Diante
de crônica que escrevi, bem no início de maio, sobre as belezas do Sítio
Canadá, localizado em Uiraúna, Paraíba, o fabuloso escritor mestre Xavier
Fernandes nos brindou com expressiva mensagem, dizendo do seu memorável
convívio com pessoas da minha família, cujo texto foi ficando de lado, talvez -
sou obrigado a confessar - por esquecimento mesmo, por surgimento de outras matérias
que foram se acumulando, mas, enfim, tudo tem a sua vez, inclusive esta formidável
mensagem, que precisa ser formalizada em crônica, em homenagem ao seu ilustre
autor.
Eis o aludido texto: “Caríssimo conterrâneo nobre Amigo:
António Adalmir. Seu maravilhoso texto é original. Natural e realista e faz com
que mergulhemos no túnel do tempo... Ao vê-lo contemplar o templo onde você
nasceu. Realmente abençoado você, em ter a sorte de ter vivido a sua infância
desfrutando de um ambiente tão sadio e cercado de pessoas extraordinárias,
conheci muitas delas. Eu achava até que eram santas e Santos. Viviam na
plenitude e na graça do Senhor. Lembro muito de Dona Úrsula, Seu Juvino seus
avós. Suzete, Gesy, Zuza do Canadá... e todos os filhos dos seus avós... inclusive
seu Pai Vaneir e sua Mãe Dona Dalila. Um casal referência e exemplar que
constituíram uma família numerosa repleta de homens e Mulheres de bem,
trabalhadores, hoje educados, dignos e de caráter, as famílias à moda antiga,
como também a minha bem numerosa. O Sobrado do Canadá muito admirado por seu
estilo colonial, com Capela para orações recitação do terço em família todos os
dias e o Santo ofício assim nos contava Dona Úrsula e também aconteciam a
celebração de missas em datas especiais. Àquele casarão com certeza
proporcionou muitos momentos de felicidades e bem estar para seus donos,
familiares e agregados. Assim você narrou com tanta perfeição. Tive muito
contato e participei do convívio dos seus parentes quando Eles vieram morar na
cidade. Ali na chamada Rua Nova Moramos vizinhos uma amizade muito próxima, eu
um guri esperto fiquei logo bem entrosado com os garotos da casa que eram da
minha faixa etária de Idade. Vicente Júnior galego e Juvino Neto e também a
minha irmã casula Ubaldina, era amiga da mesma forma de Úrsula Neta, Filhos de
Lourdes e Vicente. Todos seus Primos... então
tínhamos acesso de brincar por lá e participarmos das guloseimas processadas
pelas mãos daquelas mulheres: Dona Úrsula, Ritinha, Lourdes, Maria Francisca
etc... Mulheres prendadas, alta gastronomia, comidas de sabores inigualáveis,
inesquecíveis a exemplo dos Fiós (sequilhos de goma) Tarecos amanteigados,
bolos dos mais diversos sabores, Doces de muitos sabores, geleias, e no tempo do
inverno: canjicas, pamonhas, cuscuz, Aquela casa era uma festa! Alegre! Grande fartura
e cheia de bondade. Minha mãe Zeneide e minhas outras irmãs desfrutaram também
de grande amizade, éramos quase uma casa só, de amizades recíprocas... Tenho
saudades daquele tempo. Deixaram o Canadá pra morar na cidade... Depois mais
tarde por conveniências, venderam o Canadá que hoje é de propriedade do Sr.
Teodoro Figueiredo. que por sinal conservou muito bem a arquitetura original.
Estão aí o sobrado bem conservado e a paisagem bonita do ambiente que é cheio
de recordações e saudades... patrimônio histórico da nossa terra. Uma história
a ser contada desde o Major José Fernandes. Patriarca da família até os dias
atuais pelo seu Bisneto. O ilustre Antônio Adalmir Fernandes. Um forte abraço. Em 06/05/2020.”.
Depois
dessa saborosa e estonteante narrativa de puro saudosismo para mim, que
me deixou embebecido pelo resgate de história
maravilhosa da minha amada família, fazendo me transportar para tempos inesquecíveis,
eu não poderia deixar de agradecer ao querido irmão mestre Xavier Fernandes
pela produção de texto tão provocativo da minha sensibilidade, mostrando a intimidade
de muitas passagens dos meus tempos de infância.
À
toda evidência, fiquei radiante de felicidade diante de expressiva mensagem,
tão exuberante de fatos idênticos aos passados por mim, que me deixaram extremamente sensibilizado e agradecido por
seu texto percuciente e preciso sobre fatos e história dos meus amados e
inesquecíveis familiares, detalhando momentos da vida da minha amada família,
que de santa se distanciava muito, mas, em termos de pureza cristã, ali realmente
existia uma família que amava a vida e valorizava o seu semelhante, em estrita
harmonia com os princípios cristãos.
Fico
muito feliz e agradecido por você abordar com sapiência a sua experiência com
meus familiares, com o afiançamento das melhores lembranças de pessoas
realmente fantásticas e especiais, com quem eu tive a felicidade de conviver
por bom tempo da minha feliz infância, que não poderia ser tão maravilhosa
porque tudo que é bom tem pouca duração, o suficiente para que a gente guarde no
coração e na memória e não se esqueça para o resto da vida.
Isso
é exatamente o que eu venho tentando fazer, lembrando com saudades os velhos e
memoráveis tempos da minha infância gloriosa na casa de meus amados avos Juvino
e Úrsula, esta senhora supermãe de dezoito filhos, tendo criado doze.
Deus
lhe pague pelo resgate de parte da história que é muito importante para mim,
porque ela confirma muito do que eu tenho procurado mostrar nas minhas
crônicas, que tentam relatar momentos vividos com pessoas especiais, maravilhosas
e abençoadas por Deus, que souberam valorizar muito bem o sentimento de amor
cristão, na sua plenitude.
Muito
obrigado pelo carinho, querido irmão mestre Xavier Fernandes, por sua gentileza.
Abraço fraternal
Brasília,
em 6 de maio de 2020
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