sábado, 21 de abril de 2018

Possível manipulação eleitoral


Conforme pesquisa realizada pelo americano Atlantic Council, foi constatado que quase a metade dos venezuelanos avalia que não deverá votar nas eleições presidenciais de 20 de maio, considerando que ali o voto não é obrigatório.
Cerca de 44,3% das pessoas consultadas disseram que estão inclinadas a deixar de participar das eleições, diante da crescente desconfiança dos venezuelanos com relação ao governo e à autoridade eleitoral, conforme a conclusão da pesquisa.
A citada pesquisa mostra que 49,8% das pessoas consultadas consideraram que os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral não seriam confiáveis, dando a entender que há efetiva manipulação no sistema eleitoral venezuelano.
Por sua vez, foi verificado aumento com a inconformidade em relação ao governo bolivariano, chegando a quase 60% das pessoas entrevistadas, que o veem como verdadeira ditadura.
Agora, o impressionante que é quase oito em cada 10 venezuelanos desaprovam a gestão do presidente chavista, que, mesmo diante dessa gigantesca rejeição, tentará a reeleição, com mandato que se estenderá até 2025.
Na pesquisa, mais de um terço dos entrevistados disse que votaria em candidato da oposição, que já tem empresário independente liderando as preferências de voto, com 22,9%, vindo em seguida o presidente chavista, com 21,2% das intenções de voto.
Os candidatos independentistas aparecem como o principal bloco político na Venezuela, com 43,3% de apoio, diante dos 24,2% dos chavistas e dos 31,5% da oposição.
A pesquisa revelou que 88,4% das pessoas consultadas avaliaram que a qualidade de vida piorou nos últimos 12 meses, diante da gigantesca derrapada da economia, que despensa abismo abaixo, principalmente pela escassez de recursos, que vem dificultando a importação de alimentos, causa principal do desabastecimento generalizado no país.
A maior preocupação das pessoas é com a hiperinflação, que foi mencionada por 95% dos pesquisados, pela qual responsabilizaram o presidente, em 55%, e o governo, em 29%. Como consequência, 85% das pessoas disseram ter reduzido o tamanho das refeições diárias, e 75%, o número delas, fatos estes que mostram que o país se encontra desgovernado e sem rumos.
Três de quatro pessoas consultados disseram que a Venezuela necessita de ajuda internacional, entre elas mais de um terço é chavista.
Além disso, mais de 80% acreditam que a Venezuela atravessa terrível crise humanitária, incluindo quase a metade dos chavistas.
Embora o presidente chavista seja contrário à abertura de canal humanitário, para possibilitar indispensável ajudar humanitária à população, 74,7% dos consultados apoiam essa iniciativa, sendo que a maioria gostaria que a Igreja Católica, a comunidade internacional e as ONGs internacionais sejam as entidades mais idôneas para coordenar essa ajuda, que precisa aparecer com o máximo de urgência, diante do sofrimento do povo.
A pesquisa mostra, de forma objetiva e clara, que, se depender da população venezuelana, o presidente do país, em condições normais, evidentemente observado processo limpo e transparente das eleições, dificilmente se elegerá, diante da enorme rejeição de seu governo, que tem sido considerado ditatorial e bastante prejudicial aos interesses do povo, que não suporta tantos apertos e privações decorrentes do cruel desabastecimento de alimentos, remédios e demais produtos de primeira necessidade.   
O que impressiona, nessa pesquisa, é que o ditador com pouco mais de 20% de intenção de voto, ou seja, com a preferência baixíssima do eleitorado, deverá sagrar-se, sem susto, vitorioso e ainda há quem diga que isso se chama democracia limpa, mostrando que quem ganhará será realmente o candidato escolhido livremente pelo povo, porque essa forma de esculhambação faz parte do sistema político-eleitoral dos países sob o regime socialista, onde sempre se ganha aquele da preferência do regime político oficial.
Também salta aos olhos a generalizada decadência apresentada em todos os níveis de avaliação, demonstrando que o país socialista atravessa as piores dificuldades, notadamente no que diz respeito aos princípios econômico e administrativo, que nem os próprios ferrenhos chavistas acreditam no governo ditador e desumano.
À toda evidência, é impossível ficar livre do ditador chavista, porque o presidente tem a chave do grande cadeado do Estado e o poder de manobra do ferrolho que são importantes mecanismos de controle da nação, que há de permanecer sob seus pés de ferro, o que vale dizer que nada foge ao seu comando, não sendo novidade que ele continuará como mandatário do país, enquanto quiser, apesar dos pesares, porque a classe dominante se rende à conveniência pessoal e se beneficia do regime socialista e o apoiará, mesmo com o país em ruínas e na contramão da evolução civilizatória e humanitária.
Enquanto isso acontece de mais grave, o povo permanece nas piores condições de miserabilidade, martírio e sofrimento, conforme mostra muito bem a pesquisa independente, que evidencia, de forma cristalina, a precariedade do tratamento desumano oferecido à população, que tem preferência por ajuda humanitária internacional, para minorar o seu sofrimento, mas o governo cruel e insensato contraria a vontade majoritária do povo, não permitindo que o seu sofrimento seja, ao menos, minorado com a ajuda externa.
É preciso que os brasileiros se interessem e conheçam os péssimos e horrorosos resultados da pesquisa em tela, como forma de se inteirar do tratamento desumano e cruel dispensado aos venezuelanos pelo governo ditador bolivariano, que deu continuidade ao regime socialista implantado pelo seu antecessor, que tem como pano de fundo a pseuda igualdade social, que nada mais é do que a imposição do sacrifício, do martírio e da crueldade ao povo, que é obrigado a conviver com crises agudas e generalizadas, inclusive humanitárias, em total degradação das condições de dignidade da população. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de abril de 2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário