Na
pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, destinada ao levantamento de intenção
de voto para o primeiro turno da eleição
presidencial de 2022, divulgada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo,
foram apontados os seguintes resultados: Lula: 41%; Bolsonaro: 23%; Sérgio Moro: 7%; Ciro Gomes:
6%; Luciano Huck: 4%; João Dória: 3%; Mandetta: 2%; João Amoêdo: 2%; e Brancos/nulo/nenhum
candidato:
9%; Não sabem:
4%.
O
Datafolha também fez a mesma consulta, sob o modelo de espontânea manifestação de
voto, no 1º turno, cujo resultado foi o seguinte: Lula:
21%; Jair Bolsonaro: 17%; Ciro Gomes: 1%; outros: 2%; Brancos/nulos/nenhum
candidato: 8%; Não sabem: 49%.
O
instituto consultou os eleitores sobre a sua votação no 2º turno, tendo obtido
o seguinte resultado: Lula: 55% e Bolsonaro: 32%.
Quanto
ao quesito rejeição, foram obtidos os seguintes índices: Bolsonaro: 54%; Lula:
36%; Dória: 30%; Huck: 29%; Moro: 26%; Ciro Gomes: 24%.
O
Datafolha esclarece que o petista tem a intenção de votos de eleitores de menor
renda e escolaridade.
O
petista tem 51% das intenções de voto entre os entrevistados que declararam ter
ensino fundamental e 47% na faixa de renda de até dois salários mínimos.
O
índice de intenção de voto cai para 30% entre quem declarou ter ensino superior
e 18% na faixa de quem tem renda maior do que dez salários mínimos.
Outra
constatação praticamente natural diz respeito aos votos do Nordeste, que continua
sendo o maior reduto eleitoral do petista, chegando 56% de intenção.
O
presidente do país, de acordo com a pesquisa, tem 36% de intenção de votos entre
os entrevistados que declararam estar vivendo normalmente, mesmo com a pandemia,
enquanto nessa mesma faixa do eleitorado, o petista tem 33%.
As
pessoas entrevistadas que estão mantendo as recomendações de isolamento social,
58% disseram que apoiam o candidato do PT e 8% estão com o atual presidente.
O
atual presidente tem apoio forte de homens, em 29%, entre os que declararam ter
o ensino médio completo, com 26%, e entre quem tem renda de cinco a dez
salários mínimos, com 30%.
O
resultado da pesquisa aponta que o presidente do país perde para o petista em
todas as regiões brasileiras, mas tem melhor desempenho no Sul e no
Centro-Oeste/Norte, com 28%.
Na
disputa entre os evangélicos, o presidente tem a simpatia de 34% das intenções
de voto, enquanto o petista conta com 35%, ou seja, eles estão tecnicamente empatados,
pelos critério usado na pesquisa.
O
referido instituto informa que a pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 12
deste mês, em 146 cidades, tendo entrevistado 2.071 pessoas.
Em
primeiro plano, parece ser muito pouco influenciável a presente pesquisa,
diante da sua notória diminuta abrangência, de apenas 2.071 pessoas, em apenas
146 municípios, quando há o universo de mais de 150 milhões de eleitores e
5.7584 municípios brasileiros, levando-se a acreditar que maior participação de
municípios e pessoas pode levar a resultados muito mais confiáveis e seguros
quanto ao que realmente se pretende, que é a avaliação, na atualidade, sobre o
clima da preferência de eleitores.
A
meu sentir, a pesquisa reflete o sentimento dos eleitores consultados, no sentido
de que a intenção de voto ao presidente do país tem muito a ver com a sua ojeriza
ao real e efetivo combate à pandemia do coronavírus, com a sua ostensiva
insensibilidade à gravidade da doença e à extrema agressividade àqueles que, de
alguma forma, procuram proteger a vida dos brasileiros, em total contrariedade
ao que se poderia esperar do governo federal, em termos de sentimentos humanitários
compreendidos com a distensão dos melhores tratamentos, com vistas aos cuidados
necessários ao combate à doença, sobrelevando, para tanto, o diálogo e a
convergência de esforços das autoridades da federação, em forma de irmandade e
união com esse único propósito, em especial, por haver o envolvimento de vidas
humanas que precisam ser salvas, em caráter emergencial, que são medidas
essenciais exigidas de todos governos, por mais medíocres que sejam, porque a
saúde e a vida estão muito além de desavenças ou planos político-eleitorais ou
ideológicos, como o que sendo observado até o momento.
No
momento, o que se percebe é o mau desempenho do governo federal em diversas
frentes das ações da incumbência do Estado, exatamente porque as políticas
públicas que contavam com algum consenso nacional e reconhecimento da crítica internacional
foram substituídas pelo improviso, pelo obscurantismo, pelo negativismo, e pela
incompetência administrativa, fortemente adjutoradas por cristalino viés
ideológico reacionário, a serviço sabe-se de quem, mas muito menos do interesse
dos brasileiros, que estão cada vez mais pagando por erros que poderiam ser
evitados, em nome do bom senso e da racionalidade e da eficiência na gestão pública.
