Diante de crônica que escrevi versando sobre a
precariedade da saúde pública em Uiraúna, Paraíba, logo no início do ano, uma cidadã
escreveu importante comentário que me inspirou a tecer considerações sobre tema
circunstanciado à sagrada obrigação do voto, como instrumento valioso quando utilizado
com consciência e responsabilidade cívica.
Esta crônica estava alinhavada, aguardando a
aproximação da campanha eleitoral ou, mais propriamente, da elaboração dos
programas de trabalho dos candidatos, que podem perfeitamente contar com as importantes
sugestões da população, que está ávida pela realização de benfeitorias nas suas
localidades, sendo que muitas das quais são promessas antigas à espera da
presença do político de verdade, ou seja, o cumpridor de promessas, com disposição
e coragem para a efetiva realização de
obras, às vezes simples, mas de enorme importância para o bem-estar da
comunidade.
A distinta e atenta senhora escreveu preciosa mensagem,
vazada nos seguintes termos: “O que esperar de uns políticos que não
investem na saúde!!! Na educação!!! E no bem estar do seu povo!!! Onde a única
coisa que se prospera é a ganância pelo dinheiro. Nós Uiraunense temos que
valorizar seu voto, tem muitos que se vendem, trocam seu voto por dinheiro, não
pensam nas consequências que podem acontecer. Por isso estamos prejudicados com
a falta do nosso hospital que atendia toda região principalmente os pobres onde
ganhavam seus filhos não precisavam se deslocar pra Cajazeiras, Souza etc. Eu
mesma ganhei minhas três filhas nesse hospital, sinto muita saudades e falta como
muitos tem. Uma pena, mas infelizmente uma realidade!”.
Em
resposta à valiosa mensagem, eu disse que a avaliação dessa cidadã tem muita
pertinência, nos dias atuais, porque é preciso sim que o voto seja valorizado
como importante instrumento democrático, principalmente quanto ao entendimento segundo
o qual o poder emana do povo e, em seu nome, será exercido, quando isso é
possível.
Ao
que parece, isso não tem sido o caso da população de Uiraúna, que colocou e
consolidou na sua cabeça que só existia um político de verdade, enquanto os
demais homens públicos, mesmo demonstrando capacidade de gestão produtiva, não
mereciam administrar o município, evidentemente sob a ótica do passado, quando
ainda não se conhecia a triste e inadmissível realidade que veio à tona, no
descortina de quadro tenebroso com o dinheiro público.
É
importante que a população de Uiraúna discuta, com a participação da sociedade,
as principais reivindicações da comunidade, que deverão ser objeto de pauta
ampla, no sentido de que as questões essenciais possam ser apresentadas aos
candidatos à Prefeitura Municipal, com a sinalização muita clara de que somente
terão os votos quem se comprometer com a implementação ou defesa da efetivação
das matérias elencadas por essas lideranças, evidentemente ficando alijados da
aceitação popular aqueles que demonstrarem vacilo ou desinteresse em apoiá-las.
Ou
seja, é de extrema importância que o plano de trabalho do futuro prefeito de
Uiraúna contemple os principais projetos e ideias oferecidas pelos eleitores, em
forma de prioridades, em especial, as matérias de maior prioridade, que deverão
ter decisiva participação no gestão municipal, em se tratando que o governo que
é do povo, que precisa compreender e encampar as reivindicações oriundas dos
eleitores, que merecem ter suas reivindicações atendidas, evidentemente, sob a
devida observância da margem orçamentária.
Por
seu turno, ressalte-se a imperiosa necessidade da importância da alternância de
poder, tanto como forma da imprescindível renovação da gestão pública e dos
quadros políticos, como pelo imperioso cuidado de se evitar o conformismo e a
mesmice dos costumes na administração continuada e carregada de vícios e apadrinhamentos
espúrios, sempre prejudiciais à dinâmica de administrações modernas de produtividade,
competência e eficiência, que precisam existir exclusivamente em benefício da
população.
É
preciso que o povo de Uiraúna sinta na pele, como fogo ardente, a desgraça
representada pelo deplorável acontecimento na prefeitura, para que isso sirva
de importante reflexão e lição de como é preciso e urgente a alternância do
poder, não aceitando a predominância de liderança única, por mais que ela
demonstre credibilidade, diante da imprescindibilidade da renovação do poder,
de modo a possibilitar nova forma de relacionamento da administração com os
munícipes.
Enfim, o atual momento se afigura excelente, talvez aquele
considerado de ouro, por que prestes ao início da campanha eleitoral, para os
eleitores de Uiraúna se unirem, de forma uníssona, para reivindicarem a construção
do hospital que possa contribuir para dignificar a população, que tanto se
sacrifica com o desgaste de longos deslocamentos e das precariedades no atendimento,
às vezes, demorado até demais para quem sofre de doença grave, que precisa de
assistência urgente, mas é preciso esperar a sua vez, diante da grande demanda.
Espera-se
que haja efetiva consciência cívica do povo de Uiraúna, no sentido de aflorar
na sua mentalidade nova perspectiva sobre os ideais de política participativa,
em que todos criem gosto pela discussão acerca dos seus problemas e que realmente
haja seu ardente interesse pelo amadurecimento quanto ao valor do seu voto,
como instrumento valioso e poderoso, no momento da escolha de seus dirigentes,
que devem estar em absoluta sintonia com os verdadeiros anseios da sociedade.
Brasília,
em 5 de junho de 2020
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