segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Em obediência à minha consciência!

      Uma grande amiga me manda vídeo onde jornalistas comentam, em tom de espanto,  a existência de 123 processos examinados pelo Supremo Tribunal Federal contra o presidente da República, desde o início do governo dele e, por conta disso, ela escreve a seguinte mensagem para mim: “E VOCÊ NÃO FALA NADA”.

Em seguida, a mesma pessoa me envia vídeos em que assessores do governo anunciam excelentes resultados obtidos na gestão do presidente do país e, em tom de estranheza, escreve: “Você manda por WhatsApp pra mim. Mas no YouTube só escreve falando mal do Bolsonaro. Isso é o que eu não consigo entender. Pra mim Ou é do lado do bem Ou é do lado do mau Ou está com Deus ou com o Diabo”.     

Logo depois, a amiga disse: “Só estou reencaminhando os WhatsApp que você me mandou. Mas que não vi comentário seu no YouTube sobre esses assuntos?”.

Finalmente, sobre outro vídeo, a amiga escreve: “Cadê sua escrita sobre Sérgio Reis?”.

Devo explicar, em primeiro plano, que não tenho condições de escrever sobre todos os assuntos que surgem, no cotidiano, diante da diversidade de matérias da maior importância para o interesse da sociedade, em que pese eu sentir desejo de me manifestar em todos os casos, mas isso é humanamente impossível, confortando-me com a análise apenas de pouquíssimos assuntos compreendidos na minha limitada capacidade de manejo, que ainda não é pouco, à vista do esforço desprendido em cada caso.

Diante disso, procuro selecionar ao máximo aquela matéria que eu possa comentar minimamente com base nos meus minguados conhecimentos, a permitirem-me que eu possa opinar sobre ela e é o que tenho me esforçado para assim eu produzir as crônicas, em média de quarenta por mês, tratando de múltiplos assuntos, ficando aqui as minhas escusas por eu não conseguir ser ainda mais profícuo e penetrante nos assuntos vindos à baila.  

          Com relação aos processos examinados pela Suprema Corte, não tenho a mínima condição para avaliar o seu conteúdo ou o seu acerto sobre a sua adequabilidade ao texto constitucional, de forma a censurar, em termos da sua harmonia jurisdicional pertinente à corte, exatamente por não conhecer as suas causas, as motivações que lhes deram origem, que certamente os assuntos tenham sido analisados ou proferidas as decisões por decorrência do dever funcional dos magistrados, no âmbito da sua incumbência institucional de agir em cada caso, por força do texto constitucional.

É preciso que não se alarme tão somente pela quantidade de processos, dando a impressão, que parece ser o caso, de que o Supremo, na avaliação dos severos críticos sobre o assunto, se debruça em permanente perseguição ao presidente da República, quando convém se ponderar que a maioria dos casos é proveniente de ações em questionamento oriundo de partidos da oposição ao governo, que a corte, por dever constitucional, tem a obrigação de examinar, mesmo que o resultado da análise seja o arquivamento da causa e isso é mais do que normal, sob a atuação objetivamente jurisdicional.     

Agora, com absoluta certeza, é possível se afirmar que o maior e inconceptível erro, nos casos de maior repercussão, é proveniente especialmente da parte acusada, no caso o presidente da República, que é julgado na Suprema Corte e, normalmente aceita quietinho, em muitos casos, sem recorrer do veredicto, em clara demonstração de incompetência funcional, porque isso tem importante significado, no sentido da possível transformação das decisões em instrumento do bem para os propósitos e o aproveitamento dele.

Isso mostra que o presidente do país passa a ser vítima do Supremo, à vista do troféu que é mostrado à nação, para dizer que ele é permanentemente perseguido por decisões absurdas, embora dando a entender, diante das reclamações, que ele é simplesmente inocente em todos os casos, mas os fanáticos dele engolem tudo isso com a natural compreensão de que o presidente vem realmente sendo atacado e torturado como vítima da corte, que leva todo tempo em decidir sobre questões o envolvendo, como se isso fosse coisa do outro mundo, quando se trata apenas do exame de assuntos submetidos, por algum motivo, ao crivo constitucional da corte, em razão de demanda em sede constitucional, ou seja, os processos submetidos ao crivo do Supremo não podem ser recusados, in limine, à vista do rito a ser observado em cada caso.

Pois bem, tudo isso pode demonstrar alguma deficiência por parte do presidente do país, que apenas precisa recorrer ao plenário do Supremo, tantas vezes quantas ele seja denunciado, aproveitando o importante ensejo para mostrar a verdade sobre os fatos, de modo a evidenciar, a seu juízo e na forma dos argumentos e elementos apresentados à corte, que os fatos objeto das demandas são absolutamente indevidos e improcedentes, ficando esclarecido em benefício do seu governo, que ele está agindo com correção e em estrita observância às normas constitucional e legal, porque é exatamente assim que governo decente presta contas sobre seus atos à sociedade.

Não obstante, o presidente do país prefere não recorrer de nada ou de quase nada, justamente para tirar proveito da situação, no sentido de colher dividendos políticos junto aos seus igualmente inteligentes apoiadores, exatamente por ter a possibilidade para se passar de vítima, como é do costume dele, pelo tanto de processos ou decisões considerados absurdos por seus defensores, à vista da indignação demonstrada nas redes sociais, por causa que pode nem ter a importância que lhe foi dada, salvo melhor juízo.

