Em
ambiente de discussão sobre a segurança das urnas eletrônicas, eis que aparece interessante
indagação sobre a quem cai a responsabilidade no caso da derrota do atual presidente
da República, evidentemente por conta da culpa do sistema eleitoral.
À
toda evidência, a resposta parece ser a mais óbvia possível, no caso de se lançar
forte suspeita sobre fraudes na contagem de votos, diante da manipulação dos resultados,
com o uso das urnas eletrônicas.
Em
se tratando de país que tem como regência o Estado Democrático de Direito, caso
o presidente do país não seja reeleito, por culpa do uso das urnas eletrônicas,
é o caso da imediata apuração dos fatos,
para o fim de se estabelecer responsabilidades, na extensão das circunstâncias,
quando, depois disso, seja possível se atribuir a questionada culpa .
Agora,
não se pode, desde já, à luz dos princípios do bom senso e da racionalidade, se
colocar culpa nas urnas eletrônicas, como vem fazendo, de maneira absurdamente
equivocada e precipitada, o próprio presidente e muitos seguidores inconformados
com a possível derrota nas urnas, dando a entender que a culpa de ele perder
para o pior político da face da Terra, em termos de moralidade pública, assim
entendido por força das denúncias sobre a prática de atos irregulares, cuja
autoria é atribuída a ele, seja exclusivamente das urnas eletrônicas.
Isso
somente cabe nas cabeças vazias de positivas motivações, quando seria
aconselhável, antes de prognóstico tão desesperador e derrotista, se avaliar se
muitas deficiências atribuíveis ao desempenho do governo não poderiam sinalizar
para a elevada rejeição à pessoa do presidente do país, que conseguiu atrair
para ele uma gama de fatores incompatíveis com o exercício do principal cargo
da República.
Nesse
contexto, tem como principal motivação a insensibilidade dele, entre outros
sentimentos impopulares, aos princípios humanitários, cabalmente demonstrada
por meio do negativismo na condução das medidas de combate à pandemia do
coronavírus, em que ele se colocou como o antídoto das orientações oficiais,
tendo chegado ao ponto do desrespeito de chamar as pessoas de maricas, por temerem
o terrível vírus, dando a entender que não havia nenhuma gravidade nem perigo a
ser temido pelas pessoas, embora o estrago causado pela Covid-19 já é responsável
por levar à morte mais de 600 mil brasileiros e isso ainda é insuficiente para
sensibilizar coração empedernido e carente de amor humano, conforme mostram os
fatos do cotidiano.
A
verdade é que, possivelmente, deve bater aquela onda de terror na consciência
do presidente do país só em se imaginar em perder logo para o político
carregado de processos penais sobre seus ombros, motivados que foram pela
suspeita do recebimento de propina e isso seria mais do que suficiente para se
ganhar facilmente a eleição, caso ele tivesse agido com o mínimo de
racionalidade e sensatez, repita-se, no combate à grave crise da pandemia do
coronavírus.
Não
deve ser nada fácil para o presidente do país, que tem o poder na mão e, em
princípio, tudo pode fazer em seu benefício, ser obrigado a engolir tamanho
vexame político, porque a possível derrota, nessas circunstâncias, significa
que ele, perante os eleitores, é ainda pior do que político desmoralizado, por
não ter convencido os brasileiros diferentemente do estado de mediocridade como
ele vem sendo concebido, porque o seu governo, se realmente derrotado nas urnas,
seria considerado ainda mais desprezível do que o seu opositor, tanto que assim
terá que aceitar o veredicto do sufrágio universal, que contém a avaliação e a vontade
soberana do povo.
Para
o presidente do país, que já vislumbra possível derrota, à luz das pesquisas,
inclusive realizadas pelo Palácio do Planalto, à primeira vista, uma das saídas
honrosas é a de se culpar logo as urnas eletrônicas, mesmo que não se tenha
elementos palpáveis e plausíveis para se provar algo nesse sentido, mas, pelo
menos, tem-se a desculpa aventada de longa data.
Ou
seja: "eu não disse que as urnas são fraudáveis?", evidentemente que
o ideal seria o presidente do país resolver trabalhar sobre algo diferente
disso, porque essa ideia se transforma no pior pensamento para o perdedor,
sabendo que ele ainda dispõe de muito tempo para se inverter a tendência do
eleitorado, pelo menos, tendo por base as pesquisas divulgadas que, fidedignas
ou não, elas mostram forte rejeição ao seu nome, mas isso pode perfeitamente
ser alterado, mediante a adoção de estratégias favoráveis ao perfil de estadista
mais afável e simpático aos anseios da população.
Infelizmente,
o presidente do país se tornou verdadeiro cabo eleitoral do pior político da
face da Terra, em razão das suas intransigência, intolerância, insensibilidade,
além do seu arraigado negativismo, que teve forte peso na sua impopularidade,
não à toa, conforme mostram os fatos.
Ao
contrário disso, o presidente do país seria imbatível nas urnas, mas a sua
inexperiência política contribuiu, de maneira decisiva, para o enfraquecimento
dos seus propósitos políticos, conforme mostram os fatos, à vista da
preferência de pessoas consultadas, dando chance, em forma de esperança política
à pessoa que representa a pior qualidade moral, diante das denúncias de irregularidades
em tramitação na Justiça e que são do conhecimento dos brasileiros.
À
toda evidência, em avaliação rasa, pode-se concluir que o Brasil não merece ser
presidido senão por quem respeite os princípios republicanos, em estrita defesa
da ética, moralidade, probidade, legalidade, responsabilidade, entre outras
condutas inerentes à licitude na administração pública, que tem por finalidade
a satisfação dos interesses da população.
Espera-se
que os brasileiros honrados e dignos possam avaliar, de forma objetiva, o
verdadeiro sentido da grandeza do Brasil e se dignem a eleger somente os homens
públicos que se identifiquem com os princípios republicanos, comprovando o seu
compromisso de trabalhar em defesa do interesse da sociedade.
A
verdade é que os brasileiros honrados torcem pela máxima segurança das
eleições, com a maior licitude possível nas apurações, mas o principal agente
fica por conta do eleitor, que precisa se conscientizar de que o Brasil merece
ser presidido por quem tenha reais condições para representá-lo por seus atributos
de moralidade, idoneidade, sensibilidade humana, entre outros, que dignifiquem a
nação e o seu povo.
Brasília,
em 18 de fevereiro de 2022
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