quarta-feira, 11 de agosto de 2021

O naufragar da incompetência

 

Diante de crônica versando sobre a polêmica discussão sobre as urnas eletrônicas, um cidadão escreveu mensagem dizendo o seguinte: “Amigo, tem milho cru nesse angu! Por que o TSE não desafia expert da área para acessar o algoritmo da maquininha e modifica-lo?!... Por que somente uma meia dúzia de gatos pingados no planeta, inclusive o Brasil, insiste tanto nisso?! Como em Hamlet, há algo de sujo no Reino da Dinamarca, Oops,do Brasil... kkkk”.

Já disse, várias vezes, que o sistema eleitoral é verdadeira caixa-preta, que tem acesso por limitadas pessoas, tornando-o absolutamente fora dos padrões desejáveis de transparência.

É pena que existe completa e infinita incompetência por parte de autoridades públicas, para se conduzir diálogo de alto nível, em termos de tolerância, sabedoria e convencimento, com vistas a se conseguir abri-la e expô-la ao escancaramento da transparência, como deve ser o serviço público em toda extensão, porque nada pode ser classificado como sigiloso quando estar em jogo o interesse da sociedade.

Não existe uma autoridade da República imbuída do sentimento da humildade, em condições mínimas para compreender que somente os assuntos que possam comprometer a segurança nacional são obrigatoriamente classificados como sigilosos, o que não é o caso das urnas eletrônicas, cujo funcionamento pode ser perfeitamente do conhecimento público, desde que fique mantida a inviolabilidade do voto, na forma constitucional, porque trata-se de atos distintos.

Infelizmente o Brasil se comporta como verdadeira republiqueta, onde as autoridades da República ficam se digladiando feitos brutamontes selvagens, na vã tentativa de mostrar quem têm mais força e quem pode mais, em evidente detrimento do interesse público, cuja irracionalidade tem o condão de dificultar ao extremo a convergência de ideias benéficas ao aperfeiçoamento dos serviços do interesse da sociedade.

Ou seja, a incompetência ínsita das autoridades da República é alimentada, nutrida e consolidada com propósito da criação de obstáculos intransponíveis justamente para dificultar terrivelmente a adoção de medida razoavelmente favorável ao interesse dos brasileiros.

O tema referente às urnas eletrônicas é exemplo clássico do falado acima, em que o presidente da República fez acusações e agrediu autoridades públicas o quanto pôde, sem ter prova de nada, cujo resultado é esse desastre na condução da reforma que se pretendia, porque agora tudo não de lamentável episódio de incompetência e insensibilidade para questão de razoável importância para o aperfeiçoamento do sistemas eleitoral brasileiro.

É bem possível que, se antes não tenham existido fraudes, no próximo pleito certamente que há de existirem sim, a se imaginar que elas devam ocorrer com o exclusivo propósito de prejudicar o presidente da República, e sobre isso não há a menor dúvida, diante do péssimo clima formado por ele, no palco dessa disputa adjutorada pela extrema incompetência e imaturidade.

A verdade é que, quando se quer resolver realmente qualquer objetivo, no governo, o principal instrumento a ser utilizado condiz com a competência e a habilidade para a condução dos projetos, que precisam, sobretudo, apenas de justificativas convincentes e plausíveis sobre a necessidade da medida, mostrando a sua satisfatoriedade para o bem da sociedade.

Nada disso existiu, no caso das urnas eletrônicas, quando houve a prevalência sim de extrema arrogância, truculência, agressividade, incompetência e incivilidade, justamente por parte de quem se mostrava interessado na reforma do sistema eleitoral, que acaba de ser naufragada, em perfeita consonância com a mediocridade das medidas adotadas no caso.

Brasília, em 11 de agosto de 2021

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