Eu tenho analisado, como são próprios da minha linha, os fatos que são fora da curva, no caso das distorções que jamais deveriam acontecer no governo que é normalmente eleito para realizar somente bons e produtivos obras e serviços, conforme consta de suas metas de governo, mostradas na campanha eleitoral e, para isso, os resultados excelentes devem ser considerados normais, em harmonia com o que foi planejado para acontecer, na prática, não precisando que eles sejam comentados como publicidade de governo, porque, nesse casso, o presidente apenas cumpre o seu sagrado dever funcional de ser eficiente na sua gestão.

A minha ideia tem como princípio a necessidade da análise dos assuntos que precisam ser mudados de rumo ou jamais deveriam ter existidos,  em razão de desvios do prumo para direcionamento fora da normalidade, de modo a se mostrar as deficiências que se tornam prejudiciais à boa gestão dos recursos públicos e ao interesse da sociedade, tendo por finalidade, de maneira precípua, a obtenção de melhores resultados para a satisfação do bem comum, que é sempre a essência do governo.

Sobre o cantor sertanejo, eu escrevi algumas crônicas exatamente lamentando que ele tivesse saído em defesa do presidente do país, chegando a anunciar que ia entregar documento ao presidente do Congresso Nacional com a exigência, em forma de ordem impositiva, para a adoção de medidas drásticas e golpistas, para o atendimento em apenas três dias, a exemplo da implantação do voto impresso e do afastamento do cargo de ministros do Supremo Tribunal Federal.

No Estado Democrático de Direito, que é facultado ao Brasil, essa forma de comportamento tem o nome de golpe de Estado, que é algo próprio das republiquetas, porque fica caracterizada, nessa precisa forma de agir, cristalina violência, força bruta, com a consequente ruptura dos saudáveis princípios constitucional e democrático, em completa afronta ao ordenamento jurídico pátrio.

O vídeo que um extremista de direita fez circular nas redes sociais, mostrando o lado humanitário do cantor, na vã tentativa de afastar a maldade perpetrada por ele, no campo político, não passa de enorme equívoco, porque ele não tem o condão de resgatar a dignidade política do cantor, posto que ele próprio pediu perdão ao Brasil, por ter reconhecido que teria errado, ou seja, é preciso se distinguir os sentimentos humano e político, na certeza de que eles não se compensam, fazendo certo em ele se desculpar, por enxergar gravíssimo erro de procedimento social.

Por seu turno, deixo claro que escrevo sobre fatos específicos, que surgem no cotidiano e não sobre a visão panorâmica do governo, que até tem muitas virtudes, mas ele vem colecionando muitas trapalhadas que são vistas por quem não imagina que as virtudes possam servir de compensação aos erros praticados, a exemplo do que se dizia de certo presidente que “ele rouba, mas faz”, ou seja, o presidente do passado roubava, mas tinha o lado bom de ajudar as pessoas e isso ajudava a atenuar seus atos delituosos.

A bem da verdade, preciso deixar muito claro que eu não escrevo falando mal do presidente nem de ninguém, porque esta não é da minha índole, mas tenho procurado analisar, com critério de imparcialidade e justiça, como o faço em relação a todos os assuntos do cotidiano, fatos que realmente merecem, exclusivamente a meu juízo, a crítica construtiva, no melhor sentimento de brasilidade, na perspectiva de que seria muito melhor para a gestão pública, segundo a minha modesta avaliação, que tem sido bem diferente, e disto não tenho a menor dúvida, daquela da autoria das pessoas intelectualizadas, que já estão em estágio bastante adiantado em relação ao meu aprendizado, que ainda engatinha, a ponto de ainda enxergar falha em governo tão preparado, competente e produtivo, na visão das pessoas inteligentes.

Pensando eu, evidentemente com a minha ingênua mentalidade, que os meus alfarrábios até poderiam ter alguma validade, em termos de reflexão, se deles o presidente do país ou qualquer outro homem público tomassem conhecimento, porque, quer queira ou não, existem neles algo diferente, que não ficam na mesmice de se aceitar, com naturalidade, tudo que vem sendo estratificado como correto e imutável, onde o povo precisa engolir, necessariamente, a dose certa, já recebida embalada e carimbada, até mesmo de mediocridades.

Enfim, só tenho a lamentar por não conseguir escrever textos para o agrado geral e, nem por isso, eu pretendo agradar nem a Deus é muito menos ao demônio, mas sim à minha consciência de procurar escrever com muito amor ao meu próximo e ao Brasil, que este bem merece ser governado com competência, eficiência, sensatez, serenidade, tolerância e responsabilidade, como fazem os verdadeiros estadistas das nações evoluídas.

Com todo respeito que dedica às pessoas, encareço que perdoem as minhas imperfeições e continuem a aplaudir se alguma qualidade for vislumbrada no meu trabalho literário, porque afianço que a minha dedicação tem por propósito o melhor para o Brasil e os brasileiros, com embargo de ideologia de qualquer natureza e sentimentos senão construtivos.

          Brasília, em 30 de agosto de 2021

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