sexta-feira, 19 de junho de 2020

Nova era na educação?


Talvez com a finalidade de se evitar criar mais embaraço do que já criou ao governo, o ministro da Educação decidiu entregar o cargo.
O anúncio da saída do governo aconteceu depois do envolvimento dele com assuntos que geraram graves polêmicas, sendo que a mais vigorosa de todas, sem dúvida, teve por protagonismo principal logo os ministros do Supremo Tribunal Federal, que foram classificados por ele como “vagabundos”, ou seja, nas palavras dele: “Se dependesse de mim, eu colocaria todos esses vagabundos na cadeia. Começando pelo Supremo Tribunal Federal”.
Mais recentemente, o ex-ministro reafirmou seu caustico e estarrecedor pronunciamento, proferido em reunião ministerial, em abril, em manifestação pública de bolsonaristas contra o Supremo, tendo dito, na ocasião, que “Eu já dei minha opinião sobre o que faria com vagabundo”, fato este que contribuiu para tornar insustentável a sua permanência no governo.
O anúncio da saída da pasta da Educação foi divulgado pelo ex-ministro, em vídeo no Twitter, ao lado do presidente da República, tendo aproveitado o ensejo para prometer lealdade a ele, quando a situação do mandatário vem sendo sob fortes pressões, em decorrência da forma de governo como tem sido considerada de intensa instabilidade política.
Para os especialistas em educação, a saída do ministro não vai deixar qualquer saudade senão quanto ao seu comportamento de gestão marcada por estilo agressivo de fortes e permanentes ataques aos setores educacionais, tendo sido merecedor de  críticas de estudantes, professores e educadores em geral.
A atuação do ex-ministro deixa muito evidente o registro da impressionante falta de projetos para o aperfeiçoamento e a modernidade do ensino e da educação, conformismo este que foi destacado como sendo inércia extremamente prejudicial ao país, que tanto precisa de impulsionamento na área comandada por ele.
Na verdade, a saída do ministro põe fim à gestão pífia e tumultuada de alguém que nada contribuiu com coisa alguma para a melhoria da educação, mas a passagem dele pelo órgão de suma importância para o governo e o país, diante da esperança da implementação de projetos de mudanças e valorização da educação, serviu muito mais para mostrar seu estilo de provocação, sem a menor preocupação com a filtragem das palavras, às vezes, atropelando o vernáculo pátrio, a imprimir-se linha agressiva na defesa ideológica do governo, não importando que seu comportamento somente contribuiu para manchar a imagem desgastada da sua gestão e a do governo.
Provavelmente, esse episódio, que acontece, ao que tudo indica, em boa oportunidade, até que poderia ser inserido no célebre ditado segundo o qual “há males que vêm para o bem”.
Com o pensamento imbuído dessa preciosa filosofia popular, quem sabe se o presidente do país já tenha captado a ideia de, depois de pensar com racionalidade e inteligência, finalmente, decidir pela valorização, de maneira prioritária e em harmonia com a vontade unânime da população, da educação brasileira, no sentido de ser indicado para o Ministério da Educação pessoa vocacionada para imprimir nessa relevante pasta verdadeira revolução dos sistemas educacionais, com a preocupação voltada para a sua total reformulação, desde o ensino básico e os demais, de modo que o Brasil possa ter condições de atingir os padrões evoluídos de educação e ensino já alcançados pelas nações desenvolvidas nessa tão importante área do conhecimento.    
          Brasília, em 19 de junho de 2020

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