segunda-feira, 22 de junho de 2020

Ave, a banda Jesus, Maria e José!


A tarde do domingo do dia 21 de junho de 2020 passará para a história dos filhos de Uiraúna, Paraíba, como momento encantado para muitos que se ausentaram da terra natal e vivem das lembranças dos lindos e maravilhosos acordes, superafinados da banda Jesus, Maria e José, que continua sendo símbolo vivo de musicalidade e sonoridade refinadas, cujo repertorio é modelo de embevecimento para os apreciadores da música de qualidade, conforme foi mostrado ontem.
O meu caso, penso, é especialíssimo, porque, depois de mais de 54 anos, voltei a ouvir, ao vivo e em continuada apresentação de vasto e especial repertório, a querida e fantástica banda musical da minha terra tocar, com a emoção muito forte no peito, em especial quando se tratava de dobrado, que era o forte da especialidade dela, que atrai o acompanhamento da meninada, por onde ela passasse ou estivesse.
Digo isso também porque eu chegue a ser aspirante ao ingresso nessa famosa banda, caso não tivesse vindo embora para Brasília, porque o meu objetivo mesmo era “desbancar” (Vixe!) dois célebres pistonistas da banda, chamados Constantino Fernandes e Anchieta Pinto, que eram indiscutivelmente verdadeiros Hércules da sua arte pistonística, quando eles sopravam seus instrumentos, mas eu não queria nem saber dessa história de fama, não!
A minha impetuosa “valentia” se justificava porque eu estava sendo preparado, com carinho muito especial, logo pelo maior e genial professor de música de Uiraúna, o maestro e mágico Ariosvaldo Fernandes, que, pasmem, por meio da sua sábia habilidade professoral, conseguiu fazer com que eu aprendesse a solfejar e, em seguida, a ler de carreirinha as complicadas notinhas musicais metidas de importantes entre linhas horizontais e paralelas.
A princípio, eu achava aquele mundo das notas musicais muito complicado para se aprender e compreender, a ponto de me conformar que logo eu me integraria à banda dos músicos do uiraunense que mais entende de banda de música, o querido e gente boa Carlos Antônio, exatamente  em razão de não conseguir aprender nada, mas o primoroso talento do grande mestre me deixou quase pronto, faltando muito pouco, para ingressar como músico profissional nessa extraordinária banda, o que certamente teria sido verdadeira glória para mim.
Ainda bem que, por força do destino, Deus quis que eu não ingressasse na banda de fama região, porque, por certo, eu não passaria de sustentador das partituras musicais para aqueles monstros sagrados e memoráveis, que conseguiam que os pistons sorrissem de alegria nos habilidosos mãos e lábios dos maiores pistonistas da história da banda Jesus, Maria e José, de todos os tempos, com o maior respeito aos demais músicos da mesma especialidade.
Ainda sobre o saudoso maestro e mestre Ariosvaldo Fernandes, aproveito o ensejo para dizer da sua importância para o desenvolvimento e a consolidação dessa banda, que recebeu em seu seio muitos talentosos músicos preparados e formados por esse ser humano maravilhoso, de extraordinários coração e visão, que compreendia como ninguém a importância cultural da existência da banda Jesus, Maria e José, a única da minha época, e tudo fazia para mantê-la à altura do prestígio galgado por ela, ao longo da sua fantástica história de grandes e notáveis músicos, que contribuíram para o seu continuado engrandecimento.
Cito, como exemplo de sentimento de puros amor e dedicação à arte musical do professor Ariosvaldo Fernandes, a sua infinita disposição em contribuir para a cultura musical da cidade, quando ele se dispôs a me ensinar música sem me cobrar absolutamente nada, em clara demonstração, ao que se pode deduzir, do seu espírito não só de gentileza, mas de valorização de seus conhecimentos acerca da nobre arte musical, que entendia ele quanto à importância sobre a necessidade da disseminação dela para o bem da humanidade, ao ensiná-la às pessoas, mesmo que não houvesse recompensa financeira, porque, para ele, o que certamente importava mesmo era a realização pessoal de ajudar e ser útil ao seu semelhante, em fiel cumprimento aos verdadeiros princípios cristãos referentes à distribuição do “pão” da sabedoria e do conhecimento que, generosamente, ele recebeu de Deus, para a prática do bem e da valorização do seu irmão em Jesus Cristo.  
Voltando à apresentação magistral de ontem, pode-se se afirmar que a banda secular, integrada por gente muito jovem e talentosa, mesmo com menor quantidade da sua normal composição, em razão da imposição das normas de segurança inerentes à prevenção contra o novo coronavírus, mostrou extraordinária evolução nos requinte e manejo das partituras musicais, em belos domínio e sintonia dos princípios e das ideias harmônicos, rítmicos e melódicos, resultando em majestoso espetáculo, a enlevar nossos sentimentos a lugares remotos e saudosos, à vista da relembrança da sonorização de memoráveis dobrados calejadamente a tanto de ouvir na minha infância em Uiraúna.
Releva sublinhar a importância dos patrocinadores da Live, que, por certo, contribuíram para a realização desse valioso espetáculo musical, além das generosas doações, que são formas preciosas e capazes de manter esse conjunto de talento musical em plena harmonia e união com os acordes e seus instrumento, dando vida à banda Jesus, Maria e José.
Finalmente, digo, como forma de homenagem aos extraordinários músicos que integravam a banda, à minha época de Uiraúna, que me lembrem de todos eles, ontem, e que enorme saudade invadiu meu coração, porque eles davam seu sangue pela grandeza daquela banda, sempre mantida no pico mais elevado do prestígio musical da cidade.
Seria de grande importância que os nomes deles fossem declinados neste texto, como justa maneira de relembrá-los, mas resolvi não fazê-lo para não cometer injustiça da omissão de algum nome, justamente por tanto tempo decorrido sem o contado com eles e certamente não seria de fácil lembrança, mas fica o registro sobre o meu carinho e a minha admiração de gratidão a todos eles, como verdadeiros heróis do meu tempo naquela cidade.     
Assim, ao me congratular pela maravilhosa apresentação da banda Jesus, Maria e José, em agradecimento pelo brinde espetacular ao povo de Uiraúna, por meio do seu show de gala, em especial para os uiraunenses saudosos desse contato maravilhoso, ouso sugerir que novos Lives aconteçam regularmente em todo final de mês, com transmissão ao vivo para o Brasil, exatamente nos moldes do que foi realizado, apenas com a variação do repertório, salvo com relação aos dobrados, por eles fazerem parte do show da vida, que não pode parar,
Meus parabéns à banda Jesus, Maria e José, de Uiraúna, Paraíba, desejando crescente sucesso.              
          Brasília, em 22 de junho de 2020

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