Escrevi,
ontem, diante de normal preocupação com a vida do ser humano, a crônica
intitulada “Apelo à sensibilidade”, versando cerca da lastimável e inadmissível
situação referente aos animais soltos nas estradas do interior do Nordeste, com
maior frequência, em que, quase sempre, no caso de motociclista, há final
desastroso, com a perda da vida.
Nesse
texto, fiz apelo a Deus e ao mundo, em grau desesperador, não por ser potencial
vítima, mas por não mais aceitar que tão importantes vidas humanas sejam
perdidas de forma injustificável, inaceitável, uma atrás da outra, exatamente
pela omissão de autoridades públicas e da própria população, que tem ainda a principal
contribuição da gigantesca irresponsabilidade dos donos dos animais, que os
criam soltos e não assumem nenhuma punição pelo mal causado à sociedade, no
caso de acidentes com o envolvimento deles.
É
preciso que todos, autoridades, população e proprietário de animais, em forma
de conscientização, se unam para discutir a melhor maneira de preservação de
vidas humanas, que não podem ser desfeitas com tanta facilidade, quando há
enormes condições para a solução desse gravíssimo problema, bastando, em
primeiro lugar, que a vida seja realmente valorizada, porque até o presente
momento, se nada ainda foi feito nesse sentido, é precisamente porque não houve
interesse em valorizar a vida humana, e, em segundo lugar, é preciso que haja mobilização
urgente de todos, no sentido de se buscar maneira efetiva e factível de se evitar
a reincidência desses casos desagradáveis.
Demonstrando
enorme preocupação com essa dramática situação, o genial Dintinho Minervino
emitiu abalizada opinião acerca dessa deprimente realidade, tendo dito, verbis:
“O maior
problema sobre os animais soltos nas estradas é exatamente eles terem donos,
donos estes conhecidos da administração municipal. Não podem prender porque eles
pertencem ao compadre, ao amigo ou no mínimo a um eleitor. É bem verdade que o
Administrador é eleito para administrar para todos, mas na realidade não é
assim que acontece. nem precisa falar isso, pois é do conhecimento de todos.”.
Em
resposta, eu apenas bato palmas para o genial e sábio Ditinho, por sua análise perfeita,
precisa e justa, porque parece que o seu raciocínio pode sim ter fundo de
verdade, para justificar tamanho descaso por parte de quem tem a incumbência de
cuidar da segurança das estradas, mesmo que elas sejam da alçada federal ou
estadual, não importa, porque a preservação da vida humana é dever do Estado,
que tem a incumbência de garantir a integridade e segurança da população.
É
exatamente isso que pode estar acontecendo, mas é preciso que a população se
conscientize sobre a premência de medidas saneadoras, por meio de atos de repúdio
e protesto contra esse pernicioso estado de coisas, porque a vida humana está
muito acima de qualquer compadrio, que não pode prejudicar o interesse público,
para se abandonar o controle e a fiscalização de incumbência do Estado, como
forma de proteção à vida, que apenas fica à mercê da sorte.
É
preciso sim que a população de movimente, não concordando com esse horrível
estado de coisas, que só demonstra o inaceitável atraso da sociedade, que
precisa se despertar, com urgência, dessa inadmissível letargia extremamente
prejudicial aos interesses da população, que evidencia forma passiva e comodista
diante do status quo, ao permitir a existência de situação que já era
para ter sido solucionada há bastante tempo, diante dos gigantescos danos já causados
a vidas humanas.
Infelizmente,
a solução do problema ainda pende da boa vontade de homens públicos que não
passam de autênticos omissos e irresponsáveis, por não se preocuparem com os sinistros
que acontecem às suas barbas, ao permitirem que situações horrorosas como essa
de animais soltos nas pistas continuam contribuindo normalmente para a perda de
preciosas vidas e, o pior, ninguém tem sido responsabilizado nem punido, em
evidente estado sem leis e normas capazes de obrigar a reparação dos prejuízos
causados às vítimas e às famílias, os quais nem existiriam, com tanta
frequência, se houvesse norma de controle e fiscalização sobre animais soltos,
além da conscientização de todos sobre a gravidade desse problema.
Por
questão de justiça, chega-se à conclusão de que, nesse caso, um dos principais
causadores de todas as desgraças é mesmo a sociedade, que sabe perfeitamente a dimensão
da tragédia, com a perda de vida humana, e quem são os homens públicos
incumbidos de dar cabo a essa lamentável situação e simplesmente a aceita, com
a maior passividade, sem mover uma pena.
O
mais grave de tudo isso é saber que, apesar dos pesares, os eleitores ainda os
elegem ou reelegem, mesmo sabendo que eles foram incapazes, até aqui, de
promover medidas saneadoras sob a sua incumbência, deixando de solucionar ou
minimizar essa reiterada tristeza, de devastador sofrimento para as famílias
que perdem entes queridos, na consciência de que a monstruosidade tem sim como
se resolver, bastando tão somente tocar à sensibilidade dos homens públicos e
da sociedade em geral, porque todos juntos são poderosos em força para resolver
qualquer problema, por mais grave que seja, desde que haja boa vontade e
interesse.
Nesse
contexto, em que se analisa questão de enorme relevância social, não se
pretende senão aproveitar o frescor de caso que acaba de acontecer para chamar
a atenção das pessoas potencialmente interessadas, assim como eu, só que possam
atuar diretamente na cidade de Uiraúna, principalmente para a sensibilização
das autoridades, com vistas à busca, o mais rapidamente possível, de mecanismos
capazes de contribuir para a solução desse gravíssimo problema dos aninais
soltos nas estradas.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 25 de setembro de 2019
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