segunda-feira, 16 de abril de 2018

O encontro anual da Turma 162 da EEAer


Foi realizado, com pleno sucesso, entre os dias 12 e 14, em Aracaju (SE), mais um tradicional encontro de ex-alunos da 162ª Turma de Sargentos formados pela Escola de Especialistas da Aeronáutica, com a entusiástica reunião iniciada na noite do primeiro dia, embalada sob a forma de convescote, onde cada qual cuidou de formatar seu cardápio e sorver a bebida da sua preferência.
Assim foi iniciado, em clima de muita alegria e algazarra, como nos velhos tempos de alunos, o encontro que já se tornou peculiar nos corações ávidos dos hoje velhinhos sarados e de mentes lúcidas e evoluídas, em que pese a longa jornada da vida.
No dia seguinte, aconteceu o fantástico momento da confraternização propriamente dita, que é considerado o auge da participação de todos no encontro, onde o entrosamento é forma natural para os longos e frutíferos “bate-papos”, que normalmente remontam aos velhos, saudáveis e saudosos tempos de escola.
Esse evento foi realizado no clube da AABB/Aracaju, situado bem próximo da beira-mar, em uma paisagem simplesmente deslumbrante, em forma de paraíso terrestre, diante da beleza natural delineada pela presença do mar, que mandava para nós o frescor da brisa agradável.
O encontro começou logo cedinho, com a presença dos sempre animados veteranos formados pela Turma 162, que souberam como ninguém abrilhantar as atividades programadas para o evento, que se tornaram maravilhosas e inesquecível.
Extreme de dúvida, o momento marcante aconteceu com a merecida e especial homenagem prestada pelos companheiros da Turma 162 ao querido Rangel, que se despediu do nosso convívio no ano passado, deixando enorme lacuna de saudade que jamais será preenchida em nossos corações, diante da grandeza da sua personalidade perante seus amigos, que o tinham como criatura muito atuante, especial e diferenciada, por ter sabido preencher, com invulgar autoridade pessoal e moral, sem nunca ter percebido, essas ricas qualidades de notável e extraordinária liderança, em defesa de seus princípios de autenticidade, que acreditava como ideal de vida, simples, alegre e sobretudo feliz.
A homenagem escrita foi composta por texto da lavra do mestre Santiago, que fez breve descrição, embora minuciosa em fatos, enaltecendo as qualidades e os comportamentos próprios do ex-companheiro Rangel, cujo conteúdo foi lido pela Srª Helen, esposa do companheiro Portela, que deixou os amigos do homenageado bastante emocionados, diante da irreparável perda de pessoa notável, excepcional e querida por todos.
No momento da homenagem, algumas pessoas vestiam camiseta estampando foto do rosto de Rangel, acompanhada de dizeres que patenteavam mensagens que lembravam momentos marcantes relacionados ao inesquecível companheiro, que deixou seu legado como pessoa que sabia conquistar e cativar amizades com bondade, estima e carinho, com o que angariava em definitivo o respeito e a admiração de seus amigos. 
Em local superior da quadra, foi afixado um banner, com mensagem de carinho dos amigos de Rangel, com os seguintes dizeres: “A amizade nem a força do tempo irá destruir. Quero chorar o seu choro. Quero sorrir o seu sorriso. Valeu por você ter existido, amigo! Rangel, qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.”.
Como se vê, não faltou a força do sentimento dos companheiros para dizer ao guerreiro Rangel sobre a sua expressiva importância para os amigos que conviveram com ele e acompanharam a sua luta em defesa de seus princípios, sempre atuando em prol do bem comum, como pessoa bastante prestativa e atenta à satisfação das causas sociais.         
Já mesmo antes do ato referente a essa importante homenagem, os queridos irmãos Clóvis e Bahia tinham dado as boas-vindas e deixado antever que havia tudo acertado para que o dia seria inquestionavelmente formidável e inesquecível para o congraçamento entre os amigos da Turma 162, a começar pelo anúncio da gentileza da disponibilização dos espaços do clube e da liberdade sobre o consumo de bebidas e iguarias que foram abundantemente servidas, durante todo dia.
