O inteligente e perspicaz repórter do Sertão, Chico Cobra D’água,
noticia que o casarão do sítio Canadá foi restaurado por meio da pintura nas
suas estruturas, tendo ficado ainda mais lindo e atrativo à visitação pública.
Diante dessa importante matéria, eu escrevi o texto a seguir, dizendo o
meu sentimento de momento sobre as imagens mostradas.
A minha ligação com o casarão do sítio Canadá vai muito além da
umbilical, que já é muito importante, pois, além de ter nascido nele, também
vivi parte importante da minha infância ali, onde as minhas raízes de vida
ainda estão ramificadas nos seus recintos por onde mantive contado.
As imagens mostradas no presente vídeo inspiram em mim dois fortes
sentimentos antagônicos de quem viveu a suntuosidade do sítio Canadá, diante
das suas belezas naturais que compunham um conjunto harmonioso de completo
paraíso terrestre, onde a estrutura principal, como sempre foi e ainda ostenta
essa imponência, o próprio casarão.
Ele tinha a companhia do ornamento ricamente composto, de um lado a
abundância das águas do açude, que a todos encantava, e, do outro lado, a
formosura do sítio propriamente, que era mais do que o pomar das delícias
celestiais aqui na Terra.
Esse jardim dos deuses era composto por vasta e enorme quantidade de plantas
fruteiras especiais, como o mangueiral, de várias espécies, com destaque para a
manga maranhão, a melhor entre todas, muitas goiabeiras, pitombeiras,
araçazeiros, bananeiras, jaqueiras, cajuzeiros, limoeiros, gravioleiras, pinheiras,
entre tantas outras fruteiras especiais e deliciosas, inclusive a macaúba.
Além dessas belezas naturais, existiam exuberante canavial que tomava
todo o território do baixio próximo à área das fruteiras, que começavam a
partir do balde do açude e se estendiam por grande extensão de terra, formando
verdadeiro éden terrestre.
Sim, a presente imagem do casarão e das áreas da sua proximidade me
causaram forte impacto, em forma de um misto de alegria, pela auspiciosa
restauração do meu amado e sagrado berço, que tem o condão de sublinhar o
encantamento e a magia de imóvel ímpar e vistoso, à luz da arquitetura
colonial, a merecer a eterna admiração de quem já mereceu o seu aconchego, pelo
conforto dos sonhos acalentados, na infância.
E de profunda e incontrolável tristeza, ao se perceber a crueldade que
foi causada à natureza, de se limpar, literalmente, verdadeiro paraíso que
representavam as mais maravilhosas fruteiras do sítio que existiam ali, na
minha infância, algo que a minha mente registra como sendo uma das mais
extraordinárias obras divinas colocadas em serventia do homem, em forma de
sublime amor.
Sim, me entristece por demais ver a predominância do deserto onde já
existiu verdadeiro paraíso que eu me esbanjava das suas benesses insaciáveis,
pela exuberância da própria natureza.
Enfim, resta-me, diante da realidade da vida, agradecer a Deus pelo
casarão que existe dentro de mim, tal qual como ele me beneficiou na plenitude
das minhas necessidades e oportunas conveniências.
Sim, agradeço a Deus por eu ter a felicidade do convívio íntimo com esse
casarão, que constitui verdadeira relíquia histórica de Uiraúna.
Brasília, em 27 de novembro de 2025
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