quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Contenção do incontido


Na tentativa de moralizar a instituição, o Senado Federal decidiu, hoje, extinguir as horas extras pagas aos seus diretores e os contratos de emergência celebrados sem licitação. Foram anunciadas como medidas de contenção de despesas, consideradas prioritárias, tendo por finalidade também dar transparência aos seus atos. Os termos da auspiciosa notícia, por si sós, denunciam que os respectivos dispêndios estavam sendo realizados de forma irregular no seio daquela Casa Legislativa, que tem o dever constitucional, não só de fiscalizar, mas especialmente de zelar pela boa e regular aplicação dos recursos públicos. À primeira vista, por se tratar do Senado Federal, é forçoso reconhecer que isso já é avanço gigantesco por parte de quem sempre se houve desdenhoso e resistente ao clamor do povo por medidas de contenção de despesas. Contudo, ainda há uma distância enorme da moralização administrativa que a sociedade anseia que seja promovida naquela Casa do Povo, que, finalmente, despertou e acena com essas medidas com a possibilidade de maior transparência de seus atos e mais cuidado e zelo com os gastos dos dinheiros públicos. Não há dúvida alguma de que já é tempo de ser exigido um basta de tanto desperdício e de absurdas gastanças no Senado da República, quando os benefícios por ele oferecidos à nação, em contraposição aos custos, não têm sido nada animadores, nem convincentes.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 10 de fevereiro de 2011

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