terça-feira, 16 de abril de 2024

Sob ameaças

 

Em vídeo que circula nas redes sociais, um influente pastor diz que não tem medo de ser preso justamente porque ele tem provas sobre a podridão praticada por autoridades brasileiras.  

Ao que tudo indica, o nada reservado religioso costuma criticar severamente acontecimentos atos e decisões do mundo político e jurídico, sob a garantia de puder denunciar o desvio de conduto de pessoas influentes das instituições públicas, em caso de ele vir a ser penalizado, fato este que, implicitamente, ele reconhece que não se comporta em estrita sintonia com as boas normas de cidadania, já que teme ser reprimido por seus atos, que, se eles fossem rigorosamente corretos, não haveria o que temer.

Normalmente quem tem provas sobre crimes não fica fazendo divulgação acerca da existência delas, naturalmente com o propósito de intimidação.

Isso funciona muito mais como ameaça e chantagem rasteira por parte de pessoa medrosa, desonesta e covarde, para causar inquietação ou outra forma de tentativa de ameaça sobre o conhecimento de algum fato grave.

Na verdade, quem está munido de elementos de provas, os mantém sob sigilo absoluto e somente os apresenta quando realmente houver necessidade, apenas como instrumento de defesa, em respaldo aos princípios jurídicos nada honesto e lícito.

Sempre que alguém alega possuir acervo sobre fatos que podem implicar a reputação de outrem, nada por trás disso deve ser lícito, nem os fatos em si nem muito menos a própria pessoa que diz guardar algo comprometedor acerca de outrem.

Caso exista algo sério e comprometedor de alguém, nesses elementos guardados pelo religioso, isso é da maior gravidade, de vez que ele mantém sigilo de fato que pode ter prejudicado alguém ou que possa comprometer outrem, mas eles são mantidos nessas condições exclusivamente como álibi para protegê-lo, em caso de necessidade, conforme isso fica absurdamente claro na palavra do próprio religioso, que diz que a sujeira será exposta se ele for preso.

Isso mostra a verdadeira face de pessoa sem caráter e sem o mínimo de dignidade, porque, do contrário, ele não teria nada escondido apenas para servir de instrumento de sua proteção, principalmente quando isso só está protegido, em sigilo, por causa da sua importância para livrá-lo da Justiça, caso seja preciso o uso desse expediente nada honesto e digno.

Causa perplexidade que o homem público não tenha qualquer escrúpulo em reconhecer que mantém consigo dossiê suspeito de nada lícito, mas desabonador da vida pública de alguém, que poderia ter muito utilidade se houvesse a divulgação dele, com a finalidade de atender aos princípios da transparência e da verdade.

Enfim, tratando-se de religioso do qual se exige o estrito dever de ser consciencioso no caminho da retidão e sobretudo da verdade, o sigilo anunciado por ele tem o condão de denunciar que ele age em dissonância com os princípios da moralidade e da cidadania.  

Brasília, em 16 de abril de 2024

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