Diante da divulgação das trapaças envolvendo o
currículo escolar do nome do ministro indicado para a Educação, integrantes da
ala ideológica do governo tentam convencer o presidente da República a desistir
da nomeação dele, ante o reconhecimento de que as inconsistências apontadas pelas
instituições pertinentes podem prejudicar a imagem do governo.
Como
já é do conhecimento público, as universidades da Alemanha e da Argentina, onde
o futuro ministro teria concluído cursos de pós-graduação superior, disseram
que ele não obteve os diplomas indicados no seu currículo, ou seja, há inconsistência
de informação.
A
Fundação Getúlio Vargas disse que apura possível plágio na dissertação de
mestrado apresentada pelo candidato a ministro, que teria frequentado o curso
em Administração profissional nessa instituição.
Ao meio da polêmica, consta que a escolha do nome
cogitado para ministro da educação teria sido apadrinhada por um almirante que
é um dos mais próximos assessores do presidente do país, que mereceu a chancela
dos generais-chefes da Casa Civil e do Gabinete de Segurança Institucional,
sacramentando a vitória da chamada ala militar para comandar o MEC, em clara
derrota da ala ideológica predominante nesse órgão.
Diante da repercussão
negativa da divulgação das inconsistências curriculares, integrantes da ala
ideológica culparam, nos bastidores, a Agência Brasileira de Informações por não
ter identificado previamente as clamorosas e grosseiras falhas em apreço.
Diante disse circo muito louco e deprimente formado
logo no Ministério da Educação, que tem sublimes avaliação e respeitoso
conceito nos países sérios, evoluídos e civilizados, em termos de ensino e educação
públicos, o governo do país tupiniquim escolheu um gringo que só contribuiu
para complicar e atrasar a dinâmica do órgão e depois um agressivo, lunático,
briguento e desaforado, que prestou enorme desserviço para a educação.
Enquanto
isso, o país clama por um verdadeiro educador com capacidade, inteligência e
conhecimento das precariedades do setor, com enorme disposição para implementar
políticas públicas educacionais revolucionárias, em termos de reformulação geral
do sistema de ensino e da educação.
Por
último, os militares não tiveram o menor cuidado, ao escolherem logo um descuidado
feitor de currículo fake news, completamente incompatível com as relevantes atribuições
de educador-mor brasileiro, fato que somente contribui para desmoralizar as instituições
da República, de quem são exigidas as melhores qualificações profissionais, com
credibilidade incontestável e acima de qualquer suspeita.
Com
absoluta convicção, as pessoas sensatas, que pensam na melhoria qualitativa da
prestação dos serviços públicos, estão torcendo para que o governo se
conscientize de que o sentido de democracia pretendida por elas se assenta nos
salutares princípios da verdade, que não combinam com horrorosa mentira materializada
em currículo fake news, apoiado parte da ala militar do governo, que não tem o
direito de patrocinar tamanha aberração na administração pública, logo para a
chefia da Educação, que exige, no mínimo, competência comprovada na área educacional,
credibilidade e respeito aos conceitos de moralidade e cidadania, como forma de
servir de exemplo aos brasileiros.
Caso
o presidente confirme o nome desse cidadão que apresentou currículo fajuto, até
se provar em contrário do que foi divulgado sobre ele, seria apenas a decretação
da desmoralização e da degeneração da confiança de governo que passou para os
brasileiros, na campanha eleitoral, excelente intenção de mudanças das patifarias
predominantes em gestões públicas irresponsáveis, sem a menor preocupação com o
aprimoramento, o aperfeiçoamento e a modernização da administração pública, que
apenas, infelizmente, vem sendo usada como instrumento da consecução de objetivos
políticos, em visível decadência dos conceitos republicanos, conjuminada com o
detrimento da satisfação do interesse público e do bem comum da sociedade.
A
nomeação de pessoa que demonstrou não ter currículo compatível com a conclusão
dos cursos nele indicados apenas confirma a degeneração moral e intelectual do
governo, além de claro e indiscutível desamor à educação brasileira, que bem
merece ser conduzida por educador capacitado e competente, mas já vem sendo conduzida bem distanciada dos
padrões exigidos por país que valoriza sobretudo a qualidade do ensino e da educação
públicos, como forma de se pensar no melhor para o desenvolvimento cultural, intelectual
e tecnológico do povo.
Convém
que o governo eleja esse deplorável episódio de possível desvio de conduta
moral, protagonizado por cidadão integrante da alta intelectualidade, para o
fim de se investigarem os fatos a ele relacionados, de modo que os esclarecimentos
pertinentes possam servir de modelo contra todos os aproveitadores que usam métodos
análogos e possam servir para se evitar a sua reincidência, uma vez que, no caso
de caracterização de crime de falsidade ideológica, isso certamente contribuirá
para desestimular as índoles contrárias aos princípios da cidadania e da moralidade.
Custa
acreditar que o governo brasileiro não tenha condições de enxergar que a educação
brasileira se encontra atolada na lama fedorenta e ainda tem a indignidade de
ficar alimentando essa pouca-vergonha de nomear para comandá-la pessoa ligada à
ala ideológica ou militar, como vem normalmente acontecendo, sem a menor condição
para transformar o desastroso e criminoso estágio de demência do ensino, que
precisa de urgentes solavanco e reformulação dos métodos arcaicos e ultrapassados
vigentes, à vista da sua avaliação bastante negativa pelas organizações internacionais
especializadas, inclusive diante dos Índices de Desenvolvimento Humanos.
Os
brasileiros que reconhecem o verdadeiro valor da educação de qualidade, competência
e responsabilidade, como forma de instrumento capaz de contribuir para a consecução
de políticas públicas em nível satisfatório para o progresso da sociedade, em termos
culturais e de conhecimentos, torcem para que o governo tenha a sensibilidade pública
de nomear pessoa com capacidade e experiência comprovadas para comandar o
Ministério da Educação, acabando, em definitivo, da vergonhosa esculhambação predominante
da escolha de nome sob ideologia ou militarização, porque isso não condiz com o
princípio da verdadeira educação pública de competência e eficiência.
Brasília,
em 30 de junho de 2020
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