segunda-feira, 15 de junho de 2020

Sem planos


Em crônica que foi abordada a situação de mediocridade da educação brasileira, mostrando o descaso do governo para assunto da maior importância para o desenvolvimento do Brasil, principalmente ante a inexistência de interesse na sua reformulação, justamente por não haver nada em planejamento, um fiel defensor do presidente escreveu que, verbis:Bolsonaro quer fazer da educação um exemplo é começou pedindo prestação de contas aos reitores que gastam absurdamente. Quer eliminar as drogas e a doutrinação dentro dela. Por último quer colocar reitores descentes. A questão é que: Não querem deixar o homem trabalhar! É Só isso!!”.
Data vênia, o presidente da República já demonstrou, com todas as letras que não quer fazer coisa nenhuma para a educação nem para nada.
Se ele quisesse fazer alguma coisa para melhorar o ensino, torná-lo de qualidade, já tinha criado grupos de trabalho para reestruturar os ensinos desde o básico até o universitário.
Essa questão relacionada com os reitores até pode ser importante, em termos de moralização da gestão das universidades, mas não tem nada a ver com a essência do que estou me referindo sobre a transformação dos sistemas educacionais.
O primeiro passo seria a colocação de ministro de verdade no ministério, com capacidade para tratar dos assuntos da educação, recebendo orientação e determinação para promover as reformas necessárias da educação e do ensino brasileiros, em todos os níveis, porque eles estão funcionando muito além de Bagdá, ou porque atenderam satisfatoriamente assim ao regime socialista, que tem como princípio exatamente a decadência e a ineficiência da educação do povo, porque é dessa forma que satisfaz o sistema, tendo a população com menor nível possível de conhecimento, para serem facilitados o domínio e a doutrinação.
Ou então pela omissão do governante, como é o caso da atualidade, em que, sob desculpas outras que não vão ao caso, qual seja essa dos reitores ou outros que forem, não têm a menor influência na imperiosa necessidade da mudança generalizada da educação, que já deveria ter começado desde o início do governo, que até se dizia que ele era de mudanças, que realmente tem sido, mas no sentido de se criar graves crises, uma atrás da outra, enquanto as questões relacionadas com as políticas prioritárias, como a urgente reforma da educação, nem em pensamento se cogita, porque realmente não há a menor perspectiva para tanto.
A propósito, impende seja ressaltado igual ou pior descaso do presidente em relação à saúde pública, em que ele protagonizou as mais deprimentes cenas em dissonância com as políticas de combate à pandemia do roronavírus, conforme mostraram os fatos, tendo conseguido o título de pior presidente que cuidou das políticas relacionadas com a crise da saúde pública.
Ainda há quem fique extremamente satisfeito com governo que demonstra, sem disfarce, omissão, desinteresse e irresponsabilidade, por permitir que a agenda presidencial continue vazia dos assuntos que são prioritários para o desenvolvimento socioeconômico.
Os brasileiros sensatos e ansiosos pelas mudanças anunciadas na campanha eleitoral estão torcendo e rogando a Deus que o presidente decida, enfim, trabalhar nas matérias de extrema importância para os brasileiros, que tinham tanta esperança de que ele e seus ferrenhos defensores entendessem que trabalho verdadeiro tem muito a ver com o envolvimento direto com a implementação dos assuntos de interesse exclusivamente nacionais, com embargo das questiúnculas de caráter estranho à agenda nacional, como a permanência da imagem dele na mídia e outros casos que funcionam muito mais propriamente como destrabalho.
À toda evidência, normalmente o presidente do país é eleito para efetivamente administrar os negócios do Brasil, ao contrário do que ele vem fazendo, mas seus apoiadores entendem que isso é porque há quem não deixa que ele trabalhar, como se o presidente fosse um ingênuo que não soubesse exatamente tudo o que ele quer e sempre o faz de maneira estratégica e devidamente calculado e planejado maquiavelicamente.
Convém que os brasileiros se conscientizem de que, quanto mais corda for dada ao presidente da República, com mais razão ele terá para se passar por indolente às graves questões nacionais, a exemplo dessa que se refere ao falecimento da educação, que não poderia estar em pior estágio de letargia, em termos de mediocridade, mas alguém sabe dizer quais são os planos prioritários do presidente para a educação brasileira, ou melhor, para as principais questões nacionais?
          Brasília, em 15 de junho de 2020

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