quarta-feira, 3 de junho de 2020

O passado que vive...


Diante de crônica que escrevi, bem no início de maio, sobre as belezas do Sítio Canadá, localizado em Uiraúna, Paraíba, o fabuloso escritor mestre Xavier Fernandes nos brindou com expressiva mensagem, dizendo do seu memorável convívio com pessoas da minha família, cujo texto foi ficando de lado, talvez - sou obrigado a confessar - por esquecimento mesmo, por surgimento de outras matérias que foram se acumulando, mas, enfim, tudo tem a sua vez, inclusive esta formidável mensagem, que precisa ser formalizada em crônica, em homenagem ao seu ilustre autor.
Eis o aludido texto: “Caríssimo conterrâneo nobre Amigo: António Adalmir. Seu maravilhoso texto é original. Natural e realista e faz com que mergulhemos no túnel do tempo... Ao vê-lo contemplar o templo onde você nasceu. Realmente abençoado você, em ter a sorte de ter vivido a sua infância desfrutando de um ambiente tão sadio e cercado de pessoas extraordinárias, conheci muitas delas. Eu achava até que eram santas e Santos. Viviam na plenitude e na graça do Senhor. Lembro muito de Dona Úrsula, Seu Juvino seus avós. Suzete, Gesy, Zuza do Canadá... e todos os filhos dos seus avós... inclusive seu Pai Vaneir e sua Mãe Dona Dalila. Um casal referência e exemplar que constituíram uma família numerosa repleta de homens e Mulheres de bem, trabalhadores, hoje educados, dignos e de caráter, as famílias à moda antiga, como também a minha bem numerosa. O Sobrado do Canadá muito admirado por seu estilo colonial, com Capela para orações recitação do terço em família todos os dias e o Santo ofício assim nos contava Dona Úrsula e também aconteciam a celebração de missas em datas especiais. Àquele casarão com certeza proporcionou muitos momentos de felicidades e bem estar para seus donos, familiares e agregados. Assim você narrou com tanta perfeição. Tive muito contato e participei do convívio dos seus parentes quando Eles vieram morar na cidade. Ali na chamada Rua Nova Moramos vizinhos uma amizade muito próxima, eu um guri esperto fiquei logo bem entrosado com os garotos da casa que eram da minha faixa etária de Idade. Vicente Júnior galego e Juvino Neto e também a minha irmã casula Ubaldina, era amiga da mesma forma de Úrsula Neta, Filhos de Lourdes e Vicente. Todos seus Primos...  então tínhamos acesso de brincar por lá e participarmos das guloseimas processadas pelas mãos daquelas mulheres: Dona Úrsula, Ritinha, Lourdes, Maria Francisca etc... Mulheres prendadas, alta gastronomia, comidas de sabores inigualáveis, inesquecíveis a exemplo dos Fiós (sequilhos de goma) Tarecos amanteigados, bolos dos mais diversos sabores, Doces de muitos sabores, geleias, e no tempo do inverno: canjicas, pamonhas, cuscuz, Aquela casa era uma festa! Alegre! Grande fartura e cheia de bondade. Minha mãe Zeneide e minhas outras irmãs desfrutaram também de grande amizade, éramos quase uma casa só, de amizades recíprocas... Tenho saudades daquele tempo. Deixaram o Canadá pra morar na cidade... Depois mais tarde por conveniências, venderam o Canadá que hoje é de propriedade do Sr. Teodoro Figueiredo. que por sinal conservou muito bem a arquitetura original. Estão aí o sobrado bem conservado e a paisagem bonita do ambiente que é cheio de recordações e saudades... patrimônio histórico da nossa terra. Uma história a ser contada desde o Major José Fernandes. Patriarca da família até os dias atuais pelo seu Bisneto. O ilustre Antônio Adalmir Fernandes. Um forte abraço.  Em 06/05/2020.”.
Depois dessa saborosa e estonteante narrativa de puro saudosismo para mim, que me deixou embebecido  pelo resgate de história maravilhosa da minha amada família, fazendo me transportar para tempos inesquecíveis, eu não poderia deixar de agradecer ao querido irmão mestre Xavier Fernandes pela produção de texto tão provocativo da minha sensibilidade, mostrando a intimidade de muitas passagens dos meus tempos de infância.
À toda evidência, fiquei radiante de felicidade diante de expressiva mensagem, tão exuberante de fatos idênticos aos passados por mim, que me deixaram  extremamente sensibilizado e agradecido por seu texto percuciente e preciso sobre fatos e história dos meus amados e inesquecíveis familiares, detalhando momentos da vida da minha amada família, que de santa se distanciava muito, mas, em termos de pureza cristã, ali realmente existia uma família que amava a vida e valorizava o seu semelhante, em estrita harmonia com os princípios cristãos.
Fico muito feliz e agradecido por você abordar com sapiência a sua experiência com meus familiares, com o afiançamento das melhores lembranças de pessoas realmente fantásticas e especiais, com quem eu tive a felicidade de conviver por bom tempo da minha feliz infância, que não poderia ser tão maravilhosa porque tudo que é bom tem pouca duração, o suficiente para que a gente guarde no coração e na memória e não se esqueça para o resto da vida.
Isso é exatamente o que eu venho tentando fazer, lembrando com saudades os velhos e memoráveis tempos da minha infância gloriosa na casa de meus amados avos Juvino e Úrsula, esta senhora supermãe de dezoito filhos, tendo criado doze.
Deus lhe pague pelo resgate de parte da história que é muito importante para mim, porque ela confirma muito do que eu tenho procurado mostrar nas minhas crônicas, que tentam relatar momentos vividos com pessoas especiais, maravilhosas e abençoadas por Deus, que souberam valorizar muito bem o sentimento de amor cristão, na sua plenitude.
Muito obrigado pelo carinho, querido irmão mestre Xavier Fernandes, por sua gentileza. Abraço fraternal
Brasília, em 6 de maio de 2020

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