Logo de início, foram servidas bebidas à vontade, com destaque para a cerveja da preferência dos amigos e familiares, água de coco, acompanhadas de especiais e apetitosos petiscos, como camarão ao caldo, com a pitada nordestina de ser, pata empanada e frita de caranguejo e batatas fritas, completando o conjunto perfeito para a sustentação da boa e produtiva conversa, que rolava solta e animada entre os amigos, evidentemente enquanto se aguardava, com muita ansiedade, o supimpa e especial almoço.
Desta feita, o almoço foi iniciado com a preferência da serventia às queridas “cunhadas”, título amável criado especialmente para homenagear as esposas dos queridos “irmãos”, consagrados assim nos bancos escolares da EEAer.
O almoço propriamente dito teve como cardápio principal arroz, uma espécie de feijão nordestino, creme de camarão, ensopado de camarão, carne de sol, farofa, batata frita e salada, sendo inevitável que não houvesse repetição de tanta delícia junta, principalmente para quem aprecia a boa culinária da farta mesa nordestina, ricamente representada na ocasião e feita com o devido carinho para “garotada” especial.
Impende pôr em destaque que o almoço jamais teria alcançado extraordinário sucesso se não contasse com o entusiasmo e a vibração dos jovens, saudosistas e já consagrados músicos, nas pessoas de Alvimar, o mestre e engenhoso baixista, Andrade, violonista e vocalista, de voz romântica, e Áureo, o versátil baterista e do mais novo integrante do conjunto, que não teve a menor dificuldade em se integrar ao grupo já famoso em nossos encontros, fazendo com que o conjunto se tornasse ainda mais precioso e conseguisse abrilhantar ainda mais o nosso interesse pela maravilhosa música.
Fora de dúvidas, sem desmerecer a qualidade dos shows anteriores, que foram todos encantadores, este último superou os demais, por ter sido o melhor deles, também em duração, a ponto de se sugerir que os shows dessa magnitude possam ser transformados em fita gravação, sempre com o título do local da sua realização, como forma de se registrar o importante trabalho das pessoas que se sacrificaram em benefício da animação da turma, que certamente continuaria realizando evento especial confraternização, como sempre tem ocorrido, mas com a frieza do silêncio do conjunto que já se integrou na pujança e no ânimo de espírito dos encontros anuais.
Há que se registrar que a qualidade e o alto nível do repertório eleito e trilhado pelo grupo primaram pela execução de músicas da época de aluno, sobressaindo muitas que já faziam muito sucesso pelos Beatles, que, de tão boas, somente conseguiram revolucionar o mundo musical.
Convém que ponha em destaque o sucesso alcançado pela execução no evento da principal música, que certamente teria sido em especial à minha homenagem, que foi um dos maiores sucessos do Rei do Baião, o mestre do acordeão Luiz Gonzaga, que não se cansou de cantar “Paraíba, mulher macho sim senhor!”, pelo que agradeço de coração ao afinado e progressista conjunto, que eu tenha assim imaginado, a propósito de se tratar de música regional da maior importância para os nordestinos.
É com sublime prazer que registro momento magnífico de conversa mantida com companheiro da turma, por ocasião do almoço de confraternização, que me confessou da satisfação de, depois de mais de quarenta anos, ter decidido ler, pela primeira vez, o livro que lhe ofereci, sob o argumento de que era do seu dever ler aquela obra escrita por pessoa da sua turma de escola.
A minha felicidade se transformou, no momento, em copiosas e incontroláveis lágrimas, diante de amigo que teve o despertar para a leitura depois de ter lido um livro escrito por mim, tendo afirmado que depois disso passou a comprar livros infantis para seus netinhos, além de se interessar pela leitura de outros livros, por ter compreendido que as obras literárias são verdadeiros tesouros para o saber e o conhecimento.
Nem precisaria dizer que fato especial como esse se traduz em estímulo às minhas atividades literárias, que têm o propósito de contribuir justamente para a satisfação e o bem comum, mas o faço, por ser caso da maior importância.   
A jornada foi retomada no dia seguinte, com a visita à região da Barragem de Xingó, mais especificamente ao Cânion do Rio São Francisco, que é um conjunto de relevo da região, mediante a formação de minerais existentes no local, com predominância para o arenito de cor alaranjada, por força da concentração do óxido de ferro, dando a certeza de que as rochas da região remontam da era em que o local era só fundo de mar, que emergiu, há séculos, para se transformar em algo mágico e esplendoroso. 
