A descrição do caso a seguir tem como objetivo
mostrar às pessoas que é preciso encarar o coronavírus com o máximo de respeito,
no sentido de acreditar que não compensa zombar ou desprezar o seu poder letal,
por apenas imaginar que ele inexiste e é inofensivo, mas a sabedoria dos homens
diz que seguro morreu de velho.
Pois bem, uma comerciante, do ramo de vidraçaria,
de Santa Rita, em João Pessoa, Paraíba, sempre defendeu o funcionamento normal
do comércio e chegou a zombar do "fique em casa", tendo
desobedecido à orientação do governo nesse sentido.
Agora, ao contrário, ela acaba de gravar vídeo com
a finalidade de orientar às pessoas que cumpram rigorosamente o isolamento
social, para se protegerem contra a pandemia do novo coronavírus, diante do
fato de que o seu marido, de 57 anos, ter morrido por causa do Covid-19.
Embora antes tivesse sido forte defensora do
funcionamento do comércio e crítica do isolamento social, agora, ela faz veemente
alerta à população e implora que todos fiquem em casa, evidentemente diante da
fatalidade de ter perdido o seu ente querido, exatamente para quem ela nem
temia.
A comerciante relatou que, "Há 15 dias, eu
escutava essas palavras ‘fique em casa’ e até cheguei a zombar. Cheguei na loja
e fiz um vídeo dizendo ‘fique em casa, mas quem vai pagar nossas contas no
final do mês?’. Hoje eu digo, 'fique em casa'".
Após a morte do marido, ela fechou a sua loja e foi
para à granja da família, junto com o filho do casal, de 10 anos, esperando que
tudo volte à normalidade.
A comerciante disse que o seu ex-esposo tinha
diabetes e doença cardiovascular, ou seja, ele pertencia ao grupo considerado de
risco perante o coronavírus, ao qual se incluem também os bravos idosos.
Ela disse que "Essas palavras 'fique em
casa' são muito pesadas para mim hoje, porque eu não fiquei em casa, meu marido
não ficou e infelizmente faleceu. Ontem eu senti o peso delas mais ainda,
quando cheguei em casa e meu filho olhou para mim: 'mãe, você salvou meu pai?'
e eu apenas disse que não.".
Ela chegou à conclusão, em tom de lamentação, de que
"Esse vírus humilha os seres humanos, porque ele nos faz sentir inválidos
diante da situação. Nem um 'Pai Nosso' deixaram eu fazer para ele".
Infelizmente, esse triste acontecimento tem o
condão de mostrar, com precisão, o quanto o homem ainda é frágil diante do
invisível, que tem poder bem superior à sua resistência orgânica, que é totalmente
incapaz de impedir os efeitos perversos e maléficos desse vírus.
Diante desse fato bastante lamentável, não tem como
se opor à sábia orientação de isolamento social, principalmente em localidade
onde há notícia sobre a incidência, em especial nas capitais, onde há maior
fluxo de turistas e pessoas de outras localidades, com enorme possibilidade de
serem portadores do novo coronavírus.
Além do confinamento, convém que as pessoas também se
protejam quando for preciso sair à rua, tendo o cuidado de usar máscara, evitar
se aproximar de pessoas ou aglomerações, e usar o álcool gel ou sabão, para a
assepsia das mãos, além de não ficar passando às mãos na cara, constantemente.
Enfim, infelizmente foi preciso que acontecesse duro
e pesado exemplo, no âmbito da família, para que essa senhora se dobrasse à
realidade mais do que cruel e dolorosa, conforme mostram os fatos, que,
querendo ou não, é uma forma de lição que precisa ser levada em conta, por tratar-se
de situação real, que precisa ser mostrada como exemplo a ser evitado.
É preciso que os brasileiros compreendam e se
conscientizem de que o esforço de todos, com o fortalecimento da campanha “fique
em casa”, contribuem decisivamente para o salvamento de vidas, não valendo a
pena se arriscar, acreditando que se trata de “gripezinha”, em triste e reprovável
exemplo, porque os fatos estão provando justamente o contrário e, às vezes, o
fim pode ser o pior possível.
Cuidem-se, em prol da preservação da vida, que é
preciosíssima, mas a deficiência de imunidade pode a tornar extremante frágil
ao contágio com o vírus letal.
O bom senso diz que fiquem em casa e se projetam ao
máximo, em respeito aos ainda imprescindíveis isolamento social e outros
cuidados essenciais.
Brasília,
em 7 de maio de 2020
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