Ainda menino na cidade de Uiraúna, no interior da Paraíba,
presenciei as fantásticas peregrinações religiosas de Frei Damião, que arrastava
multidões por onde ele estivesse,
justamente porque ele era famoso como religioso, em quem o povo creditava
poderes sobrenaturais de milagres.
Havia quem acreditasse que ele flutuava em vez de
andar, porque as pessoas precisam apressar o passo para acompanhá-lo nas
profissões, que eram as suas formas preferidas de arrebanhar admiradores e seguidores.
Era comum Frei Damião ser recepcionado nas cidades
e nos povoados do sertão nordestino com a soltura de fogos de artifícios,
tamanha a animação demonstrada pela população, que fazia questão de mostrar a
alegria diante da presença dele.
Na verdade, Frei Damião cumpria animada missão nas
localidades por onde passava e demorava por dias, sempre atraindo a atenção dos
fiéis, que se aglomeravam em redor dele, para tocá-lo, na esperança de alcançar
uma graça, por força de seus poderes milagrosos.
A rotina do frade era estafante, porque ele
começava a sua missão sempre às 5 da manhã e se estendia até às 23 horas, na
árdua tarefa de rezar, confessar os fiéis sem confessionário, dar broncas, aconselhar
e amaldiçoar os pecados, tudo em harmonia com o seu principal lema de que “É
sempre tempo para salvar almas”.
À vista do importante trabalho de evangelização
desempenhado por Frei Damião, a sua trajetória de vida vai ser mostrada em documentário,
que contará a fantástica história do
religioso, o qual recebeu o título “Frei Damião - O santo do Nordeste”, que terá estreia em novembro vindouro.
O diretor do filme declarou à revista ISTOÉ que
“Sua vida (de Frei Damião) foi dedicada à evangelização”, cujo documentário
contou com mais de 100 fitas de VHS e outros documentos conservados no convento
da Penha, em Recife.
O diretor do filme disse que “A gente cita
inúmeros aspectos da mitologia em torno dele. Como não falava de si próprio,
usamos atores em algumas cenas.”.
Frei Damião nasceu em Bozzano, região da Toscana, Itália,
e foi ordenado “fra” Damiano da Bozzano, em Roma, tendo emigrado para o Brasil
em 1931, onde se encontrou com o povo que se identificava com a maneira própria
de oficiar a evangelização, em plena harmonia com o público que o adorava e
venerava, mesmo sendo “capuchinho gorducho, feio e sem jeito, humilde e
calado”, como escreveu, em 1953, um de seus muitos biógrafos.
O mesmo biógrafo disse que o capuchinho ostentasse
carisma e tinha o hábito de iniciar os sermões aos sussurros pouco audíveis,
mas proferidos em tom ameaçador, nestes termos: “Homens sem Deus,
mergulhados na lama do pecado. Amancebados! Mentirosos! Adúlteros! Arrependei-vos
dos vossos pecados!”.
Quase sempre, os gritos de espanto e contrição de
seu rebanho eram abafados pela chuva, que o seguia onde estivesse.
Segundo reza a lenda, Frei Damião tinha a capacidade
de calar até mesmo os sapos e que, no ápice da glória alcançada pelas missões,
mandou o povo evitar os fogos de artifício, porque lhe lembravam as bombas da
Primeira Guerra Mundial, na qual lutou como cadete.
Na
opinião de um frei que o acompanhava para onde ele fosse, “Frei Damião
ensinou que é possível lutar por um ideal, apesar de tudo”.
Por sua dedicação à evangelização em benefício dos
sertanejos, Frei Damião é cultuado, na atualidade, por romeiros do Nordeste, que
acorrem ao convento de São Félix, em Recife, onde jazem seus restos mortais.
O Santo Frei Damião sempre demonstrou aversão a
honrarias, mantendo-se distante de atividades políticas, não permitindo a vinculação
da sua imagem de famoso religioso a qualquer movimento político, tendo dito que
“Não sou santo, mas apenas um frade. O povo inventa milagres. É o
sentimento religioso popular. O milagre só vem com merecimento e fé.”.
Não obstante, para os fervorosos devotos, a modéstia
de Frei Damião parece irrelevante, assim como as ideias conservadoras preconizadas
por ele, porque importava mesmo era a sua postura religioso, mística e
conservadora, que agradava aos nordestinos, durante toda a sua vida de missionário,
como prova do seu amor à causa da Igreja Católica.
