quinta-feira, 2 de maio de 2024

Triste realidade

 

Em vídeo que circula nas redes sociais, uma mensagem poderosa ressalta múltiplas qualidades do último ex-presidente do país, dizendo que ele somente foi capaz de praticar o bem para os brasileiros, tendo ensinado, em especial, o amor à família, à pátria e a Deus, de modo que o seu o seu perfil de homem público foi capaz de revolucionar a imagem do estadista, por meio de ato exemplares para os brasileiros.  

Na mensagem constante do vídeo, aquele político representa o verdadeiro gênio de poderes mágicos que foi capaz de realizar gigantescos milagres, na intrépida e exata descrição do que ele teria deixado como legado para os brasileiros.

À luz desse empolgante e revigorante elenco de benemerência que tem o poder de tornar pessoa comum em verdadeiro herói nacional, o que seria natural à ilação sobre somente a aceitação senão de final feliz, condizente coerentemente com a importante e deslumbrante narrativa extremamente nacionalista e de mil maravilhas pretendidas pelos brasileiros, como algo jamais visto nas terras tupiniquins, em que estariam refletidos na pessoa dele todos os resultados das bondades e dos benefícios políticos enaltecidos, em letras maiúsculas, no vídeo.

Não obstante, a realidade dos fatos reflete não o resultado coerente com a formidável descrição de político fantástico, mas sim outro completamente antagônico do que foi dito no vídeo, mas sim em coerência com o que foi semeado pelo protagonista principal, precisamente na forma do roteiro final que mostra os atributos desse herói fake, por refletir absolutamente tudo sobre ele, em exata contraposição dos fatos narrados na miraculosa invenção.

Tantas ideias arranjadas para a biografia política, que mostram o lado incompleto do realismo político, em que a figura de homem público é vista pela lente ampliada somente das bondades, merecendo, de forma lamentável, a omissão de episódios que têm importância capital no final inglório e tenebroso, que precisa sim que ele apareça e venha à tona, ante a sua importância como forma a justificar a deplorável que se encontra o Brasil, mergulhado nas profundezas sombras da incompetência, da desorganização, da desonestidade, das arbitrariedades, das inconstitucionalidades, entre tantas outras anomalias administrativas, conforme mostram os fatos.

Refira-se à sua visível “desidratação” como político desacreditado pela população e pelo sistema dominante, ao ser derrotado nas urnas, pasmem, por figura decrépita, desonesta, desmoralizada perante a sociedade que tem um pouco de brio na cara, em plena decadência de princípios, por ter sido destituída dos atributos exigidos na administração pública digna e séria, perante os princípios da conduta ilibada, idoneidade, honestidade, dignidade, moralidade, entre demais outras qualidades compatíveis com a verdadeira cidadania.

Dificilmente, político com tantos atributos valorosos como os elencados no vídeo teria final de governo tão pífio e desacreditado em final de governo, que precisou se silenciar, se recolher aos seus aposentos palacianos e fugir, para pedir proteção em outro país, antes do término do mandato, não tendo a dignidade de assumir as suas responsabilidade nem justificar as suas omissões, que custaram a entrega do governo à banda apodrecida da política brasileira, mesmo conscientíssimo da gravíssima crise institucional que imperava já desde o seu governo, sem ter a dignidade para justificar ou esclarecer os fatos deploráveis que lhe impuseram tamanho desprezo ao Brasil e aos brasileiros honrados.

Na altura dos acontecimentos, a importância de se trazer a verdade à reflexão dos brasileiros teria extraordinária contribuição para possível compreensão sobre o malogro de governo que somente pensa que teria feito somente bondade em benefício da população, quando há fatos que precisão vir à lume, porque eles são sim capazes de explicar o surgimento do sistema dominante, que se indispôs com o presidente da época.

É preciso que se vislumbre que jamais uma frente ampla de oposição teria sido instituída, com a fortíssima constituição por estrutura de sistema, muito bem formulado, para afastar alguém do poder, com a ajuda de organismos e instituições consolidadas e contrariadas com as investidas persistentes e agressivas, que se tornaram insuportáveis e definitivamente intoleráveis, cujas conclusões seriam o afastamento do então mandatário do poder.

Nessas condições, conforme mostram os acontecimentos, foi preciso habilitar o pior criminoso da face da Terra para liderar a ideia da retomada do poder, não importando nada que se relacionasse com os princípios da ética, da moralidade, da honestidade, da competência, da responsabilidade, da constitucionalidade, enfim, da decência na administração pública, de vez que estava em jogo era tirar do poder pessoa que se tornara non grata para o sistema.

Impende se ressaltar que a origem desse processo devassador do poder somente ocorreu, quer queira ou não, depois dos incontroláveis atritos entre o titular do Executivo e membros do poder Judiciário, que, incomodados com as terríveis e continuadas injunções políticas absolutamente desnecessárias, uma vez que o cerne do problema poderia ter sido resolvido por via legislativa, decidiram pôr freios às insanidades.

Convém ficar muito claro que não fossem as insistentes e doentias investidas do mandatário contra aquelas autoridades, certamente que nunca teria sido criado o nefasto sistema dominante, que tantas malignidades têm sido causadas aos princípios democrático e jurídico brasileiros, visto que nada justificaria a instituição de nada tão pernicioso à normalidade institucional, ainda mais e em especial em razão da completa incompetência da oposição que não consegue reagir contra as barbaridades protagonizadas por ele.

Há de se notar que não basta tão somente apontar algo de bom e benéfico que tenha sido realizado, na vida pública, por político, porque que isso até pode ter o seu mérito, mas apenas, como visto, circunstancial, quando um só fato pode ter contribuído para pôr tudo na lama, como indiscutivelmente aconteceu, com a decisão do sistema de tirar o então presidente do país do poder.

É imperioso que seja sopesado e avaliado o conjunto da obra realizada pelo político, quando atos particulares podem contribuir e até de forma decisiva como parâmetro para o balizamento do legado político, não somente os atos relevantes, como nesse caso das perigosas desavenças entre poderes da República, que conseguiram abalar as relações entre eles e, por certo, ditarem os destinos de uma nação e do seu povo, que foram mergulhados literalmente no maldito inferno do socialismo, com gravíssimas interferências nas liberdades individuais e democráticas dos brasileiros, conforme mostram os fatos já acontecidos.               

 Convém que os verdadeiros brasileiros se conscientizem sobre a imperiosidade de o último ex-presidente ter a dignidade de, a par de sobrelevar os seus feitos, reconhecer os seus erros praticados no governo, como aquele da maior gravidade, por ser de caracterização histórica, que diz sobre as voluntárias agressões entre principais autoridades do poder, cujas consequências desaguaram no estado deplorável da incompetência administrativas e abusos incontidos de autoridade, à vista do que mostram os fatos.   

Brasília, em 2 de maio de 2024

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