Diante
do desempenho do governo e dos resultados da administração do país, no que diz
respeito, em especial, à prestação dos serviços públicos, aos indicadores
econômicos e às reiteradas incidências de irregularidades com recursos
públicos, sob a responsabilidade de pessoa pública eleita em votação
majoritária, constata-se facilmente que, na verdade, os eleitores brasileiros não
são ignorantes, no dizer, alhures, do ex-presidente da República tucano, porque
parcela expressiva deles é apenas desinformada, que desconhece a realidade
sobre o governo e a forma deletéria como a nação vem sendo administrada.
Em razão disso, muitos eleitores são levados a votar em políticos que não
têm programas sérios e consistentes de governo para o país, mas sim mero
projeto com o viés de continuidade no poder, não importando os fins espúrios
para o atingimento dos meios, com pleno desprezo às políticas de eficiência e
desenvolvimento, a exemplo da resistência à promoção de reformas das estruturas
obsoletas, arcaicas e distanciadas da realidade brasileira, que já deveriam ter
sido aperfeiçoadas e modernizadas para o bem do país, que tem dificuldade para se
desenvolver, que não o conseguira se não houver urgentes reformas dos sistemas
tributário, previdenciário, administrativo, trabalhista, político, tecnológico,
eleitoral e todos aqueles que estão emperrando o progresso, entre outros,
econômico, social e político.
A verdade é que não haverá a retomada do crescimento se não houver a
extirpação dos entulhos próprios dos arraigados apegos à antiguidade
político-administrativa da politicagem reinante no país, que tem a feição
exclusivamente adequada à absoluta dominação da classe política e do poder,
como forma de atendimento aos propósitos pessoais e partidários, em evidente detrimento
dos interesses nacionais.
Certamente que os brasileiros precisam se conscientizar de que não é
correto se votar em candidatos que apenas priorizam, como metas de governo, a
transferência de renda às famílias carentes, porque, embora isso se trate de
medida importante, por contribuir um pouco para amenizar a falta de trabalho
digno e de melhores condições de vida que deveriam ser propiciados pelo próprio
governo, essa medida não constitui motivo capaz e suficiente para a vanglória de
se puder considerar a existência de bom governo, haja vista que as políticas verdadeiramente
essenciais ao desenvolvimento do país, principalmente as econômicas e as de
prestação de serviços públicos, são simplesmente relegadas a planos secundários,
permitindo que o seu crescimento fique prejudicado e estagnado, exatamente pela
fata de iniciativa e de prioridades governamentais para se promover, pelo menos
minimamente, as reformas do Estado, por exemplo, repita-se, a carga tributária,
que é uma das maiores do mundo e tem significativo peso no bolso dos
trabalhadores, além de contribuir para empanturrar o custo Brasil, que tem sido
um dos gargalos da falta de competitividade da produção nacional.
Por certo, se os brasileiros fossem esclarecidos e bem informados sobre a
real situação de precariedade e deficiência da administração do país, à vista da
péssima prestação dos serviços públicos, das enxurradas de irregularidades e
corrupções com recursos públicos, a exemplo de vários escândalos que se
tornaram sistêmicos e endêmicos, surgidos nos governos petistas, como o
mensalão e o petrolão, sendo que este enlameou e emporcalhou por completo as
estruturas da Petrobras, onde foram desviadas montanhas de dinheiros para
diretores da estatal e partidos do governo e aliados dele, em verdadeira orgia em
conluio sustentada com recursos públicos, ninguém votava nos políticos do inescrupuloso
partido do governo e de, de igual modo, no de seus aliados, que formam a pior e
mais espúria coalizão de governabilidade da face do planeta Terra, fundada no inescrupuloso
e repugnável fisiologismo, por meio do qual prevalece o processamento do
indigno loteamento de ministérios e empresas estatais entre os partidos da base
de sustentação do governo, os quais passam a ser dirigidos por políticos
despreparados e incompetentes, com a única finalidade para empregar seus
afilhados, apaniguados e assemelhados, em verdadeiro cabide de empregos jamais
visto na história republicana.
Agora, a análise fria dos indicadores e resultados da economia, mostrando
o conjunto dos desastres acumulados pelo governo, inclusive a incapacidade para
sanar as incompetências da gestão e as irregularidades consistentes nas corrupções,
ajuda a entender que muitos brasileiros deram prova de completa desinformação sobre
as precariedades e deficiências administrativas do país, tendo em conta que,
caso contrário, se soubessem sobre a realidade dos fatos prejudiciais ao
interesse público, certamente eles teriam bastantes motivos para não votarem em
quem está contribuindo para a desgraça do povo.
À luz da verdade, abstraindo-se as dificuldades e as crises
político-administrativas, pode-se se inferir, com muita segurança, que os votos
de muitos brasileiros não foram dados com absoluta convicção cívica, mas sim
baseados em sentimentos de gratidão, por algum motivo que certamente não teria sido
por pura bondade estrito senso do governo, uma vez que os programas de
assistência às famílias carentes não passam de obrigação que qualquer
administrador público mediano não pode negar a fazê-la, por imposição
constitucional de o Estado assistir às pessoas carentes de ajuda, que é
atendida com recursos públicos, em razão das mazelas institucionalizadas pela notória
deficiência da execução das políticas públicas.
A sociedade precisa de conscientizar, com urgência, de que a
administração do país exige competência para a priorização das políticas públicas,
de modo que seja possível se cuidar igualmente e em conjunto as questões
potencialmente importantes ao seu desenvolvimento, inclusive tendo a iniciativa
de promover as reformas das estruturas do Estado, que vem funcionando sob bases
ultrapassadas, ineficientes e contrárias aos interesses nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de junho de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário