sábado, 30 de junho de 2012

Pode virar pesadelo

Com a finalidade de anunciar a contratação de famoso jogador holandês para integrar o elenco do Botafogo, foi destacado no site do clube que o sonho alvinegro, que já durava quase um ano, virou realidade. Entretanto, para os especialistas de futebol, essa contratação poderá logo em breve se transformar em pesadelo, máxime porque, normalmente, quem é bom, quando se junta à mediocridade, não consegue mais ser o que era e passa a assimilar os péssimos hábitos do elenco, ou seja, desaprende a jogar o excelente futebol que estava acostumado a praticar nos seus antigos clubes, onde “perna-de-pau” não tem vez, porque os responsáveis pelo seu gerenciamento são pessoas qualificadas e experientes, que somente contratam atletas que se encaixam no perfil vencedor. Na realidade, trata-se de jogador com características de meia-armador, com bastante experiência, em função de seus já rodados 36 anos, que mesmo assim, ao contrário do que se poderia imaginar, é a maior contratação de um estrangeiro feita por um clube do futebol brasileiro, mas isso não garante sucesso algum, tendo em vista a fama do velho adagio de que uma andorinha só não faz verão, ou seja, ele sozinho não vai resolver a grave crise por que passa o Fogão, que, quando consegue excelente resultado, o êxito é sepultado por insucessos nos próximos encontros, frustrando completamente a desesperançada torcida, que não se queixaria se fosse possível completa reformulação do elenco, talvez à exceção do goleiro, que às vezes até salva o clube de vexame maior e ainda tem sido lembrado para servir à seleção Canarinha. É bastante lamentável que o Botafogo anuncie a contratação de um jogador em fim de carreira, com o ilusório propósito de salvador da pátria. Com certeza, essa transação é viva demonstração de absoluta fraqueza e incompetência por parte daqueles que tiveram essa infeliz iniciativa e uma firme evidência do desamor ao já desacreditado clube, que vem há anos colecionando decepções uma atrás da outra, motivando sedimentação de desânimo no coração dos botafoguenses. Não à toa que a torcida não acredita mais em melhorias, tendo sumido do Engenhão e agora passou a fazer movimento demonstrando descontentamento, com xingamentos até merecidos à diretoria do clube, em razão justamente da falta do cumprimento de promessas de boas contratações dignas do passado de glória da Estrela Solitária. O certo é que somente quem vem contribuindo para a falta de perspectivas de fortalecimento do futebol do Glorioso acredita em milagres com a aquisição como essa, que não passará de mais um belo ônus para o clube, que não poderá contratar mais ninguém, haja vista que, com o seu caixa já vazio, agora é que vai se afundar ainda mais com o peso do altíssimo salário desse ilustre e que ilustre atleta...Acorda, Botafogo!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 30 de junho de 2012

Cotas repulsivas

A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal aprovou projeto de lei que reserva 50% das vagas em universidades federais para alunos que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas. O projeto combina cota racial e social, de modo que vagas reservadas sejam preenchidas de acordo com a proporção de negros, pardos e índios, na população de cada unidade da federação onde se encontra instalada a instituição de ensino. As cotas raciais demonstram com clareza que o governo não tem planos para o ensino no país, por preferir estabelecer critério nitidamente discriminatório com relação às outras raças, ao invés de investir maciçamente na educação, para que seja possível propiciar, de forma isonômica, ensino de qualidade aos brasileiros. Diante da falta de interesse em resolver em definitivo esse grave problema, o governo simplesmente inventa medida paliativa, como forma de agradar segmentos sociais carentes, mas não deveria deixar de enxergar que essas cotas, baseadas e em benefício de algumas raças, menospreza de forma cristalina outras raças, constituindo notório e abominável procedimento criminoso, por afrontar princípios constitucionais e disseminar atitudes racistas condenadas, por ser forma de incentivo à discriminação racial no Brasil, contrariando o princípio insculpido no art. 5º da Carta Magna, que estabelece: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:...”. Os incisos XLI e XLII desse dispositivo são bastante claros quanto à necessidade de penalidade àquele que cometer crime de discriminação, que é o caso dessas cotas raciais, onde constam, respectivamente: “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;” e “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;”. O governo, que defende a democracia fora do país, não poderia ser hipócrita com a criação de políticas protecionistas numa área tão importante como a educação, que exige lucidez e valorização do ser humano, por dizer respeito à sua formação intelectual e acadêmica. Não obstante, as cotas sociais são merecedoras de encômios, por constituírem medida que beneficia igualitariamente os menos favorecidos, em termos econômicos, diferenciando do sistema de raças, por haver distinção de direcionamento, por motivos de cor, como se existissem cidadãos de inteligência inferior e de desqualificação intelectual, quando se sabe que não é nada disso.  Ser de cor diferente não justifica qualquer medida oficial de discriminação, principalmente porque, contrariamente, os encargos e os benefícios públicos são devidos e alcançam igualmente e sem distinção as raças branca, preta, amarela etc. Constitui verdadeiro absurdo, falta de critério e verdadeira injustiça a estipulação de 50% para vagas reservadas às cotas, considerando que a maioria dos brasileiros não se enquadra na faixa beneficiada por essa medida. Urge que os governantes se conscientizem de que a melhoria da qualidade do ensino público, mediante maciços investimentos e adequado aperfeiçoamento dos métodos de instrução, certamente contribuirá para que a educação possa ser propiciada aos brasileiros, em todos os níveis de ensino e livre da recriminável e repulsiva distribuição de contas raciais. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 29 de junho de 2012