A vista que se tem é do mar do precioso líquido da vida, incrivelmente belo e agradável, diante da abundância de águas mansas e límpidas, que foram navegadas pelo potente Catamarã Padre Cícero, com capacidade para 250 pessoas, levando-nos por rotas de onde se podiam vislumbrar paisagens e atrações de indescritível beleza, passando, entre outras trechos deslumbrantes, pela Pedra do Gavião, por ter a aparência da cabeça da ave, que fica encimada em gigantesco bloco de pedras de formação de rochas graníticas.
No itinerário, passou-se pela Gruta do Talhado, onde ostenta a imagem fantástico de São Francisco de Assis, que dá a ideia da existência de forte religiosidade no local.
Quase uma hora depois do embarque, passeando em águas serenas, o catamarã aporta-se em plataforma próxima do Cânion, com parada de uma hora, para mergulho em piscina segura, formada nas águas cristalinas e verdejantes do Rio São Francisco, com temperatura média de 22º,  onde também se pode realiza passeio de canoa a remo, com duração de dez minutos, que vai e volta em canal estreito, muito próximo das paredes rochosas, permitindo se tocar na montanha de expressiva beleza natural.
No regresso do passeio tranquilo e aprazível, com músicas variadas, com prevalência das nordestinas, porém com o cansaço natural da jornada, tendo em conta a estrutura física dos bravos velhinhos e das incansáveis “cunhadas”, preparamo-nos para encarar o almoço, passados das 15 horas, mas a culinária do restaurante Carrancas – composto por exuberante cardápio nordestino, inclusive de carne guisada de carneiro - recompôs a nossa disposição para o regresso ao hotel, pelo período de mais quatro horas intermináveis e angustiantes.
Ressalvado o percurso longo e cansativo, levando-se em conta as idades dos reconhecidos bravos setentões, em média, o passeio em si pode ser considerado de belezas mil, por mostrar à nossa inteligência de verdadeiros especialistas, na inatividade, o quanto o querido Brasil tem riquezas turísticas de expressão internacional, que merecem e valem a pena o sacrifício de ser visitadas.
Entre tantas belezas naturais, além do espetacular e encantador volume das águas, impressionam ao homem as características rochosas que servem de emolduramento das densas águas represadas.
Quem ainda duvida sobre a existência de Deus, precisa conhecer aquela maravilhosa região, para acreditar que obra tão perfeita da natureza não poderia ter surgido simplesmente do nada, mas sim das mãos de Deus, que insculpiu algo tão gigantesco e extraordinário não somente para a contenção das águas, mas especialmente para a contemplação da beleza pelos homens.
O que se viu nos eventos referentes ao encontro em Aracaju correspondeu exatamente ao resultado do diligente esforço de dedicação ao pleno êxito de empreendimentos movidos com amabilidade de desprendimento, em prol de causa que se engrandece cada vez mais, justamente em razão do sacrifício e da abnegação de pessoas da estirpe de Bahia e Clóvis, que mostraram o seu verdadeiro amor aos integrantes da Turma 162, por grandioso trabalho, em longo período, para que tudo funcionasse perfeitamente como planejado, sem cobrar absolutamente nada por ele.
Em razão disso, os companheiros que tiveram a felicidade de participar do encontro em Aracaju são, em uníssono, mais do que agradecidos, pelas extremas atenção e dedicação à organização de empreendimento somente coroado de sucesso com relação a tudo que rolou nos eventos, que transcorreram em clima de muita tranquilidade, cordialidade e fraternidade, como tem sido a síntese gostosa e prazerosa de nossos encontros.
Esses encontros tiveram o condão de reafirmar, de forma muito nítida, a demonstração pessoal de incontida alegria própria do ser humano, que tem o poder de se manifestar prazerosamente no momento de reencontro de velhos e queridos amigos de longa e inesquecível jornada de nossas vidas.
Os abraços são sempre demorados e afetuosos, as palavras soam emocionadas e os sorrisos são a verdadeira prova do espontâneo prazer do reencontro de eternos amigos, em explícita manifestação de se dizer que valeu e muito o sacrifício de se deslocar de tão longe para se viver momentos ímpares, agradáveis e especiais em nossas vidas, que, felizmente, ainda bem que eles têm acontecido uma vez por ano, como pura forma de revitalização da vida e de demonstração de amor e amizade às pessoas queridas e inesquecíveis, que permanecem incrustadas em nossos corações.
Muito obrigado e até breve!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de abril de 2018

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