Além de ferrenho anticomunista, Frei Damião combateu
as inovações e a modernidade e isso ficava claro quando ele bradava baixinho,
dizendo que a “Minissaia não presta” e que “Muitos homens já perderam
a cabeça por causa desse exagero das mulheres.”.
Um
religioso disse que o religioso antecipou o contato com os necessitados,
defendido hoje pelo papa, quando “Frei Damião ensinou que é possível lutar
por um ideal, apesar de todos os problemas”, ou seja, o frade também foi
visionário.
Diane do seu trabalho missionário, atribuem-se a
Frei Damião poderes milagrosos, tanto que seus seguidores insistiam em tocá-lo
para a obtenção de graças diversas, sendo que já foram coletados três relatos de
milagres atribuídos a ele, os quais foram submetidos à Santa Sé, com vistas ao processo
pertinente à sua beatificação, inclusive, em abril, o Vaticano o declarou
venerável, por ele ter vivido as virtudes cristãs em grau heroico, sabendo que,
segundo um religioso: “Para virar beato, é preciso comprovar pelo menos um
milagre; para santificação, dois”.
Embora nunca tivesse constado dos planos de Frei Damião,
diante da sua extrema simplicidade, como religioso que defendia os ensinamentos
cristãos, ele tem seu nome na linha daqueles que se tornaram santos, na terra,
pela glória do seu intenso trabalho de evangelização, reconhecido pelo povo de
Deus, por suas virtudes que são realmente merecedoras da santificação,
precisando apenas que a vontade do homem reconheça que ele realmente cumpriu a
missão atribuída aos heróis da Igreja Católica.
Os brasileiros, em especial, os nordestinos têm o
maior interesse que Frei Damião tenha seu nome inserido no rol dos santos,
exatamente porque a sua vida foi dedicada exclusivamente à evangelização, por
meio da disseminação dos ensinamentos bíblicos, religiosos e cristãos,
mostrando o caminho da cristandade e a necessidade do amor entre os filhos de
Deus.
Brasília, em 7 de setembro de 2019
Ainda menino na cidade de Uiraúna, no interior da Paraíba,
presenciei as fantásticas peregrinações religiosas de Frei Damião, que arrastava
multidões por onde ele estivesse,
justamente porque ele era famoso como religioso, em quem o povo creditava
poderes sobrenaturais de milagres.
Havia quem acreditasse que ele flutuava em vez de
andar, porque as pessoas precisam apressar o passo para acompanhá-lo nas
profissões, que eram as suas formas preferidas de arrebanhar admiradores e seguidores.
Era comum Frei Damião ser recepcionado nas cidades
e nos povoados do sertão nordestino com a soltura de fogos de artifícios,
tamanha a animação demonstrada pela população, que fazia questão de mostrar a
alegria diante da presença dele.
Na verdade, Frei Damião cumpria animada missão nas
localidades por onde passava e demorava por dias, sempre atraindo a atenção dos
fiéis, que se aglomeravam em redor dele, para tocá-lo, na esperança de alcançar
uma graça, por força de seus poderes milagrosos.
A rotina do frade era estafante, porque ele
começava a sua missão sempre às 5 da manhã e se estendia até às 23 horas, na
árdua tarefa de rezar, confessar os fiéis sem confessionário, dar broncas, aconselhar
e amaldiçoar os pecados, tudo em harmonia com o seu principal lema de que “É
sempre tempo para salvar almas”.
À vista do importante trabalho de evangelização
desempenhado por Frei Damião, a sua trajetória de vida vai ser mostrada em documentário,
que contará a fantástica história do
religioso, o qual recebeu o título “Frei Damião - O santo do Nordeste”, que terá estreia em novembro vindouro.
O diretor do filme declarou à revista ISTOÉ que
“Sua vida (de Frei Damião) foi dedicada à evangelização”, cujo documentário
contou com mais de 100 fitas de VHS e outros documentos conservados no convento
da Penha, em Recife.
O diretor do filme disse que “A gente cita
inúmeros aspectos da mitologia em torno dele. Como não falava de si próprio,
usamos atores em algumas cenas.”.