Custa
acreditar que as insensibilidades administrativa e humana não sejam enxergadas,
a tempo de se perceber que tem sido desastrosa para os brasileiros a gestão do principal
órgão incumbido das políticas prioritárias da saúde pública, que fez companhia
ao presidente do país e também se ausentou da sua responsabilidade em trabalhar
ferozmente na linha de frente do aguerrido combate à pandemia, quando sequer
ouve-se o nome do Ministério da Saúde, que teria a importância de atuação em todos
os quadrantes do país, levando o socorro para a população, mas a sua relevância
se resume na omissão, conforme mostram os fatos.
Com
a CPI da Covid em funcionamento no Senado Federal, certamente que o custo
político dos desatinos do presidente do país, na pandemia do coronavírus, e da notória
incompetência administrativa do general à frente da Saúde, será altíssimo para
quem pretende se reeleger, a exemplo do que acaba de ser mostrado pela pesquisa
em comento, dando a entender que o desastre ocorrido na saúde pública pôs nas
alturas a possibilidade de recondução ao trono presidente o seu principal
condutor, que foi absolutamente incapaz de atinar sobre o verdadeiro valor da
saúde e da vida dos brasileiros.
A
pesquisa, por outro ângulo de visão, deixa cristalino o sentimento dos entrevistados
quanto ao que se pretende para a administração do
Brasil, hoje e sempre, ao sinalizarem que eles se satisfazem com o retorno de homem
público completamente deformado e decadente moral, administrava e politicamente
ao poder, quando, diante da condição da suspeita do seu envolvimento em vários casos
irregulares, dando conta da participação dele em atos de corrupção, o que pode
suscitar, em princípio, falta de honorabilidade para o exercício de cargo público
eletivo.
O
passado tenebroso de suspeitabilidade quanto à prática de atos irregulares contra
a administração pública, em termos de moralidade e probidade, afeta
frontalmente o exercício de cargos públicos eletivos, porque o político não conseguiria
preencher os principais requisitos de conduta ilibada e decência na gestão
pública, ante a necessidade de imaculabilidade pessoal para a prática de
atividades públicas e políticas, evidentemente assim pensando se o Brasil fosse
sério, à vista do que pensam as pessoas consultadas.
Esperava-se
sim que os brasileiros não aceitassem mais essa pouca-vergonha de ser governado
por pessoa que não tem condições de provar a sua inocência perante o Poder
Judiciário, à vista de já ter sido condenado à prisão justamente pela prática
dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, cujas sentenças
tramitaram em diferentes instâncias da Justiça, que confirmaram, à unanimidade,
os veredictos, tendo por base a força probante das provas materiais constantes
dos respectivos autos, embora as decisões judiciais tenham anuladas pelo
Supremo Tribunal Federal, não por mérito quanto aos fatos denunciados, mas por
falta de competência jurisdicional, o que vale dizer que os fatos inquinados de
irregulares continuam com plena validade, a exigirem que o político, enquanto
não provar em contrário, continua sob suspeita da prática de graves crimes
contra a administração, não preenchendo os requisitos de cidadão probo, fato
que o impediria de representar o povo.
Diante
de tantos desastres havidos na gestão pública brasileira, com a prevalência de
esquemas miraculosos e vergonhosos, com o envolvimento de recursos públicos, a exemplo do mensalão e do petrolão, inclusive
para os fins vergonhosos do financiamento de milionárias campanhas eleitorais,
em benefício de partido político, e compra da consciência de inescrupulosos parlamentares,
entre muitas outras deprimentes falcatruas, protagonizadas por governos recentes,
jamais se poderia imaginar que líderes patrocinadores e mentores dessas esculhambações
contra os interesses dos brasileiros e do patrimônio nacional pudesse voltar à
vida pública, não por vontade pessoal, mas sim por se pensar na dignidade do
povo, que deveria ter vergonha na cara em dizer que vota em quem não tem moral nem
para representar a si próprio, ante a incompetência de provar a legitimidade
dos seus atos na vida pública, tanto que foi condenado à prisão por não
conseguir provar, por meios válidos, que é inocente.
Urge
que os brasileiros se conscientizem, por especial, em nome da sua
responsabilidade cívica e patriótica, no sentido de somente permitir que o
Brasil seja governado por quem provar, por meios juridicamente válidos, as condições
exigidas de conduta acima de quaisquer suspeitas e comprovada observância aos salutares
princípios da ética, da moralidade, da dignidade, da honorabilidade, entre
outros que destinem à confirmação da sua imaculabilidade na vida pública,
porque, do contrário, o sentimento de desmoralização é o pior que se pode ter,
com o Brasil sendo comandado por pessoa que coleciona suspeitas da prática de
atos irregulares, mas brasileiros compreendem que isso é simplesmente normal,
ficando patente não somente o péssimo sentimento de cumplicidade, mas acima de
tudo a concordância com eventuais atos criminosos .
Brasília, em 13 de maio de 2021
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