Um deputado estadual da Paraíba denuncia o corte de
verba do orçamento do Exército e de outras ações que prejudicam a região do Nordeste,
que enfrenta o quinto ano consecutivo de terrível estiagem, tendo como
consequência a falta de água, em razão da impiedosa seca dos mananciais.
Em todas as regiões do Nordeste, os relatos dão
conta de que a situação é calamitosa, diante da gigantesca dificuldade para o
abastecimento dos reservatórios que se encontram invariavelmente secos, quando
não são abastecidos por carros-pipa, na maioria deles sob a responsabilidade do
Exército.
Em muitas localidades, já é normal o enfrentamento
de perversos e rigorosos racionamentos, para se evitar o iminente adiamento
colapso no abastecimento, caso as chuvas demorem a chegar nos próximos meses,
mas o governo federal, ao invés de beneficiar os nordestinos, pode contribuir
para piorar ainda mais a situação deles, caso se confirme o corte de recursos
denunciados pelo parlamentar paraibano.
O mencionado deputado faz referência à declaração
recente do comandante do Exército, que se queixava do corte do orçamento para a
instituição, que deixou a corporação sem condições para a execução de importantes
trabalhos, entre tantos esse de suma importância de distribuição de água nas
regiões carentes do Nordeste.
Diante do fato, o deputado paraibano disse: “Ora, se o comandante (do Exército) vem se queixar de corte e afirma que o
trabalho de distribuição de água feito pelo Exército, no Nordeste, está
comprometido, devemos ficar ainda mais preocupados, porque hoje o trabalho de
distribuição de água pelo Exército é o que garante o mínimo de abastecimento
para milhares de pessoas que não têm alternativa para receber água senão dos
carros-pipa”.
O parlamentar lembrou o descaso do governo com a
região, em especial no que se refere ao combate à seca, uma vez que há verdadeiro
abandono do importante e principal empreendimento para o Nordeste, representado
pelo majestoso projeto de transposição do Rio São Francisco, que não há
previsão segura quanto à sua inauguração e efetiva operação.
Segundo
o deputado, o fato é que, “Apesar dos
apelos e da urgência da obra, a gente não tem do Ministério da Integração
qualquer informação sobre quais medidas estão sendo tomadas para resolver o
abandono da obra da transposição pela construtora Mendes Júnior, no Eixo Norte,
nos trechos 3, 4 e 8, na chamada Meta 1, que compreende toda aquela região de
Terra Nova até Salgueiro. A construtora abandonou o projeto desde junho passado
e até agora nada de concreto foi feito para resolver essa questão”.
É
absolutamente inconcebível que a insensibilidade e a irresponsabilidade
administrativas sejam incapazes de perceber a gravidade da crise que assola o
Nordeste, cujo sertanejo padece em razão da crônica falta de água, causada
exatamente pelo descaso dos governos federal, estaduais e municipais, que nada
fazem de concreto e efetivo para solucionar em definitivo a escassez do
precioso líquido.
A
verdade é que algum alento que ainda aparece na região não passa de medida
paliativa para minorar o sofrimento da população, mas mesmo assim ainda corre o
risco de paralisação, caso se confirme o corte em apreço.
Agora,
cortar verba do orçamento do Exército, exatamente no programa pertinente ao
abastecimento de água, constitui medida insana, inominável e extremamente
irresponsável, porque demonstra a potencialização do descaso e da somenos
importância ao povo nordestino, que não merece tamanha ingratidão por parte do
governo, que tem o dever constitucional de criar condições favoráveis ao
abastecimento de água aos sertanejos, que não podem ser sacrificados por
medidas de extrema irresponsabilidade, porque elas afetam a integridade física
e a saúde de milhões de brasileiros.
O
governo precisa rever, com urgência, a medida que objetiva o corte de recursos
destinados ao abastecimento de água para os nordestinos, porque ela representa não
somente irresponsabilidade administrativa, mas crime contra os sertanejos, que
não podem pagar pelas incompetências orçamentária e administrativa, diante da
indiscutível imprecisão no corte de verba considerada mais que prioritária e
extremamente imprescindível à vida dos nordestinos. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 14 de novembro de 2016
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