Frei Damião nasceu em Bozzano, região da Toscana, Itália,
e foi ordenado “fra” Damiano da Bozzano, em Roma, tendo emigrado para o Brasil
em 1931, onde se encontrou com o povo que se identificava com a maneira própria
de oficiar a evangelização, em plena harmonia com o público que o adorava e
venerava, mesmo sendo “capuchinho gorducho, feio e sem jeito, humilde e
calado”, como escreveu, em 1953, um de seus muitos biógrafos.
O mesmo biógrafo disse que o capuchinho ostentasse
carisma e tinha o hábito de iniciar os sermões aos sussurros pouco audíveis,
mas proferidos em tom ameaçador, nestes termos: “Homens sem Deus,
mergulhados na lama do pecado. Amancebados! Mentirosos! Adúlteros! Arrependei-vos
dos vossos pecados!”.
Quase sempre, os gritos de espanto e contrição de
seu rebanho eram abafados pela chuva, que o seguia onde estivesse.
Segundo reza a lenda, Frei Damião tinha a capacidade
de calar até mesmo os sapos e que, no ápice da glória alcançada pelas missões,
mandou o povo evitar os fogos de artifício, porque lhe lembravam as bombas da
Primeira Guerra Mundial, na qual lutou como cadete.
Na
opinião de um frei que o acompanhava para onde ele fosse, “Frei Damião
ensinou que é possível lutar por um ideal, apesar de tudo”.
Por sua dedicação à evangelização em benefício dos
sertanejos, Frei Damião é cultuado, na atualidade, por romeiros do Nordeste, que
acorrem ao convento de São Félix, em Recife, onde jazem seus restos mortais.
O Santo Frei Damião sempre demonstrou aversão a
honrarias, mantendo-se distante de atividades políticas, não permitindo a vinculação
da sua imagem de famoso religioso a qualquer movimento político, tendo dito que
“Não sou santo, mas apenas um frade. O povo inventa milagres. É o
sentimento religioso popular. O milagre só vem com merecimento e fé.”.
Não obstante, para os fervorosos devotos, a modéstia
de Frei Damião parece irrelevante, assim como as ideias conservadoras preconizadas
por ele, porque importava mesmo era a sua postura religioso, mística e
conservadora, que agradava aos nordestinos, durante toda a sua vida de missionário,
como prova do seu amor à causa da Igreja Católica.
Além de ferrenho anticomunista, Frei Damião combateu
as inovações e a modernidade e isso ficava claro quando ele bradava baixinho,
dizendo que a “Minissaia não presta” e que “Muitos homens já perderam
a cabeça por causa desse exagero das mulheres.”.
Um
religioso disse que o religioso antecipou o contato com os necessitados,
defendido hoje pelo papa, quando “Frei Damião ensinou que é possível lutar
por um ideal, apesar de todos os problemas”, ou seja, o frade também foi
visionário.
Diane do seu trabalho missionário, atribuem-se a
Frei Damião poderes milagrosos, tanto que seus seguidores insistiam em tocá-lo
para a obtenção de graças diversas, sendo que já foram coletados três relatos de
milagres atribuídos a ele, os quais foram submetidos à Santa Sé, com vistas ao processo
pertinente à sua beatificação, inclusive, em abril, o Vaticano o declarou
venerável, por ele ter vivido as virtudes cristãs em grau heroico, sabendo que,
segundo um religioso: “Para virar beato, é preciso comprovar pelo menos um
milagre; para santificação, dois”.
Embora nunca tivesse constado dos planos de Frei Damião,
diante da sua extrema simplicidade, como religioso que defendia os ensinamentos
cristãos, ele tem seu nome na linha daqueles que se tornaram santos, na terra,
pela glória do seu intenso trabalho de evangelização, reconhecido pelo povo de
Deus, por suas virtudes que são realmente merecedoras da santificação,
precisando apenas que a vontade do homem reconheça que ele realmente cumpriu a
missão atribuída aos heróis da Igreja Católica.
Os brasileiros, em especial, os nordestinos têm o
maior interesse que Frei Damião tenha seu nome inserido no rol dos santos,
exatamente porque a sua vida foi dedicada exclusivamente à evangelização, por
meio da disseminação dos ensinamentos bíblicos, religiosos e cristãos,
mostrando o caminho da cristandade e a necessidade do amor entre os filhos de
Deus.
Brasília, em 7 de setembro de 2019
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