Ainda sobre a decisão do
Comandante da Aeronáutica, que disse que presta continência ao ex-presidente da
República petista, caso ele seja eleito, eu escrevi crônica que parece
representar o mais próximo sentimento de amor à pátria, dizendo que nem precisa
ser militar da estirpe de muitos que nem coram a cara, de vergonha, para
afirmarem que prestam continência à pessoa completamente em estado de
degradação moral, sem condição de preencher os sagrados princípios inerentes à
conduta ilibada e à idoneidade moral.
No caso do mencionado político, vale
dizer que ele não tem a menor condição de exercer cargo público eletivo de
qualquer natureza, quanto mais o principal da República, como presidente do
Brasil, que tem como uma das principais funções exercer o de comandante-em-chefe
das Forças Armadas, que têm obrigação constitucional de defender a legalidade e
a moralidade da administração pública, que será totalmente desmoralizada, caso
pessoa implicada com a Justiça, a exemplo dele, seja eleito o presidente do
país.
O certo é que compete aos brasileiros
escolher o seu principal representante na Presidência da República, tendo a obrigação
de eleger o candidato que melhor se harmonize com o perfil da dignidade e da
grandeza do Brasil, que não merece ser presidido por pessoa que não conseguiu
demonstrar a sua inculpabilidade nas ações penais nas quais ele foi denunciado
e julgado pela Justiça, tendo sido condenado à prisão, em razão da confirmação da
prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, exatamente
porque não conseguir provar que não recebeu propina, conforme consta dos autos.
É verdade que as condenações
foram anuladas, por força de interpretação sobre a jurisdição inerente à
competência do foro para julgá-lo, sem ter havido qualquer reflexo quanto ao
mérito da denúncia sobre a prática de irregularidade, no que se refere ao
recebimento de propina, cuja irregularidade permanece pesando sobre os ombros
do político, conforme a constatação da materialidade acerca de autoria dos
referidos crimes, que se tornam da maior gravidade quando praticados por autoridade
do quilate de presidente da República, que tem o dever moral de comprovar
moralidade sob quaisquer suspeitas, uma vez que o homem público tem obrigação de
comprovar a regularidade de seus atos na vida pública, em quaisquer circunstâncias.
A situação do mencionado
candidato é complicadíssima, uma vez que o exercício de cargo público eletivo
precisa que o cidadão tenha currículo limpo, sem passagem criminal nem envolvimento
com a Justiça, porque isso é condição sine qua non para mostrar lisura e
honestidade na prática de atos na vida pública.
A verdade é que os brasileiros
que decidem apoiar pessoa sem condição moral, a exemplo desse caso, por que
respondendo a processos na Justiça, para presidir o Brasil, somente demonstram
completa falta de sentimento patriótico e de amor tanto ao país como a si
próprio.
Certamente que nem nas piores republiquetas
uma desgraça política com essa seria aceitável, justamente porque a imagem do
país ficará gravemente desmoralizada no exterior e internamente, caso ele não
se interesse em limpar seu nome antes das eleições, porque ele pode perfeitamente
comprovar, perante a Justiça, que é inocente, passando a satisfazer aos
requisitos de idoneidade e conduta ilibada.
Essa preocupação é inerente normalmente
aos verdadeiros homens públicos que respeitam o consagrado ordenamento jurídico
do país, que exige retidão e dignidade quanto à pratica de atos na vida
pública, o que não é o caso desse político, que foi denunciado à Justiça, em vários
processos, pela prática de crimes contra a administração pública, julgado,
condenado à prisão e até recolhido ao xadrez, por não ter conseguido provar a
sua inocência, em nada, e ainda tem o disparate de pretender ser representante
do povo, sem ter o mínimo de condição moral para tanto.
Os brasileiros precisam valorizar
a sua dignidade, em primeiro lugar, e igualmente à do Brasil, não permitindo que
aconteça uma desgraça político-eleitoral de descomunal dimensão, no caso de réu
respondendo a processos penais na Justiça sequer possa se candidatar a cargo público
eletivo, muito menos o de presidente da República, porque isso seria a decretação
definitiva da esculhambação na administração pública brasileira, que tem como primado
precisamente a decência e a imaculabilidade no gerenciamento da coisa pública,
de vez que é da sua índole a rigorosa observância aos princípios republicano e
democrático.
Apelam-se por que os brasileiros
conscientes sobre as suas responsabilidades cívica e patriótica elejam o
candidato à Presidência da República que se digne a satisfazer aos requisitos da
conduta ilibada e da idoneidade moral, lembrando que as Forças Armadas precisam
se esforçar para manter o equilíbrio de moralidade que sempre justificou o seu
elevado conceito de paradigma de defesa da dignidade e da decência do Brasil,
não permitindo que ele seja presidido senão por cidadão que respeite e valorize
os princípios republicano e democrático.
Brasília,
em 25 de fevereiro de 2022
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