Em conformidade com informação de uma jornalista da
Folha de S. Paulo, a presidente da República teria surpreendido empresários ao se
manifestar com duras críticas ao projeto de transposição do Rio São Francisco,
alegando que encontrou vários defeitos no planejamento pertinente.
Diante das argumentações da petista, os presentes
ao encontro concluíram que a presidente não tocará mais a obra, cujo projeto de
transposição foi lançado ainda no governo do seu antecessor, com a finalidade
de sanar os ingentes problemas de abastecimento de água da região mais seca do
país, constituindo obra de extrema prioridade social.
Desde o início da transposição, lançada com o maior
estardalhaço publicitário pelo então presidente petista como a mirabolante solução
para as graves crises de água causadas pelas secas, já houve diversas e
inadmissíveis paralisações, decorrentes do abandono dos canteiros das obras
pela maioria das empreiteiras, que exigiam o realinhamento dos preços.
Em face da péssima repercussão das críticas presidenciais,
possivelmente pela evidente insensibilidade político-administrativa, o Palácio
do Planalto teria se antecipado, denotando que realmente houve os infelizes e
inoportunos juízos sobre as obras em tela, para afirmar que a transposição é da
máxima prioridade para o governo.
É
inegável que, na velocidade como o empreendimento vem sendo executado, desde o
seu início, ainda no governo antecessor ao atual, a ideia que se pode intuir é
que houve muita trapalhada no planejamento e nos projetos da transposição das
águas do Rio São Francisco, à vista da eternidade para a conclusão das obras, quando
já foram canalizados tubos de verbas públicas, cujos resultados se resumem em
verdadeiro fiasco para o governo, que demonstra completa incompetência para a
implementação de obras dessa envergadura.
Como
se pode constatar, o custo inicial projetado partiu de R$ 2,5 bilhões, mas ele
já foi multiplicado por 4 vezes e ainda há expectativa de que esse valor atinja
o montante superior a dez bilhões de reais, fato que evidência, de forma
cristalina, a infantilidade, a incipiência e o despreparo do planejamento governamental,
que teria sido concluído sob o afã de querer lançar esse projeto com muita
pressa para transformá-lo em viés puramente eleitoreiro, ante a proximidade da
eleição, cujos procedimentos atropelaram os princípios da administração
eficiente e prudencial, no sentido de somente autorizar o início das obras
depois do levantamento estratégico sobre suas viabilidades técnica e econômica,
medida que certamente não deve ter sido observada, conforme demonstram os
trágicos resultados acerca da sua execução, que já consumiram rios de dinheiros,
depois de tanto tempo e o governo se dizer insatisfeito com as falhas no seu
planejamento.
Agora,
para o estarrecimento da sociedade, a presidente brasileira tem a insensatez de
criticar a transposição em pleno curso, permitindo se inferir a possível
iminência da sua paralisação ou até mesmo de mais atraso, para quem havia
previsão de ser inaugurado nos idos de 2012, como se projeto de tanta magnificência
e relevância, de suma e vital importância para os nordestinos, se traduzisse
numa mera batucada de roda de samba, que pode ser parada num instante, sem a
menor consequência e tudo fica como estar, sem que ninguém seja sequer
responsabilizado por medida extremamente estapafúrdia e irresponsável, à vista
da gigantesca expectativa criada no âmbito da população que vive no limite do
sacrifício, em pleno inferno diante das sucessivas secas, que, de forma
inclemente, dizimam o pouco de resistência desse bravo povo sertanejo.
Caso
seja verdade essa absurda notícia, trata-se de inominável crime a ser cometido
por presidente da República contra população calejada pelo descaso das
autoridades públicas, que ainda têm o descaramento de ir àquela região
marginalizada pelo Estado, com cara de salvador da pátria, para angariar voto e
o pior é que o povo ingênuo e desinformado ainda tem a generosidade de garantir
votação maciça, em troca de malsinadas bolsas, que funcionam como verdadeiras
cumplicidades no fortalecimento da politicagem de péssima qualidade, pela garantia
do pagamento de benefícios públicos, em troca do voto de cabresto, em evidente
demonstração de afronta à dignidade humana e ao princípio da civilidade, à
vista da disseminação, na última campanha eleitoral, de que os candidatos de
oposição iriam acabar com o programa Bolsa Família, com a garantia de que
somente o governo petista seria capaz de continuar fiel ao pagamento desse
benefício, ou seja, em pleno século XXI, ainda se ganha eleição mentindo e
acusando injustamente, para se beneficiar da fragilidade e da desinformação de
parcela expressiva da população pobre e carente.
Não
há a menor dúvida de que a paralisação das obras em comento significa golpe da
maior envergadura já protagonizado contra população carente de ajuda mediante
obras dessa magnitude, que poderão contribuir para a parcial diminuição do seu
terrível sofrimento causado pela falta de água.
Por sua vez, é extremamente incompreensível que o governo federal tenha coragem de cometer crime dessa expressão e magnitude contra população mais do que fidelíssima aos projetos políticos de toda espécie, embora os homens públicos demonstrem não ter dignidade de se manterem fiéis às promessas eleitorais, que são mudadas e desrespeitadas ao sabor das conveniências oportunistas e políticas.
É
absolutamente imperdoável a atitude que leve à paralisação das obras em apreço,
por se traduzir na maior frustração do bravo e forte povo do Nordeste, que não
pode permanecer inerte diante de ato insano e irresponsável, por causar enormes
prejuízos ao Tesouro Nacional, à vista dos recursos já investidos e não
aproveitados, e da demora e incerteza quanto à retomada das obras, possivelmente
em estágio destroçado com o tempo de paralisação, fatos estes visivelmente
desastrados e prejudiciais ao interesse dos nordestinos e dos brasileiros.
Diante
de notícia tão desagradável e até mesmo impensável como a possível paralisação
das obras de transposição do Rio São Francisco, convém que os nordestinos se
encorajem e se conscientizem, de vez e agora, no sentido de que não pode haver
momento melhor e mais propício do que este para a apresentação de veementes
protestos de repúdio e de indignação contra qualquer atitude destinada a
prejudicar seus reais interesses de cidadania e melhoria das condições de vida,
à vista de tantas injustiças demonstradas pelos governantes contra os
destemidos e valentes homens sertanejos, que não merecem continuar sendo prejudicados
por qualquer forma de injustiça. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de junho de 2015
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