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Basta de incoerência

Segundo pesquisa realizada pelo Ibope, a aprovação pessoal da presidente da República manteve-se estável, em 77%, enquanto a aprovação do governo passou de 56% para 59% dos entrevistados, que o consideram bom ou ótimo. A pesquisa ouviu 2.002 eleitores com 16 anos ou mais, em 141 municípios. Por área, a melhor avaliação está ligada à economia, quanto às taxas de juros, ao combate à inflação e aos impostos. Com certeza, os entrevistados são pessoas que vivem alheias à realidade do país, que, em matéria de governabilidade, vem passando, há bastante tempo, por verdadeiros momentos de completa acefalia, diante da falta de políticas públicas de qualidade e de priorização para solucionar as graves deficiências em todos os programas governamentais, à exceção do assistencialismo consistente no bolsa família, que tem se mostrado bastante eficiente, onde o governo tem conceito elevadíssimo. Nos demais casos, ninguém pode negar a existência do caos que reina nos principais programas de governo, tais como: a) o recrudescimento da violência e da criminalidade, com o crescimento de homicídios, de assaltos de diversas naturezas, de tráfego de entorpecentes, facilitado pela devassidão das fronteiras brasileiras, sempre desprotegidas e livres para a passagem de drogas, e tudo isso tendo a firme contribuição do total desestímulo das polícias militares, que são pessimamente remuneradas e têm deficiência de pessoal, preparação e material de apoio; b) a falta de assistência à saúde, onde os hospitais estão sempre abarrotados de doentes, onde, em muitos casos, terminam morrendo sem o devido atendimento, por inexistirem condições adequadas, como pessoal, medicamentos e instalações médicas; c) atraso na educação, que carece de modernização e aperfeiçoamento, para propiciar qualidade à altura dos avanços tecnológicos e científicos, além de melhoria da remuneração dos professores, bastante defasada ante a sua importância para a formação intelectual da sociedade; d) defasada infraestrutura básico, obrigando a sociedade é obrigada a conviver com verdadeiro atraso e subdesenvolvimento quanto ao saneamento básico, abastecimento de água, sistemas de esgotos etc. e tantos outros programas que se encontram desatualizados em relação às reais necessidades sociais. Além dessas mazelas também é fácil reconhecer a incompetência desse governo e a sua falta de coragem para enxergar a urgente necessidade da implementação de reformas estruturais, com a finalidade de acabar com os gargalos que emperram o desenvolvimento socioeconômico do país. A pesquisa, mais uma vez, evidencia que os entrevistados ignoram a realidade do país e respondem os quesitos sem responsabilidade e sem consciência de que o seu resultado contribui, enfim, para o comodismo do governo, que considera a sua altíssima aprovação como termômetro de satisfação dos brasileiros, quando, na verdade, tão somente 2.002 eleitores, sem a mínima condição de avaliar as relevantes atribuições e competências da mandatária, não podem afiançar que o governo continue inerte e leniência com as deficiências e o atraso nos programas do Estado. Urge que a sociedade se desperte dessa eterna letargia e se conscientize sobre a necessidade de conhecer as reais precariedades do país, para que possa se manifestar com segurança, coerência e de forma adequada sobre o gerenciamento desse governo, que não merece tamanha e absurda aprovação, à luz da verdade e do que deixa de fazer para o benefício da nação. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de junho de 2012

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A frágil democracia

Não chega a ser nenhuma novidade se afirmar que a democracia baseia-se nos princípios do governo da maioria para assegurar à sociedade os direitos fundamentais, garantir e proteger a integridade da ordem pública, da organização social e da propriedade e promover o bem geral. Porém, parece que, América do Sul, a igualdade de tratamento, na concepção da democracia ainda é de absoluta vulnerabilidade, porquanto a sua plena observância, de forma escrupulosa, somente tem pertinência quando é alegado ferimento de possível direito de autoridade, como no caso do ex-presidente do Paraguai. Ninguém quer saber, agora, se, nesse país, os princípios democráticos vinham sendo violados, quanto ao direito à vida, à vista do aumento da criminalidade e da disseminação da impunidade; ao direito à propriedade, motivado por invasões de fazendas; à falta do cumprimento das decisões judiciais, determinando a reintegração de posse; e tantos outros desrespeitos aos direitos essenciais do ser humano. Enquanto os atos de negligência e de irresponsabilidade, por ação ou omissão do ex-mandatário, ocorriam em flagrante intranquilidade da ordem pública e desorganização do Estado Democrático de Direito, nenhum país se prontificou para servir de paladino defensor da parte desprotegida e desamparada, bradando para impedir a infringência dos direitos básicos naquele país. Além desse duro e flagrante golpe, a sociedade já havia sido menosprezada pelo governo afastado, que deixou de cumprir as promessas de campanha, quando se comprometeu fazer uma administração em sintonia com os anseios do seu povo, mas, na prática, nada foi executado daquilo que ele havia prometido. Ao contrário, a gestão do ex-presidente paraguaio foi o antídoto do seu programa de campanha, desvirtuando o seu juramento e constituindo cristalino golpe à democracia, com relação à confiança dos eleitores, que não tiveram a satisfação da garantia da execução dos projetos e metas prometidos. Não obstante, resta evidente, no caso em comento, que democracia somente prevalece para uma das partes, não sendo lícito sopesar, neste momento crucial, o prejuízo já comprovado contra a sociedade, que, no auge da crise de um governo incompetente e prejudicial às causas nacionais, recorreu ao seu poder concentrado no parlamento para corrigir o que vinha funcionando de forma incorreta, na concepção da soberania do povo paraguaio. O rito sumário é sempre condenável, máxime porque, embora o seu uso abrevie o processamento, ele pode prejudicar o pleno exercício da ampla defesa e do contraditório, mas não se pode ignorar que as normas constitucionais daquele país respaldaram a decisão nessa forma, que não discrepa da sua cultura e tradição. É evidente que o julgamento em preço causa perplexidade no país tupiniquim, visto que aqui as leis penais são magnânimas até de mais, permitindo que os julgamentos dos crimes sejam realizados em interregnos tão distantes dos atos delituosos que, às vezes, eles nem acontecem por causa da sua prescrição, contribuindo para a abominável impunidade, que é bem mais grave para a sociedade do que o rito sumário. Na democracia pura, o povo deveria ter o direito de expressar sua vontade não somente no momento da eleição, mas também quando entender que o seu representante, por má gestão ou incompatibilidade na função, deva ser afastado do cargo público eleitoral. A exortação à democracia significa prestígio à transparência e à avaliação dos valores inerentes à cidadania, independentemente de situações ou posições políticas, como forma de reafirmação dos consagrados princípios e dos direitos fundamentais da sociedade.
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 28 de junho de 2012

Politicamente correto

Conforme notícia veiculada pela internet, o município de Uiraúna, situado no sertão paraibano, deverá ser palco de campanhas eleitorais bastante acaloradas, porque deverão se digladiar, no bom sentido, nos planos político e programático, em verdadeira luta de gigantes, a prefeita cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, por compra de votos na campanha de 2008, e o seu antecessor e também então padrinho político, que tentará o seu terceiro mandato de prefeito. Essa contenda somente se tornará possível porque os protagonistas romperam os laços políticos entre eles, por incompatibilidade de opiniões ideológicas, tão logo após o término do último pleito para prefeito, fato que serve agora de especial tempero para apimentar os ânimos de ambos os lados, na tentativa de provar ao mundo político quem realmente é o favorito no conceito do eleitoral uiraunense. Não deixa de ser curioso o fato de que o criador e a criatura integravam a composição partidária que foi capaz de envolver o município no abominável e maior escândalo político da sua história, cuja repercussão resultou na cassação da prefeita e agora candidata e da sua vice, em decorrência da vergonhosa compra de votos, em flagrante burla aos salutares princípios éticos, morais e legais, que concorreu para a vitória eivada de irregularidades e de suspeições sobre a mesquinhez por parte de quem teve a infeliz iniciativa de contribuir para apequenar e desmoralizar o último pleito eleitoral. Desta feita, a comunidade uiraunense torce para que os candidatos se comportem com absoluta dignidade e se comprometam a realizar uma administração proficiente, transparente e de muita eficiência, à altura do merecimento do município de Uiraúna, que clama por sabedoria e inteligência para a construção da paz, da união e do progresso. Os candidatos já demonstraram que estão capacitados e preparados para desempenhar, com competência, gestão de superior qualidade em benefício dos conterrâneos, que também anseiam por que, desta vez, o processo eleitoral transcorra com a maior dignidade e legitimidade e que esses atributos ditem as regras do jogo eleitoral limpo e honesto e que o vencedor dessa previsível batalha de ideias programáticas seja o povo responsável pelo tira-teima, como forma da desejável reafirmação dos princípios da legalidade e da democracia. Acorda, Uiraúna!                                

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 28 de junho de 2012

quarta-feira, 27 de junho de 2012

À busca da justiça

Embora o ministro revisor do processo do mensalão, com trâmite no Supremo Tribunal Federal, tenha concluído o seu exame sobre o relatório acerca do caso, mesmo assim disse, em resposta à cobrança que lhe foi feita pelo presidente dessa corte de Justiça, que ficou "estupefato" com pressões que recebeu para concluir o seu voto e adiantou que "Estou trabalhando noite e dia para cumprir o prazo de entregar o voto revisor no fim do mês" e "Sempre tive como princípio fundamental, em meus 22 anos de magistratura, não retardar nem precipitar o julgamento de nenhum processo, sob pena de instaurar odioso procedimento de exceção.". Ele fez questão de manifestar seu incômodo pelo fato de a cobrança ter sido ostensiva e ainda veiculada pela imprensa. Não deixa de ser verdadeiro absurdo se verificar que processo de extrema significância, diante da matéria nele contida, como esse do famigerado mensalão, fique tanto tempo - sete anos – para ser julgado. O Judiciário precisa ser mais inteligência promovendo mutirão para analisar processos de reconhecida complexidade, para que o seu julgamento não suscite inquietações nem eternos questionamentos por parte da sociedade. Na realidade, quem está estupefato neste caso é o povo brasileiro com o comportamento não somente do ministro revisor, mas principalmente do Poder Judiciário, que não consegue se estruturar adequadamente para dinamizar o julgamento dos processos da sua competência. Pode até ser legítima a forma como age o Ministro, mas esses casos escabrosos ensejam dúvida quanto à real finalidade dessa eterna demora, se ela seria deliberada ou não, com a finalidade de beneficiar ou prejudicar alguma parte interessada. Em razão das contradições, influências, leviandades e desconfianças existentes na politicagem, inclusive envolvendo o julgamento do mensalão, fica difícil conceber a motivação de atitudes que não condizem exatamente com os anseios da sociedade. Não há a menor dúvida de que não pode haver pressão de forma alguma sobre os magistrados, porém nada justifica tanto atraso no julgamento de processo que podem resultar medidas saneadoras de danos causados ao erário e punitivas aos culpados, funcionando como verdadeiro exemplo pedagógico para os malfeitores e aproveitadores dos recursos públicos, além de poder marcar a autonomia e o fortalecimento da instituição Poder Judiciário, ao mostrar que o indecente tráfego de influência não prevalece sobre a dignidade, a competência e a juridicidade. A sociedade anseia por que o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o processo do mensalão, contribua para o fortalecimento da democratização, da transparência e da dignificação dos seus julgados, de modo que as gerações atuais e futuras sintam orgulho da instituição honrada por fazer Justiça, suplantando em definitivo as prejudiciais influências espúrias e mesquinhas. Acorda, Brasil!  

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 26 de junho de 2012

terça-feira, 26 de junho de 2012

Indevida ingerência

Não deixa de ser uma tentativa fracassada de ingerência dos países Sul-americanos ao mandarem seus chanceleres para o Paraguaio, como verdadeira tropa de choque, com o propósito de intimidar o poder do Congresso daquele país e evitar o impeachment do seu ex-presidente. Acontece que todos os países ali representados não têm moral política para tanto e muito menos competência para orientar sobre como decidir com relação aos seus interesses. Os países ali representados são comandados, na maioria, por ditadores e descumpridores dos direitos humanos ou dos princípios democráticos. Ao que se sabe, o afastamento em apreço se deu pelo Poder Legislativo, com supedâneo em mandamento constitucional pátrio, respaldado pelo Poder Judiciário, que considerou válido o procedimento adotado pelo parlamento. Até que se poderia questionar a rapidez havida no processo de impeachment caso isso não tivesse sido em consonância com a constituição do país, o que significa que não houve ferimento da ordem jurídica. Segundo as informações, o ex-presidente caiu por causa de mau desempenho no exercício das suas funções, tendo significativos pesos o aumento da criminalidade no país, o uso de instalação militar para fins políticos, o incentivo a invasões de terras e a assinatura do protocolo de Ushuaia II, que viola a soberania do país, ao autorizar intervenção externa da Unasul, no caso de ameaça à democracia. O governo afastado teve a marca da cumplicidade com as invasões de terras e da insegurança jurídica decorrentes delas, por não fazer cumprir as decisões judiciais determinando a reintegração de posse das fazendas invadidas por sem-terras. Em tese, nenhuma nação tem o direito de condenar o cumprimento ou a confirmação do dever constitucional de país soberano nem ameaçá-la, quando é dele o problema e a solução também, sob pena se permitir que qualquer nação possa se imiscuir, sem rédeas, nos assuntos uns dos outros. No entendimento dos países de governo progressista, socialista ou comunista, o Paraguai, por ter a fama de país golpista, conforme evidenciam os fatos históricos, não poderia promover o afastamento do seu presidente, mesmo que ele tenha contrariado interesses da nação e do seu ordenamento jurídico, porque isso, para eles, caracteriza golpe, por se tratar de pessoa que tem o seu mesmo pensamento ideológico. É imperioso que se respeite o princípio da autodeterminação dos povos, a soberania dos países e as suas constituições, independentemente da ideologia pessoal de quem ocupe o cargo máximo do país. Enquanto o Brasil se preocupa em palpitar de forma indevida sobre problemas alheios, deixa de cuidar e solucionar as questões potencialmente existentes em casa, sem atentar que as suas deficiências poderiam ensejar medida semelhante à adotada por aquele país, caso o nosso parlamento tivesse consciência cívica e amor à pátria, porque já há bastantes motivações de incapacidade para administrar os negócios do Estado brasileiro, diante de tantas aberrações de omissão ou ação de gerenciamentos inadmissíveis, a exemplo das reiteradas invasões de terras e propriedades particulares, sem a devida reparação das destruições ou punição aos culpados; das corrupções com recursos públicos; do desmoronamento e inchaço da máquina pública, com a sua entrega aos partidos aliados; da falta de reformas estruturais etc. Urge que o Brasil se conscientize sobre a necessidade do aperfeiçoamento das suas instituições político-democráticas, como forma de aprender, de forma civilizada, a respeitar a independência, a soberania e a autodeterminação dos países, salvo se suas decisões interferirem nos interesses brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 25 de junho de 2012

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Golpe?

O Brasil foi um dos primeiros países a condenar o impeachment do ex-presidente paraguaio, por meio de nota do Itamaraty, dizendo que "O governo brasileiro condena o rito sumário de destituição do mandatário do Paraguai". Segundo o referido órgão, "Não foi adequadamente assegurado o amplo direito de defesa" ao ex-mandatário da nação, e "O procedimento adotado compromete pilar fundamental da democracia, condição essencial para a integração regional". Não deixa de ser curioso que as questões políticas, não só nacionais, mas também internacionais são tratadas sob o prisma dos interesses da ocasião e das amizades, como no caso do país em causa, quando, à luz do Direito Internacional, ninguém poderia ignorar a soberania de cada nação, que tem autonomia para decidir seus destinos e seus interesses, conforme reconheceu a mandatária brasileira por ocasião de recente visita a Cuba, declarando não se poder intervir nos países soberanos, em resposta à indagação sobre as condições cruéis dos presos políticos daquela ilha. É estranho o porquê de o governo brasileiro não recriminar a inadmissível repressão à imprensa pelos ditadores venezuelano e equatoriano e ao incentivo à produção de coca pelo mandatário boliviano, base da cocaína que exporta para o Brasil. Parece sintomático que somente esses três países, mais o Brasil e a Argentina tenham tomado as dores do ex-bispo, porque os demais países entenderam de forma correta deixar que o povo paraguaio resolva seu problema. Para um país como o Brasil que tem pletoras questões e não consegue saneá-las a contento, como a endêmica corrupção no serviço público, o fisiologismo político preparado para usufruir da máquina pública, as mazelas e as deficiências na execução das políticas públicas, deixando à mercê da incompetência gerencial os sistemas de saúde, de ensino, de segurança, de rodovias, de infraestrutura e de tantos outros que cobram providências urgentes para a melhoria do atendimento à sociedade, mas o governo se mostra incapaz de enfrentá-los, na forma constitucional. Não obstante, ele se habilita a se imiscuir em assuntos internos de país pelo qual não tem e não pode ter nenhuma ingerência, porque somente ele tem competência para solucionar suas questões político-administrativas. O certo é que o impeachment em tela teve amparo em dispositivo constitucional vigente naquele país, o que descarta a possibilidade de golpe, embora a rapidez do rito adotado pode denotar o tamanho da encrenca arranjada pelo ex-mandatário, cujos atos devem representar graves ameaças aos interesses da nacionalidade, não sendo recomendada a sua continuação no cargo, para evitar dano maior ao país. Aliás, os fatos motivadores desse afastamento não são objeto de análise pelos países que estão tomando as dores indevidamente, nem deviam, mesmo porque a eles também não dizem respeito. Convém ressaltar que a corrupção e outros atos de rapinagem e de roubalheira na administração pública, que campeiam de forma passiva no Brasil, tem o beneplácito da impunidade ou da demora no julgamento dos crimes contra o Estado, a exemplo do mensalão que pode ser julgado agora, sete anos depois do ocorrido, mesmo não havendo justificativa para tanto. Como forma de contribuir para o bem do Brasil, o seu mandatário deveria se preocupar tão somente com as questões inerentes ao seu povo, procurando fazer o melhor e resolvendo prontamente os graves problemas internos, com respaldo na Carta Magna, sem embargo de que os crimes contra o Estado devam ser julgados imediatamente aos fatos que lhe deram origem, respeitados os princípios de ampla defesa e do contraditório, sob pena de ser diluída a finalidade reparadora do dano, bem assim o poder pedagógico das medidas resultantes. Acorda, Brasil!


                        
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 24 de junho de 2012

domingo, 24 de junho de 2012

Paraíso remanescente

Na atualidade, há quase unanimidade dos especialistas quanto à voracidade e à impiedosa destruição da mãe natureza, que se mostra frágil e impotente para reagir e se defender da fúria e da selvageria do bicho homem, tão habituado a usar e abusar do meio ambiente, de forma voluntária, interesseira, desorganizada e insensível. Noutra vertente, a natureza também é utilizada sem a menor preocupação com a sua destruição ou o seu reflorestamento, como seria da obrigação da humanidade. Esse processo destrutivo se dá em nome dos interesses econômicos, em visível detrimento da indispensável necessidade de preservação da originalidade e da beleza natural, que já se encontram bastante degradadas e mostram, em muitos casos, sinal de visível adiantamento de ameaça à sobrevivência da espécie humana, que, de forma lamentável, não se sensibiliza acerca dessa triste e cruel realidade. Não obstante, nessa disputa inglória entre o gigantismo da devastação e a tranquilidade da natureza desamparada, ainda resta, nalgumas localidade do país, uma nesga de esperança, a exemplo da famosa praia paraibana de Coqueirinhos, que fica bem perto da capital do Estado. Ali se localizam praias quase primitivas, onde a água e o mar são de beleza deslumbrante, cuja transparência causa enorme inveja às demais praias do país já poluídas, muitas delas em razão do descaso e do descuido decorrentes da cruel ação do homem. A região ali é muito convidativa, de maneira intuitiva, à benfazeja contemplação do ambiente exótico, sossegado e quase indevassado, onde reina a mansidão das ondas do mar, protegida pelo encanto da emoldurada e viçosa mata atlântica, formando um conjunto cenográfico apaixonante e sonhador. Na referida praia, pode-se ainda deliciar a linda visão das areias puras, limpas, finas e brilhantes, fazendo extraordinária combinação com a exuberante paisagem comparável somente à beleza original do Éden, onde é possível se vislumbrar imagens de verdadeiro paraíso terrestre, com ornamento de agradável vegetação original da região e enxertada por lindos coqueirais, tornando o ambiente fascinante e celestial, muito apropriado para o normal esquecimento do controle do tempo – que até poderia abrir uma exceção à sua galopante velocidade - e do momento exato de se despedir de local tão aconchegante e prazeroso. A praia de Coqueirinhos é prova eloquente da perfeição divina e de que o homem pode perfeitamente continuar desfrutando das belezas do paraíso terrestre, mas teria que se submeter ao sacrifício de voltar a se humanizar e de tratar a natureza com racionalidade e justiça ambiental.
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 23 de junho de 2012

sábado, 23 de junho de 2012

Culpa da impunidade

A mais recente aliança política entre dois partidos, encabeçada por seus líderes, conseguiu deixar os brasileiros ruborizados de vergonha, pelo fato de que, aos protagonistas, sob o prisma da opinião pública, carecem respaldo ético e moral para representar os altos interesses de agremiações dignas e selar acordo visando às eleições limpas para os cargos públicos. Há nítida evidência de que os políticos pivôs desse evento são verdadeiros “artistas” na sua trajetória política, principalmente por já terem deixando rastros de fortes suspeitas de escabrosos casos de corrupção com dinheiros públicos e tantos outros fatos não menos irregulares. Um dos políticos é famoso por ser acusado de desviar recursos de contratos superfaturados e os remeter aos chamados paraísos fiscais, motivando, com isso, a sua procura pela Interpol, para o fim de esclarecer a origem dos dinheiros depositados nos bancos estrangeiros em nomes seu e de familiares. Esse fato policial mostra a gravidade da situação, por restringir a sua permanência no país, sob pena de ser preso caso se atreva a desafiar a vigilância da Polícia Internacional. No caso do outro político, a sua ficha também não é menos suja, porque ele conseguiu dar o maior golpe na consciência cívica e moral do povo brasileiro, ao assegurar, antes de ser alçado ao poder, que seu partido daria provas de honestidade, caráter, ética, moralidade e exemplo de gestão moderada e eficiente, mas as promessas foram substituídas por desastroso gerenciamento dos recursos dos brasileiros, com as vergonhosas coligações fisiológicas; a entrega dos órgãos públicos a aliados políticos, despreparados e incompetentes, a troco do apoio para manutenção no poder; as reiteradas e generalizadas práticas de atos de corrupção, nunca vistas na história do país; a banalização da impunidade, com leniência e indecente alegação do nada sei e do nada vi; e tantos outros atos de conchavos e aviltamento da dignidade da administração pública, em evidentes desrespeitos aos princípios da ética, da moralidade e da legalidade, em flagrante desmoralização aos salutares pilares da democracia. A decadência e o descrédito do sistema político brasileiro atingiram patamar máximo devido à falta de punição aos corruptos e aos políticos que traíram a boa vontade e a confiança da sociedade, porquanto, casos os líderes em causa tivessem sido alijados da política com os votos dos brasileiros, já que não os foram pela Justiça, as questionáveis e espúrias alianças jamais seriam firmadas. A sociedade precisa, com urgência, se conscientizar da sua altíssima responsabilidade sobre a dignificação da gestão dos recursos públicos, o fortalecimento da democracia e o fiel respeito aos princípios da administração pública, de modo que somente devam ser eleitos para exercer cargos públicos cidadãos considerados de conduta ilibada, probos, dignos e reconhecidamente comprometidos com as causas da nacionalidade. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 22 de junho de 2012

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Questão de princípios

Em virtude de se envolver em dois acidentes de trânsito, ocorridos no mesmo dia, o secretário de Comércio dos EUA anunciou sua renúncia ao cargo. Na ocasião, ele disse "Eu já informei ao presidente que eu renunciei ao cargo de secretário do Comércio" e "O trabalho que eu fazia para ajudar os empreendedores e homens de negócios da América a reerguer nossa economia e criar empregos é mais importante agora do que nunca, e eu cheguei à conclusão de que preciso sair para evitar distrações a essa missão crítica". Na verdade, o ex-secretário estava sendo investigado por possível fuga do local sem prestar socorro após ter batido seu carro contra dois veículos em episódios distintos em um intervalo de cinco minutos. A polícia declarou que não foram encontrados indícios de consumo de álcool ou drogas. No entanto, mais tarde, o Departamento de Comércio afirmou que o servidor teria sido acometido de uma convulsão e, por isso, ele foi hospitalizado. É impressionante verificar que, nos EUA, um acidente de aparente simplicidade, causado de forma involuntária, porque motivada por doença, sem qualquer reflexo no erário, cresce de tamanha significância e suscita que o servidor, por iniciativa própria, entrega o importante cargo que ocupava. Acontece que a aferrada observância aos princípios ético e moral do político americano já consta do seu DNA e, qualquer deslize que ele pratique, mesmo sem gravidade, o ato é automaticamente acusado na sua consciência, que o orienta a forma correta de decisão sempre em coerência com os interesses da nacionalidade. É evidente que lá não existe politicagem nem o indecente fisiologismo “toma lá dá cá”, origem do arraigado “amor” ao cargo, a ponto de somente alguém largá-lo no extremo da crise e assim mesmo à bala. Também é verdade que, no país de tio Sam, a população tem capacidade suficiente para avaliar, nas eleições, o comportamento das pessoas públicas, que são colocadas nos cargos por qualificação profissional, mérito, eficiência e principalmente para servir ao interesse público, agindo apenas em função das necessidades do país e do povo, que, de forma democrática, os elegem em razão do sentimento cívico, sem vinculação com a distribuição de humilhantes bolsas esmolas oficiais. O certo mesmo é que há democracia e democracia, sendo a de primeiro mundo e a de republiqueta. No primeiro mundo, os políticos têm consciência cívica e patriótica, enquanto nos outros mundos não se age senão em razão dos interesses pessoais e partidários, sempre com o objetivo da manutenção no poder à custa de recursos públicos. A atitude exemplar do político americano até que poderia inspirar os novos políticos brasileiros a terem consciência civilizada, honestidade com a gestão dos recursos públicos e respeito aos princípios ético, moral e legal, somente assim o país teria condição de atingir a democracia do primeiro mundo. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 22 de junho de 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Mentalidade retrógrada

A imprensa vem divulgando como quase certa a contratação, pelo Botafogo, de ex-jogador do Milan, da Itália, que teria recusado milionário salário de R$ 60 milhões, oferecido por time asiático, para vir jogar no Rio de Janeiro. Desde logo, o Botafogo merece receber os pêsames caso essa contratação seja realmente efetivada, porque se trata de atleta com mais de 36 anos rodados, embora de bom futebol, mas pairam sérias dúvidas quanto ao custo-benefício que certamente não há de compensar, devido ao altíssimo investimento por um jogador em fim de linha e com muito pouco potencial para suportar as exigências naturais sobre ele, ainda mais com salário diferenciado dos demais, à luz de tantos casos com atletas de idade avançada e de situação idêntica, que não têm condição de demonstrar a mesma motivação da juventude e o seu poder de esforço atlético já atingiu o limite de tolerância do alto nível suportável para corresponder à dureza e à velocidade do futebol moderno e competitivo. Ele terá ainda a necessidade de se adaptar à região e ao profissionalismo por ele desconhecidos, inclusive com grandes possibilidades nem de se entrosar de imediato com a forma de jogar e com outros fatores regionais, que são totalmente diferentes de onde esteve jogando. Essa tresloucada transação somente poderia ser considerada compensatória para o Fogão se não houver qualquer compromisso financeiro por parte do Clube, que, na atualidade, está com atraso na folha de pagamento dos seus atletas, há pelo menos dois meses. Seria tremenda incoerência empresarial, para não dizer irresponsabilidade, o clube se empenhar com negócio incerto envolvendo cifras altíssimas, sem ter o devido respaldo financeiro para bancá-lo e ainda mais devendo a folha de meses, que seria ainda mais sobrecarregada com o astronômico salário de atleta de escol, como o que está sendo anunciado. De qualquer forma, essa contratação viria na contramão da modernidade futebolística, em verdadeiro prejuízo aos interesses do clube e dos seus torcedores, que andam desanimados diante dos últimos resultados e do gerenciamento dos negócios do Botafogo. Ante a comprovação, já não há mais dúvida de que bom e seguro investimento deve ser feito em atletas jovens e com talento e esses atributos o futebol brasileiro é pródigo em possuir. É pena que os dirigentes alvinegros estejam pensando com o apoio do retrovisor, quando seria muito mais eficiente se a sua visão fosse focalizada para o horizonte do futebol e com os pés fincados no chão, tendo por base a realidade e as possibilidades empresariais do clube, sem desviar a meta da possibilidade de reais conquistas, que certamente não serão alcançadas com a mentalidade voltada para a velharia. Por certo, o apagão gerencial vem contribuindo para que a Estrela Solitária não reluza há bastante tempo, deixando o passado de glória mais distante e seus apaixonados torcedores sem esperança de vitórias e de títulos, por causa da marca da insuportável e terrível incompetência...


ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 21 de junho de 2012

Questão de ética e moral

O mais recente pitoresco fato da política brasileira ocorreu com a renúncia da candidata à vice-prefeita, na chapa do petista ao cargo de prefeito da cidade de São Paulo, sob a alegação de que ela teria seguido a indignação do povo diante da aliança formalizada entre PT e PP. Na sua versão, ela disse que sabia das conversas entre os citados partidos, mas foi surpreendida com a presença do ex-presidente da República na feijoada que selou o acordo, ressaltando que "Aquele gesto foi ruim. O preço foi alto por uma coisa muito pequena. A mídia é importante, mas não determina o processo eleitoral se não vier somado a outras condições", que o ex-mandatário teria passado dos limites ao tirar foto com o deputado paulista do PP, seu adversário político, e que a aliança poderia ter sido efetivada de forma institucional e não expressa na figura do deputado. Esse episódio mostra com clarividência a pobreza intelectual da política moderna, em que os protagonistas não têm qualquer respeito às regras de conduta ética e moral, a exemplo do caso da aludida candidata renunciante, que foi expulsa do PT e agora teve a falta de caráter de aceitar se aliar a esse partido - que antes o qualificou de corruptos e de quadrilhas -, ainda mais para compor a chapa à Prefeitura de São Paulo. A sua atitude de renunciar foi um ato absolutamente incoerente, tendo criado clima de perplexidade na opinião das pessoas, porque a sua aceitação à convivência com políticos sem ética, sem caráter, sem escrúpulos, sem comprometimento senão com seus interesses político-partidários e com o fisiologismo explícito não condizia com a sua aparente conduta de caráter e de reputação moral que sempre demonstrou na vida pública. O fato em si, analisado isoladamente, passa a ser histórico, em especial porque alguém teve a coragem de peitar o “todo poderoso”, embora continue convivendo com os sujos da aliança que discordou, inclusive prometendo apoio e fazer campanha para o candidato. Se isso não for incoerência, não se sabe mais o que seja autenticidade moral e ética das pessoas. Não se pode dizer que a renunciante demonstrou possuir princípios de caráter e personalidade, porquanto alegou não querer continuar na chapa porque houve a exposição pública de uma foto selando a aliança, dando a entender que se o acordo fosse às escondidas não teria problema algum, porque a reputação da sujeira estaria protegida e não atingiria a sua ilibada reputação. Ninguém jamais saberá o que se passa na cabeça de político, a ponto de uma simples foto suscitar repulsa, quando se sabe que os podridões, os arranjos sebosos, sempre acontecem nos bastidores, onde vale fazer aliança com o demo, em busca de apoio político, de manutenção no poder e de conquistas que satisfaçam seus projetos escusos e contrários aos interesses públicos. A sociedade anseia pela urgente pureza dessa safra de políticos inescrupulosos, fisiologistas, hipócritas, dissimulados, sem princípio ético e moral e sem compromissos com as causas da nacionalidade e do bem comum. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 20 de junho de 2012

terça-feira, 19 de junho de 2012

Saudação à vida

Bendito seja Deus ao enviar, principalmente para os amados Clara e Andersen, um presente muito especial, que estava sendo aguardado por bastante tempo e com enorme ansiedade. A encomenda divina foi tão sensacional que, do seu envio do céu até o seu recebimento na terra, houve necessidade de ser transcorrido longo percurso que se prolongou por quase três meses. Somente após esse lapso temporal foi permitida a agradável manifestação celestial, fato esse que fez questão de ignorar os notórios conhecimentos científicos de medicina, que os destinatários e futuros pais dominam com relativa facilidade. Enquanto isso, o neném já vivia desconfiado e um pouco frustrado, pelo fato de que, lá no céu, os anjos falavam da ocorrência de muitas comemorações, embaladas por incontidas animações e alegrias desejosas de boas-vindas, que são feitas sempre quando há ciência da chegada de alguém no planeta Terra, porquanto a notícia alvissareira tem o poder de contagiar as pessoas. Essa comemoração demorou pouco mais do que o normal para acontecer, na contagem de quem estava ávido para passar a ser, o quanto antes, o centro das atenções para o resto da sua vida. Por ter sido tão inusitado e auspicioso, esse fato concorreu ainda mais para aumentar o contentamento e a satisfação do anúncio da chegada de mais um netinho ou netinha, que vem contribuir em muito para o fortalecimento da felicidade já existente no seio de nossa família, notadamente quando já se conta, no nosso caso, com as maravilhosas presenças dos queridos Ana Luísa e Pedro Henrique, sempre muito sapecas, alegres e ativos, os quais por certo, como os avós e tios, ficaram bastante contentes e animados com a revelação da próxima chegada do neném, que já tem garantida aprendizagem especial e de primeira qualidade, ministrada pelos nominados priminhos, que, embora com pouca existência entre nós, já aprenderam as artimanhas naturais de como animar a vida de seus pais e tirar-lhes o fôlego, literalmente, com facilidade. Não há dúvida alguma de que o atraso na entrega desse fantástico presente constituiu mais uma sábia lição divina, porque esse fato contribuiu também para abreviar, em igual período de três meses, a normal expectativa da chegada do bebê ao nosso convívio, fazendo com que as festas natalinas, sempre comemoradas com sentimentos descontraídos de confraternização e muitas alegrias, em regozijo ao nascimento de Jesus Cristo, sejam este ano mais felizes e inesquecíveis do que nos anos anteriores, em razão da presença de mais um componente na nossa harmoniosa família. Ao ensejo, ajoelhamo-nos diante de Deus, para louvar e agradecer pela beleza do envio desse magnífico presente, que, de modo bem afortunado, somente será descortinado diante de nossos olhos, em razão da sua preciosa significância para nós, exatamente no mês em que se festeja o natalício daquele menino de Nazaré. Obrigado, meu Deus, por mais esse prodigioso acontecimento em nossas vidas e por ter propiciado este momento de felicidade. Parabéns, Clara e Andersen pelo seu neném.
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 19 de junho de 2012

