segunda-feira, 1 de junho de 2020

A capacidade presidencial de recuperação


À vista da longa experiência de dezessete meses no comando do principal cargo da República, parece ser possível que os brasileiros tenham ideia razoável quanto à avaliação sobre reais condições se o presidente está ou não à altura dos gigantescos desafios que hão de advir no futuro próximo, principalmente depois da superação da pandemia do coronavírus, que praticamente se encontra do seu ponto agudo, com a atingimento da famosa e temível curva, onde poderá acontecer dramáticas tragédias, com a perda de milhares de vidas humanas.
A verdade é que o Brasil será obrigado a encarar enormes desafios com a necessidade da reconstrução de todas as políticas, com destaque, como não pode ser diferente, para o realinhamento da economia, que já saiu da linha e precisa reencontrar os rumos da história, em que todos os esforços são buscados para a recuperação dos estragos causados com a intensa e longa  paralisação das atividades econômicas.
O que se sabe é que o acúmulo de resultados negativos não tem sido favorável ao presidente, que tem sido useiro e vezeiro ao confronto e ao debate sobre fatos nem sempre relevantes, mas com bastante perda de energia que, possivelmente, poderá fazer falta precisamente nesse momento especial, em que as experiências saudáveis poderiam contribuir para ajudar na recuperação dos prejuízos acumulados nesse período sombrio.
À frente do governo, o presidente até que poderia ter evitado uma série de estripulias e impropriedades completamente dissociada da função presidencial, ao atrair para seu colo questões de somenos importância, principalmente com a imprensa, com quem ele poderia ter sido apenas aliado e colaborador, mas, ao contrário, sempre que pôde, preferiu estar em atrito, ao seu estilo irrequieto de não levar desaforo para casa, no melhor folhetim popular, embora esse jeitão nada comedido só ajudou aos brasileiros terem a ideia de que o presidente conseguiu se distanciar bastante das suas funções de verdadeiro estadista, fato que contribui para se imaginar que ele terá muitas dificuldades para conduzir o Brasil ao lugar que ele merece e precisa.
Extremamente fiel ao seu estilo de boquirroto, como gosta de ser, o presidente foi capaz de confrontar o Estado Democrático de Direito, atacar princípios civilizatórios e democráticos, ferir ordenamento jurídico, além de ter sido acusado de desprezar a prática política, ao limitar cenário destinado ao debate das ideias democrática entre os contrários.
A verdade é que o país está mergulhado em gravíssima crise sanitária, certamente a mais aguda da sua história, com seríssimo agravamento da recessão econômica, com reflexos jamais vistos, pasmem, nos últimos cem anos, segundo as avaliações de analistas de mercado e economistas, que ainda projetam a crise, possivelmente, para os anos de 2021 e 2022.
No torvelinho de inevitáveis dificuldades de governabilidade, ainda existe enorme tensão que sido crônica entre o presidente brasileiro e o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, que somente contribui para piorar em potencial o péssimo cenário que tem todos os indicadores propícios para a formalização de convulsão social, principalmente se não houver o milagre da pacificação entre as principais autoridades dos poderes da República, no sentido do entendimento maior de que se encontra em jogo é exatamente a salvação da pátria, a redenção do Brasil e dos brasileiros, de modo que as vaidades políticas sejam deixadas em um canto, em forma de armistício, enquanto for possível a retomada da normalidade, tanto principalmente na governabilidade e como na economia, que, por enquanto estão se degenerando perigosamente, levando o país ao tenebroso abismo, que seria verdadeiro desastre jamais imaginado, quando as perspectivas eram de governo de auspiciosas mudanças.  
Essa situação caótica poderá se intensificar ainda mais caso a pandemia se prolongue por período além das previsões iniciais e que não se encontre alguma forma de conciliação entre o isolamento e à volta às atividade de trabalho, porque há o risco de demissão em massa de milhões de trabalhadores, com enorme e preocupante reflexo direito na economia, diante do maciço desemprego e do fechamento de pequenas empresas, não conseguiram se sustentar com a inevitável paralisação forçada pelo isolamento social.
À toda evidência, a configuração de quadro conjuntural bastante adverso, em todos os sentidos, contribui para vislumbrar-se que o presidente da República, pelo o que ele já demonstrou, dificilmente terá condições e equilíbrio para comandar o Brasil em situação a mais periclitante possível, porque é notório que falta na pessoa dele os requisitos essenciais de gerenciamento, capacidade de liderança e coordenação, além de conhecimentos específicos da economia, que serão indispensáveis em situação extremamente delicada do país, sem mencionar que é imprescindível haver disposição para o diálogo, a discussão de alto nível e a compreensão necessária à adoção da melhor decisão que apossa realmente atender aos interesses nacionais.
Em que pesem tempos sombrios, com muitas nuvens pesadas e carregadas de preocupações e incertezas, os brasileiros esperam e confiam que o presidente da República consiga readquirir reais condições para avaliar e dimensionar a magnitude da capacidade necessária para o enfrentamento da gigante capacidade de liderança necessária à coordenação dos ingentes trabalhos pertinentes à reestruturação e à redefinição do Estado e das políticas nacionais a serem adotadas, em especial nas áreas da economia, da saúde pública e de outras indispensáveis à recuperação dos estragos causados pelo poderoso e monstruoso coronavírus, com vistas à urgente retomada do desenvolvimento socioeconômico brasileiro.
Brasília, em 1° de junho de 2020

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