistema populista e
caudilhista, com o endeusamento do ex-presidente, como sendo ele o
todo-poderoso, o dono do poder, que foi habilíssimo com as práticas
assistencialistas, justamente para atrair a confiança e a simpatia das camadas
carentes para o seu projeto de governo, que foi denominado bolivariano e
representa o falido, anacrônico e subdesenvolvido regime socialista, que não
consegue sobreviver depois de ter tomado e consumido as riquezas da sociedade
endinheirada.
O
presente alerta é de suma importância porque o governo tupiniquim vem
utilizando idêntico processo com as camadas sociais pobres e carentes do país,
com o fito de mostrar “preocupação” com a chaga da fome, na tentativa de
ressaltar suas “bondades” e “generosidades”, mas, na prática, a verdade dessa
aproximação com a pobreza não passa de preparação para facilitar a adesão do
povo à vontade do governo na implantação do regime socialista no Brasil, nos
moldes do que foi feito na Venezuela, que agora a população em geral daquele
país se encontra numa terrível encruzilhada sem saída, se não ser obrigada à
submissão às precariedades e às dificuldades oferecidas pelo desastrado governo
de incompetência, descrédito e desmoralização.
É
evidente que os brasileiros têm suficientes condições para evitar que o país
continue no caminho da desgraça e da tragédia que ora predominam no país
bolivariano, convindo se rechaçar e repudiar as deploráveis iniciativas de
cunho extremamente populista adotadas pelo governo brasileiro e se exigir que
os programas sociais sejam transformados em políticas de verdadeira assistência
à população carente, ficando terminantemente proibida a sua vinculação a fins personalíssimos,
eleitoreiros ou partidários, sob pena de responsabilização dos governantes que
contrariarem a essência de tão importante programa assistencial para as
famílias que realmente comprovarem carência econômico-financeira. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de fevereiro de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário