domingo, 14 de abril de 2024

A entrevista

 

Conforme foi anunciado nas redes sociais, o último ex-presidente do país pretendia entrevistar, na noite de ontem, o empresário proprietário da empresa de comunicações X.

Não obstante, por motivo ainda não explicado devidamente, a aludida  entrevista foi adiada, sine die, sem indicação de nova data.

À toda evidência, essa surpreendente e estranha entrevista tinha tudo para se transformar em verdadeiro desastre, justamente por envolver figura política brasileira que responde a vários processos na Justiça e ninguém sabe até onde os assuntos tratados nela poderiam ter relação com os processos pertinentes e ainda se algum fato poderia implicar em forma de interferência nesses autos.

O bom senso é a racionalidade aconselhariam que essa entrevista poderia ser feita por qualquer pessoa, menos pelo ex-presidente brasileiro, justamente porque outra pessoa teria plena liberdade para explorar precisamente todos os fatos que dizem respeito ao político, sem qualquer constrangimento nem implicação nos aludidos autos.

Na realidade, essa conversa poderia dar azo à materialização da insensibilidade e da insensatez a serviço de político que não quer perder nenhuma oportunidade para se manter ativamente no foco da mídia, mesmo que esse momento especial recomendaria que ele estivesse a distância desse imbróglio entre o empresário do X e o “todo-poderoso”, à vista da condição de ele ser investigado por esse último personagem, evidentemente para mostrar equidistância da crise em curso.

Como se percebe, faltou tato político para a discrição do ex-presidente, quando o momento aconselha que ele se mantenha o mais distante possível dos holofotes da mídia, por razões absolutamente estratégica de cautela favorável à pessoa política dele, especialmente com a projeção para as futuras decisões da Justiça sobre os atos supostamente atribuídos à pessoa dele.

Infelizmente, é preciso se reconhecer que a falta de apropriado aconselhamento político pode implicar sérias consequências, com repercussões indesejáveis, que seriam de melhor alvitre evitá-las, nas circunstâncias, para o próprio bem do político.

Brasília, em 14 de abril de 2024

Nenhum comentário:

Postar um comentário