Talvez com a finalidade de se evitar criar mais
embaraço do que já criou ao governo, o ministro da Educação decidiu entregar o
cargo.
O anúncio da saída do governo aconteceu depois do envolvimento
dele com assuntos que geraram graves polêmicas, sendo que a mais vigorosa de
todas, sem dúvida, teve por protagonismo principal logo os ministros do Supremo
Tribunal Federal, que foram classificados por ele como “vagabundos”, ou
seja, nas palavras dele: “Se dependesse de mim, eu colocaria todos esses
vagabundos na cadeia. Começando pelo Supremo Tribunal Federal”.
Mais recentemente, o ex-ministro reafirmou seu
caustico e estarrecedor pronunciamento, proferido em reunião ministerial, em
abril, em manifestação pública de bolsonaristas contra o Supremo, tendo dito,
na ocasião, que “Eu já dei minha opinião sobre o que faria com vagabundo”,
fato este que contribuiu para tornar insustentável a sua permanência no governo.
O anúncio da saída da pasta da Educação foi
divulgado pelo ex-ministro, em vídeo no Twitter, ao lado do presidente da República,
tendo aproveitado o ensejo para prometer lealdade a ele, quando a situação do
mandatário vem sendo sob fortes pressões, em decorrência da forma de governo como
tem sido considerada de intensa instabilidade política.
Para os especialistas em educação, a saída do ministro
não vai deixar qualquer saudade senão quanto ao seu comportamento de gestão marcada
por estilo agressivo de fortes e permanentes ataques aos setores educacionais,
tendo sido merecedor de críticas de
estudantes, professores e educadores em geral.
A atuação do ex-ministro deixa muito evidente o registro
da impressionante falta de projetos para o aperfeiçoamento e a modernidade do
ensino e da educação, conformismo este que foi destacado como sendo inércia
extremamente prejudicial ao país, que tanto precisa de impulsionamento na área
comandada por ele.
Na verdade, a saída do ministro põe fim à gestão
pífia e tumultuada de alguém que nada contribuiu com coisa alguma para a
melhoria da educação, mas a passagem dele pelo órgão de suma importância para o
governo e o país, diante da esperança da implementação de projetos de mudanças
e valorização da educação, serviu muito mais para mostrar seu estilo de provocação,
sem a menor preocupação com a filtragem das palavras, às vezes, atropelando o vernáculo
pátrio, a imprimir-se linha agressiva na defesa ideológica do governo, não importando
que seu comportamento somente contribuiu para manchar a imagem desgastada da
sua gestão e a do governo.
Provavelmente, esse episódio, que acontece, ao que
tudo indica, em boa oportunidade, até que poderia ser inserido no célebre ditado
segundo o qual “há males que vêm para o bem”.
Com o pensamento imbuído dessa preciosa filosofia
popular, quem sabe se o presidente do país já tenha captado a ideia de, depois
de pensar com racionalidade e inteligência, finalmente, decidir pela valorização,
de maneira prioritária e em harmonia com a vontade unânime da população, da educação
brasileira, no sentido de ser indicado para o Ministério da Educação pessoa
vocacionada para imprimir nessa relevante pasta verdadeira revolução dos
sistemas educacionais, com a preocupação voltada para a sua total reformulação,
desde o ensino básico e os demais, de modo que o Brasil possa ter condições de atingir
os padrões evoluídos de educação e ensino já alcançados pelas nações desenvolvidas
nessa tão importante área do conhecimento.
Brasília, em 19 de junho de 2020
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