quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Dificuldade para presidir o Brasil?

 

Em crônica que fiz análise sobre resultado de pesquisa de opinião sobre a preferência de voto para presidente da República, uma distinta e atenta conterrânea escreveu interessante mensagem, inclusive me colocando no topo da política nacional, conforme o texto a seguir.

O nosso Brasil e nosso povo, precisa de uma mudança para melhorar essa situação que estamos passando. Não voto nem um dos dois, eu votaria se fosse o senhor o candidato (em referência à minha pessoa, acredito), pq conheço sua capacidade que tens de administrar, sua inteligência e sabedoria dar de dez a zero nesses que foram e esse atual presidente. O senhor é um homem muito sábio e tem um coração bom e conhecedor dos problemas dos seus irmãos, principalmente os mais carentes de tudo. Acredito que tem muitos com capacidade de administrar só tá faltando o povo querer mudar não ficar a mesma coisa.”.

Em tom de brincadeira, digo que a carinhosa mensagem é a pedra de toque da minha candidatura ao cargo máximo do país.

Fico muito feliz e agradecido por avaliação bondosa e carinhosa sobre a minha condição de discernimento acerca dos fatos da vida, a qual recebo senão, como não poderia ser diferente, como verdadeiro estímulo à prática de escrever, que procuro fazê-lo tão somente como o escravo interessado em levar ao meu próximo um pouco de experiência de vida, em forma de interação de conhecimentos.

Todos nós sabemos como é complexo e difícil se administrar o Brasil, diante de múltiplas e diversificadas atribuições que realmente exigem bastante capacidade gerencial, diante da necessidade de conhecimentos e experiências que são, sem dúvida alguma, os principais requisitos para o equacionamento e a solução dos faraônicos problemas nacionais, que estão a exigir cuidados especiais do governo.

Sob o meu modesto prisma de avaliação, à vista da minha pouca experiência de vida, o Brasil tem sido visivelmente castigado pela continuidade de governantes absolutamente despreparados, incompetentes, insensatos, aproveitadores, corruptos e irresponsáveis, que se distanciam do verdadeiro sentido de estadista, porque este somente tem compromissos com a satisfação do interesse público, a verdade e a realização do bem comum.

Nem precisa se alongar em muitos outros exemplos desastrosos para a evidenciação dessa trágica assertiva, porque os fatos mostram à saciedade isso nos dias presentes.

Pois bem, o atual presidente da República sempre foi contra qualquer aliança com o Centrão, o condenando com absoluta razão, por ele ser o verdadeiro e perfeito símbolo do fisiologismo, que ele até o qualificou, também mui acertadamente, de useiro da “velha política”, que até garantia que jamais se aproximaria de esdrúxulo grupo político, em razão do seu passado tenebroso e de todos conhecido.

Na realidade, o presidente do país estava até então completamente cheio da razão e isso é fato inquestionável, porque certamente ele teria ganhado muitos votos com base na sua majestosa e estratégica ideia de moralização, em país já tomado pela indecente prática de latente e explícita corrupção, tendo por propósito o refutar da aproximação com quem só emporcalhava as atividades político-administrativas, com vistas ao aproveitamento de meios ilícitos, como assim ele entendia e de resto as pessoas decentes, dignas e ávidas pela moralização da coisa pública.

Não obstante, a partir do momento em que o cargo presidencial correu o sério risco de ser ameaçado, diante da possibilidade do impeachment contra ele, em razão de eventuais crimes de responsabilidade praticados na sua gestão, o que poderá haver a caracterização nesse sentido, à vista de muitas investigações em curso, que apontam suspeitas de possíveis irregularidades, em especial no que pertine ao enfrentamento da pandemia do coronavírus, por seu governo, diante de muitas negligências, segundo os entendidos, ele simplesmente logo correu para os braços do Centrão, em busca de guarida.

A partir de então, o presidente do país se misturou por inteiro, de corpo e alma, como se esta fosse realmente vendida ao diabo, para fazer parte do lamaçal do Centrão, que agora domina o governo, que até se dizia, mais intensamente na campanha eleitoral, que seria realmente de mudanças e não se admitiria devassidão moral, tendo como rótulo primacial da moralidade e da dignidade e dos demais bons princípios republicanos como cartão de apresentação.

Todo esse ímpeto moralizador pode ter sido mantido por alguns tempos, no início do governo, mas agora até o principal ministro do Palácio do Planalto é um dos fortes líderes desse grupo depravado e improbo, que responde a ação penal que se encontra encalhada no Supremo Tribunal Federal, aguardando prescrição, por falta de julgamento.

Ou seja, em razão da sebosa coalizão com o Centrão, o presidente da República que cometeu o chamado calote eleitoral, por ter sido eleito prometendo ser honesto e probo com a gestão pública, mas a sua fragilidade moral aconteceu justamente com o uso vergonhoso de recursos públicos, com vistas à nomeação de políticos do Centrão no seu governo e à liberação de suntuosos valores em emendas parlamentares para integrantes desse famigerado grupo.

Nesse caso, foi utilizado dinheiro dos bestas dos contribuintes para a compra da consciência despudorada de parlamentares, que se comprometem, em acordo de surdina, a protegê-lo, em caso de eventual abertura de processo de impeachment, diante da existência de mais de 130 pedidos nesse sentido, na Câmara dos Deputados, ficando muito claro que a deplorável amizade com o indigno grupo político teve por propósito, exclusivamente, servir de biombo para ele permanecer no cargo, o que vale dizer que houve desvio de dinheiro de programas governamentais para outras finalidades e isso tem o clássico e indigno nome de corrupção, com todas as características, principalmente que esse dinheiro deixa de ser empregado originalmente na satisfação do interesse público.

Esse exemplo é apenas pequena amostra da dificuldade do Brasil ser presidido por estadista de verdade, consciente das suas atribuições estritamente na forma prescrita na Constituição e nas demais normas legais brasileiras, em que pese todos os presidentes jurarem fidelidade, no solene ato de posse, à sua observância e na sua aplicação, que seriam no sentido de jamais se desviarem da retidão que se impõe a eles, evidentemente sob pena de serem incursos em crime de responsabilidade, que não poderia ser diferente no caso dessa vergonhosa aliança com o Centrão, que bem poderia ser investigada, para o bem da moralização do país, à luz das normas aplicáveis à espécie.

Brasília, em 19 de agosto de 2021

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