segunda-feira, 2 de agosto de 2021

A importância do respeito à liturgia!

 

Infelizmente, o Brasil mergulhou na pior ordem do palavreado chulo e impróprio para menores até mesmo da terceira idade, vindo sim, pasmem, da lavra logo da retórica insensata e desaconselhável do presidente da República, que aderiu ao vocabulário pobre e rasteiro, bem ao longe da tradicional sapiência diplomática própria do Palácio do Planalto.

Tem causado repugnância o pronunciamento escolhido pelo presidente do país, com palavras que deveriam ser pronunciadas apenas na intimidade, em círculo da confiança e jamais sem o menor escrúpulo em público, como se fosse elegante mandar recado para opositores citando, de forma incrível, na frase vocábulo pejorativo, como, entre tantas outras, “ca....”, e ainda ao se dirigir aos brasileiros, dizendo que ele “sou o ‘co..’ de vocês”, além de outras excrescências deprimentes, completamente incompatíveis com o trato da comunicação oficial de nível tolerável entre as pessoas civilizadas, normais, decentes e socialmente republicanas.

Considerando a relevância do cargo de presidente da nação, ocupado pelo príncipe da República, era de se esperar tratamento somente em nível de elegância e qualidade, em condições condizentes com as relações socialmente de educação e de fino trato social, normalmente pautado na mesma cadeia do decoro compatível com o verdadeiro estadista que precisa valorizar, sem nenhum favor, a cátedra do importante trono presidencial.

O mais grave dessa visível decadência vernacular é que isso parte de notória liderança que tem o sentimento natural de involução verborrágica, como se não tivesse a menor obrigação de ser polido no tratamento social, quando, a bem de se ver, o presidente do país já mandou repórter se calar diante da sua “alteza imperial”.

A propósito, alegam que o comportamento irritadiço do mandatário tupiniquim estaria em consonância com estratégia diversionista para agradar e satisfazer parte importante de seus seguidores, no preciso sentido de que ele tem obrigação de ser diferente de todos os presidentes, sempre disposto a se mostrar impetuoso, corajoso e criativo, exatamente dessa maneira, dizendo palavras de efeito que possa marcar a sua personalidade de puder dizer o que pensa no momento, sem a menor obrigação de respeitar o cerimônia e muito menos se importar que as suas baboseiras e nojeiras possam causar algum incômodo.

Em momento de bastante lucidez, o presidente do país se mostrou bem coerente com ele próprio, ao se autoproclamar que “eu sou o c... de vocês”, e, nesse ponto, é bem possível que ele tenha tido, na verdade, importante momento de lampejo de sinceridade sobre a irrelevância que representa e representou como chefe de governo, em especial no gerenciamento do combate à grave crise da pandemia do coronavírus, quando os fatos podem provar que o seu governo negligenciou com a implementação das medidas essenciais, não com relação àquelas necessárias, que apenas serviram como paliativo contra a doença, cuja indiferença pode ter contribuído para a perda de sentidas e preciosas vidas de brasileiros.

Na realidade, o presidente do país se ajusta à mancheia na franqueza vernacular, que bem combina com muitas políticas rasteiras e inúteis do seu governo, tendo por exemplo a inexistência de reformas das estruturas do Estado, como educação, saúde, segurança pública, entre outras ações essenciais ao desenvolvimento socioeconômico, sem contar com os desgraçados conchavos com o famigerado Centrão, que tem sido o seu esteio para a possível blindagem contra a abertura do processo de impeachment dele.

Não à toa que as pesquisas vindas à tona, embora de abrangência extremamente insignificante, em termos de quantidade de pessoas ouvidas, de apenas mil ou duas mil pessoas votantes, entre mais de 150 milhões de eleitores brasileiros, mostram a perda de popularidade dele, que é reflexo da sua indiferença aos princípios da competência, eficiência, sensibilidade e responsabilidade, entre outros conceitos republicanos, com implicação no desprezo à causa da população, representada pelo negacionismo à gravíssima pandemia do coronavírus, quando o seu governo foi praticamente ausente, fazendo apenas o que era necessário, quando deveria liderar tratamento de guerra revolucionária, com a liderança do Ministério da Saúde, tendo o dever de coordenar campanhas e movimentos destinados à salvação de preciosas vidas.

Ao contrário disso, a atuação desse importante órgão foi a mais apática e pífia possível, quando nem chefe especialista em questões sanitárias existia, o que ajuda a compreender e provar a o tamanho das negligência   irresponsabilidade do governo, que poderia ter salvado vidas se as ações daquele órgão fossem compatíveis, em forma de empenho e esforços, com a seríssima gravidade da letalidade pandêmica.

Os especialistas em política entendem que os hábitos, a postura, o comportamento e a linguagem mundanos do presidente do país têm a fórmula ideal para contribuir para afundá-lo em termos de preferência popular, que aderiu à vontade de seus seguidores, para agradá-los da melhor maneira possível, fato este que contribuiu para desagradar muitos brasileiros, que gostariam que o presidente do país fosse capaz de honrar verdadeiramente os elevados patamares das funções constitucionais próprias do mandato, de modo a trabalhar apenas em defesa dos interesses dos brasileiros, independentemente de ideologias ou partidarismo.

Enfim, os brasileiros anseiam por que o presidente da República consiga, para o bem não somente dele, por representar importante autoridade que tem o dever de se comportar sob a égide da dignidade aos princípios de seriedade, dignidade e civilidade, mas também para a honra da cátedra presidencial, como também da elevação da imagem do Brasil, bastante desgastada pelo visível desprezo aos princípios republicanos.  

Brasília, em 2 de agosto de 2021

Nenhum comentário:

Postar um comentário