domingo, 2 de novembro de 2025

Degradação

 

Em decorrência da megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, alguém escreveu a seguinte mensagem, encimada de imagens de pessoas que têm defendido traficantes de drogas: “Jamais deveriam esquecer daqueles que divulgam e romantizam o crime organizado!”.

É bastante preocupante que o Brasil tenha chegado ao fundo do poço, principalmente em termos da dignidade da postura pública, em que principais autoridades da República não tenham o menor escrúpulo nem vergonha em defender organizações criminosas e ainda condenarem as vítimas delas, evidentemente por prejudicá-las.

Isso mostra claro apoio a quem são responsáveis pelas desgraça e infortúnio de famílias, por conta dos danos causados à saúde de pessoas, em razão do consumo de drogas, quando elas somente existem porque são traficadas por esses bandidos apoiados por políticos sem caráter e indignos de representarem o povo e o país.

A verdade é que, neste momento crucial da história brasileira, tem havido, por parte apenas das pessoas de bem, muitas críticas às autoridades constituídas, que não se envergonham de se juntarem à bandidagem, em manifestação em sua defesa, como se somente elas fossem culpadas e mais ninguém pela deplorável banalização da esculhambação predominante no país inteiro.

Na realidade, é fato que organizações criminosas dominam livremente amplos territórios com seus escritórios de drogas, impondo as suas regras de crueldade perante a sociedade, que nada pode fazer porque se encontra abandonada e sem proteção alguma, vivendo à mercê da própria sorte, que tem sido a pior possível.

É preciso que os brasileiros se conscientizem de que a verdadeira culpa pelos caos e desgraça impingidos à sociedade brasileira é sim da desqualificação da classe política e principalmente dos eleitores, porque são estes que têm o poder constitucional de colocá-los nos cargos onde eles agem em defesa da bandidagem, em completa desmoralização da liturgia e da dignidade inerentes aos relevantes cargos ocupados pelos representantes eleitos pelo povo.

Então, que os eleitores originários do povo, enfim, da sociedade, tenham a dignidade de assumir a sua culpa em votar em candidatos indignos e coniventes com a criminalidade, porque o exercício do poder somente é possível com o apoio e a deliberada vontade do povo.

É preciso ficar muito claro que a autoridade constituída somente existe porque foi escolhida conscientemente pelo voto, o que vale dizer que a voz dela é também a voz do povo que a escolheu, o qual deve se envergonhar de se colocar ao lado da criminalidade, na mesma forma mais explícita do que vem demonstrando publicamente quem tem, ao contrário, o dever de combater a criminalidade.

É bastante preocupante que o Brasil esteja totalmente dominado pela criminalidade, tendo, incrível e descaradamente, o respaldo de autoridade que é investida no poder pelo voto popular, como garantidor dessa indiscutível esculhambação.

Também causa enorme perplexidade que, diante de tão drástica e preocupante situação de desmoralização de autoridade pública, os brasileiros do bem nada fazem de efetividade contra a devassidão ética e moral, como forma até mesmo de demonstração de repúdio em defesa dos sagrados princípios da administração do país e da sociedade.

Enfim, é crível se intuir que a situação de completo desleixo moral que está acontecendo no Brasil corresponde e se conforma exatamente com o célebre ditado popular, segundo o qual o povo tem o governo que merece, infelizmente.

Diante da lastimável e preocupante perda da moralidade e da dignidade públicas, compete aos brasileiros, pela importância do voto, contribuir para a urgente moralização do Brasil, notadamente votando em políticos qualificados, preparados, honestos, competentes e responsáveis.  

Brasília, em 31 de outubro de 2025

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