quarta-feira, 10 de abril de 2024

Em defesa das liberdades

 

O dono do X (antigo Twitter) já havia atacado a corte maior do país e voltou a dizer que um ministro dessa instituição teria interferido na eleição do presidente brasileira, tendo atuado para censurar opositores, por meio de decisões judiciais, no caso, em suposto prejuízo do candidato à reeleição.

Ele atacou, com força, o ministro e o presidente brasileiro, ao indagar: "Como (omiti o nome) se tornou um ditador no Brasil? Ele tem (omiti o nome) na coleira".

Na verdade, o dono do X consegue insuflar os bolsonaristas contra a corte grandona e o principal político do país, dizer com muita clareza o que pode ter ocorrido para resultar nas urnas, que surpreendeu o mundo político.

No desenvolvimento desse imbróglio, o ministro houve por bem determinar a inclusão do X e do seu dono no inquérito das milícias digitais e ainda fixou multa de R$ 100 mil para cada perfil suspenso por decisão judicial que for reativado, medida essa que não se sabe se vem sendo cumprida.

Ato contínuo, o ministro também negou pedido da rede social X de isentar sua representação brasileira de ser afetada por decisões judiciais tomadas no Brasil, sob a alegação de que a sua filial, no Brasil, não ter controle sobre as postagens feitas no Brasil, mas apenas sobre as operações comerciais de publicidade e remuneração de parceiros.

O ministro disse que a empresa busca "imunidade jurisdicional", indevidamente, querendo que somente a sede internacional respondesse a processos.

Ao negar o aludido pedido, o ministro disse que, verbis: “A alegação, em primeiro lugar, revela certo cinismo, já que, conforme consta no Contrato Social a que se fez referência, umas das chamadas operadoras internacionais do X nada mais é do que a principal sócia da empresa brasileira, detendo a absoluta maioria do capital social.”.  

O certo é que, além da mobilização dos bolsonaristas, nas redes sociais, o dono do X tem influência e capacidade de mobilizar apoio no Congresso Nacional, para decidir negativamente sobre o projeto de lei sobre a mordaça que o governo pretende impor aos  brasileiros.

Como se pode perceber, a briga foi travada entre leões, de vez que o ministro lidera o sistema dominante brasileiros e o dono do X é bilionário com muita influência mundial, que teve coragem de enfrentar a censura política contra usuários do X no Brasil, que é algo impensável internamente no Brasil, porque todos temem o poder do ministro, que, sozinho, manda prender, buscar elementos, celulares, documentos e tudo o mais que ele entender conveniente às investigações do processo do fim do mundo.

Convém notar também que o bilionário tem notórias relações com a extrema-direita norte-americana, que tem por princípio a liberdade de expressão para barrar as tentativas de regulamentação das redes sociais, cuja influência nas comunicações ele pretende que ela seja exercida, no Brasil, contra a maior corte do Brasil, motivando, por certo, forte e séria crise política.

Trata-se de estratégia política deliberada, que serve como esboço de laboratório no embate direto com países que tendem a seguir o exemplo da União Europeia, que decidiu pela regulamentação das redes sociais.

Qualquer entendedor conclui, facilmente, que o embate travado entre o bilionário e o ministro giza em torno da ampliação e do aperfeiçoamento dos princípios democráticos, fundados nos direitos civis e individuais assegurados na sagrada liberdade de expressão, marco fundamental da evolução e do desenvolvimento da humanidade.

Brasília, em 10 de abril de 2024

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