domingo, 21 de junho de 2020

Ainda sob cuidados...

Ontem, as mortes causadas por Covid-19, no Brasil, ultrapassaram de 50 mil vítimas, conforme levantamento consolidado a partir dos números divulgados pelas secretarias estaduais de Saúde.
O controle registra a média de mil mortes diariamente e os casos confirmados de pessoas infectadas já superaram de um milhão de pessoas, mantendo a média de trinta mil casos por dia.
Os especialistas estranham o fato de que o Brasil tenha ultrapassado de um milhão de infectados, mas ninguém tem conhecimento sobre a real dimensão dos destinos da epidemia, em termos claros quanto à sua evolução, em especial em relação à avaliação a respeito do seu pico, se ele já houve ou quando ele irá acontecer, estando tudo sem informação precisa para tranquilizar a população.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a América Latina já responde por metade do número de novos casos no mundo.
O estado de São Paulo vem liderando a quantidade diária de mortes por Covid-19, já tendo atingido mais de doze mil casos, em decorrência dessa doença, vindo, em segundo lugar, o Rio de Janeiro, que já contabilizou quase nove mil óbitos.
Na última quinta-feira, o número de contágios foi de mais de 55 mil  e de mais de 1.200 de óbitos, fatos estes que mostram que a situação ainda está longe de ser controlada, em definitivo.
O Brasil é hoje o segundo país do mundo em números de mortes e casos confirmados em decorrência da doença.
O Brasil é, sozinho, o país responsável por cerca de 12% dos diagnósticos pela doença no planeta, de acordo com levantamentos realizados pela Universidade Johns Hopkins, enquanto os Estados Unidos da América continuam a ser o país mais afetado pelo novo coronavírus, com mais de 2,2 milhões de diagnósticos e 119 mil óbitos.
É evidente que os elementos que evidenciam alarmantes casos de infectados e mortes no Brasil é, em grande parte, reflexo das políticas de combate à pandemia do novo coronavirus, onde o governo preferiu adotar, de forma sistemática, sistema confuso, tumultuado, dispenso, contraditório na condução das medidas necessárias ao atingimento de resultados capazes de se evitar a perda desnecessária de muitas vidas.
Com absoluta certeza, o efetivo controle da pandemia teria muito mais eficácia se o governo tivesse tido a sensibilidade da criação de grupo gestor da crise referente ao coronavírus, com a concentração nele de especialistas sobre saúde pública, com a coordenação do Ministério da Saúde e a participação das Secretarias de Saúde dos Estados, de modo a propiciar melhores condições para os levantamentos sobre a dimensão e a evolução da incidência do Covid-19.
A mesma comissão teria todos os elementos em seu poder, que eram necessários à elaboração de normas imprescindíveis, entre tantas providências cabíveis, à prevenção e ao controle do coronavírus, algo até agora inexistente, o que demonstra a gritante falta de preparo e condições para se lidar com gravíssimo problema que prejudicou, sobremodo, as melhores maneiras de combate à pandemia.
Ainda para complicar mais a bagunça e a irresponsabilidade na condução esse seríssimo caso de calamidade pública, o presidente do país resolveu, de forma sistemática e insensata, contrariar às orientações pertinentes ao isolamento social e interferir nas políticas conduzidas pelo Ministério da Saúde, tendo exonerado dois especialistas titulares da pasta, para deixá-la acéfala, que se encontra sob o comando de militar formado em Intendência, quando a crise exige a presença de médico entendido e capacitado para compreender o que realmente sejam os meandros da pandemia.
Ou seja, a triste e a trágica realidade já consumada, em termos dos danos causados às vidas de muitos brasileiros, certamente que não seria possível evitá-la, mas o estrago não teria alcançado tamanha dimensão se tivesse havido a adoção de políticas cuidadosas de prevenção, em nível nacional, em harmonia com a delicadeza e a gravidade da situação, que exigia competência, humildade e principalmente capacidade humana para se reconhecer a grandeza que é a vida das pessoas, que sempre há de exigir o melhor dos sentimentos humanitários, de voluntariedade, solidariedade, convergência e boa vontade para o atingimento do bem comum.
Enfim, o objetivo deste texto é mostrar que a pandemia não dá trégua na sua escalada de intranquilidade social, por ainda mostrar resultados extremamente preocupantes, que exigem continuados cuidados preventivos dos brasileiros, notadamente com a sua obsequiosa permanência em casa ou, na pior das hipóteses, em caso de necessidade de sair, que o faça sem participação em aglomerados de pessoas, bem assim não descurando do uso de máscara e álcool em gel ou sabão, neste caso, para a higienização das mãos.     
          Brasília, em 21 de junho de 2020

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