O grupo separatista Movimento São Paulo Independente
(MSPI) realizou ato no dia do aniversário da cidade, nas imediações do
Obelisco do Ibirapuera, monumento que simboliza a história de luta do exército
paulista na revolução constitucionalista de 1932.
O movimento separatista paulista já é antigo e vem
ganhando novos adeptos com o passar do tempo, a exemplo da ampliação ocorrida na
última eleição, que contou com a incorporada da voz ativa de um deputado eleito
por São Paulo, integrante do PSDB, que fez uso das redes sociais para disseminar
sua contrariedade com a reeleição da presidente petista e defender a separação de
São Paulo do país.
No momento, existe notório descontentamento com o
governo federal petista, o qual tem sido um dos principais argumentos de
insatisfação dos separatistas, em que pese a capital do Estado ser governada
por prefeito também petista e governador do PSDB, com a hegemonia há mais de 20
anos.
Os separatistas alegam como principal argumento de
defesa da pretendida autonomia política de São Paulo o fato de aquele estado
ser o mais desenvolvido do país e “sustentar” muitos estados com os impostos
arrecadados pela União, fruto da sua produção, sem haver o devido retorno, pelo
menos, de parte do montante arrecadado naquele estado.
Não há a menor dúvida de que essa “guerra fria” é
decorrente da evidente distorção existente no sistema tributário nacional, que,
de tão desatualizado e anacrônico, suscita constantes acusações sobre possíveis
injustiças na distribuição entre os estados e os municípios dos valores
arrecadados com origem na produção daquele ente federativo, cujo mecanismo pode
beneficiar algumas unidades da federação e prejudicar outras, tudo em razão da
falta de reforma do aludido sistema tributário, que precisa ser aperfeiçoado,
aprimorado e modernizado, à luz da evolução e do desenvolvimento socioeconômico
do país.
Essa ideia de separação parece ser excelente, mas tão
somente para aproveitá-la para a separação do Brasil inteiro do próprio Brasil,
aproveitando o ensejo para a criação de um país totalmente renovado, tendo como
principal premissa a proibição de não se aproveitar absolutamente nenhum homem
público que esteja exercendo ou já tenha exercido cargo público eletivo, os
quais ficam terminantemente impedidos de ocupar cargos públicos eletivos nos Poderes
do Executivo e Legislativo, compreendendo a União, os Estados e Municípios.
O país novo poderia ter o nome que representasse uma
nação forte, tendo como fundamento principal o imperativo respeito aos
princípios da dignidade, da honorabilidade, do decoro, da moralidade, da ética,
da transparência e do bom caráter na prática das atividades
político-administrativas.
A nova nação continuaria com a mesma estrutura física
e geográfica atual, com a grande diferença de que ela passaria a ser governada
e administrada sob os auspícios exclusivos da consecução dos conceitos
republicano e democrático no sentido da valorização e da priorização da
melhoria das condições de vida da população, mediante a execução de políticas
públicas visando, com exclusividade, à satisfação das necessidades da
sociedade, por meio da prestação de serviços públicos de qualidade e do fomento
de mecanismos de desenvolvimento, com embargo, de forma expressa, das espúrias
práticas políticas direcionadas ao atendimento de interesses pessoais e
partidários, objetivando a abominável, perniciosa e espúria perenidade no
poder, modelo esse que foi capaz de empurrar o Brasil para as trevas da
incompetência administrativa e das trágicas corrupções que contribuíram para a
desestruturação e desorganização da administração do país, conforme mostram os
fatos deletérios.
Os brasileiros precisam se despertar da terrível
letargia que os impede de se conscientizar, com o máximo de urgência, de que o
país se encontra no fundo do poço da governança, em evidente demonstração de
que as atividades político-administrativas estão funcionando com enormes
precariedade e deficiência, sem a menor perspectiva de melhoras em curto ou
médio prazo, a exemplo da previsão de que o Produto Interno Bruto deste ano é
igual a zero, ou seja, não haverá crescimento econômico no país.
Urge
que o Brasil seja passado a limpo e a única maneira da efetivação dessa medida
começa com a mobilização da sociedade, que tem plenos poderes para promover a
separação do país dele e a sua imediata recriação, tendo como pressupostos e
parâmetros os salutares princípios da competência, eficiência, dignidade,
honestidade, legalidade, moralidade e tudo o mais que não compactue com as
práticas político-administrativas anacrônicas, obsoletos e perniciosos aos
interesses da população, por serem as causas maléficas que estão contribuindo
para o notório subdesenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 08 de fevereiro de 2015
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