Perigo nas estradas


Ultimamente, têm sido motivo de muita preocupação os frequentes casos de acidentes nas estradas do país, envolvendo veículos e animais, causando ferimentos graves e, às vezes, inevitáveis mortes às pessoas e danos materiais. Nas rodovias próximas à cidade de Uiraúna, no alto sertão da Paraíba, fatos dessa natureza ocorrem amiúde, cujos sinistros decorrentes de abalroamentos de animais contra veículos vêm causado muitos óbitos. Essa forma de acidentes é perfeitamente previsível, diante da fragilidade da segurança das estradas brasileiras, que, não sendo cuidadas com o devido zelo, convivem com o crescimento, nas suas proximidades, de pastagem e árvores, constituindo lugar preferido dos animais, que, vez por outra, invadem a pista de repente, sendo inevitável o choque com veículo. A questão é bastante delicada, em virtude da notória irresponsabilidade dos donos dos animais, que têm a obrigação de prendê-los, evitando que eles fiquem perambulando pelas estradas, servindo de perigosa arma capaz de, a qualquer momento, tirar a vida de pessoas, muitas delas jovens, que são submetidas às ciladas das estradas, sem possibilidade de proteção contra situações repentinas e imprevisíveis. Impressiona a forma passiva e irresponsável das autoridades públicas, por não se tocarem quanto ao sentimento humanitário e à falta de iniciativa para solucionar essa gravíssima situação, que poderia ser equacionada se houvesse vontade e conscientização acerca da real importância da vida das pessoas e dos animais, além dos danos materiais. É premente a necessidade da interrupção desse caos nas estradas brasileiras, exigindo que alguém de sensibilidade lidere movimentos com a finalidade de conscientizar as comunidades e as autoridades para o seu enfrentamento. Diante do quadro de horror e desassossego, o caso clama por providências urgentes, entre elas a imediata responsabilização, na via judicial, do proprietário do animal envolvido no acidente, tendo em conta a caracterização da sua efetiva culpa, pela omissão e negligência de ação, ao deixar de cuidar do seu bem, como bovino, equino, ovino etc., que deveria estar preso em currais ou em roçados cercados, não permitindo que ele fique perambulando em vias públicas, no caso, as estradas, locais inapropriados para sua criação. Essa responsabilização consiste na reparação em face da evidência do cometimento dos crimes de natureza cível e penal, ficando o proprietário do animal envolvido obrigado a ressarcir os danos materiais causados e pagar salário à vítima ou pensão à sua família, conforme o caso, além de caber-lhe a aplicação de penalidade, mediante reclusão. É evidente que não se pode isentar de responsabilidade as autoridades públicas, incumbidas também da fiscalização das estradas sob a jurisdição municipal, como no caso do prefeito, dos vereadores, do juiz, do procurador, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Militar e demais pessoas responsáveis pela proteção da vida do ser humano, pois, em tese, todos têm a obrigação, em especial, de garantir a segurança nas estradas; de alertar os proprietários dos animais que circulam nas proximidades das estradas sobre o seu dever de prendê-los em áreas cercadas e sobre as penalidades que eles estão passíveis de receber, na forma da lei, em caso de acidente; de proteger os motoristas contra os perigos das estradas; de providenciar a apreensão dos animais que estejam nas proximidades das vias trafegáveis. Como a situação já atingiu nível alarmante e incontrolável, compete à comunidade exigir que sejam adotadas efetivas e urgentes medidas, na forma aqui explicitada, e implementadas campanhas de mobilização da sociedade, com vistas à proteção das pessoas e também dos animais, sob pena de a situação, perfeitamente saneável, se tornar infindável pesadelo social, por causa da falta de ação ou da incompetência das autoridades públicas. Acorda, Uiraúna!             


ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 19 de junho de 2012

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O país sangra

Um jornal canadense publicou um texto denominado “O purgatório brasileiro está prestes a começar”, onde diz, entre tantas assertivas, que: “... o analfabetismo no Brasil aumentou, durante o reinado de Lula. O saneamento básico está no mesmo nível que era no momento da sua coroação. 50 mil brasileiros morrem mortes violentas, a maioria causados por armas e drogas contrabandeadas para o país pelos terroristas marxistas das FARC, os aliados de Lula. O BNDES recebeu este ano 100 US$ bi para emprestar às grandes corporações, a fim de ‘comprar’ a sua boa vontade em relação ao governo durante a campanha eleitoral. Os capitalistas recebem o dinheiro com juros no entorno de 3,5% a 7%, enquanto o governo paga 10% a 12% para os bancos. Outros atos de generosidade do governo incluem a distribuição de licenças de TV e rádio para os capitalistas e os políticos, uma rede de TV para os dirigentes sindicais e a definição dos objetivos de investimento dos fundos de pensão de empresas estatais, na ordem de centenas de bilhões de dólares. Esta é uma economia fascista. É difícil para o povo a entender como o comunismo mudou a partir de uma utopia social para este fascismo na forma mais primata. O motivo é que eles mantêm a aparência sob o velho charme por causas culturais, como o aborto livre, o casamento gay, a globalização, o radicalismo ecológico etc. A privacidade fiscal de oponentes de Dilma foi quebrada sem consequências. Os direitos fundamentais garantidos pela Constituição nada valem para o Partido dos Trabalhadores e eles estão desafiando os direitos de propriedade. Um grupo de camponeses comunistas, todos financiados e liderados por agitadores profissionais, invadem fazendas, matam pessoas (como o fazem agora) e a questão será decidida por consulta popular, da comuna. Prevejo tempos difíceis à frente para o Brasil. Dilma é incompetente e teimosa. A dívida pública do Brasil quase triplicou, e está prestes a explodir, devido às altas taxas de juros. O boom da exportação de minerais e agro-commodities, que impulsionaram a popularidade de Lula, pode acabar a qualquer momento, especialmente se uma crise pesada atingir o dólar. O nível de tributação no Brasil é um dos mais altos do mundo, com 40,5%, e a burocracia, com 85 diferentes impostos na última contagem, é astronômica. Eles não serão mais capazes de aumentar os impostos para sustentar os vagabundos empregados do governo e a alta corrupção. Quando o governo quebrar, as ajudas sociais que apoiaram a popularidade de Lula estarão em risco. Sem o crescimento das exportações, haverá menos postos de trabalho, e é possível que nós venhamos a ter tumultos e protestos. Talvez já esteja na hora de os brasileiros amadurecerem pelo sofrimento.”. É bastante estranho como a comunidade internacional é capaz de identificar, até com relativa facilidade, significativas e importantes mazelas contrárias ao desenvolvimento econômico e social do país tupiniquim, enquanto os brasileiros, numa vergonhosa atitude complacente e comodista, aliada à desinformação ou manipulação, não dá sinais de entendimento sobre a grave situação país, não enxergando os erros da administração visivelmente responsável por uma gestão de compadrio, de coalizão de interesses pessoais e partidários, de leniência com a corrupção, de impunidades, de contratações de preços superfaturados, de falta de priorização de metas para o país e de tantas incompetências que funcionam em notório contramão dos altos interesses da nação. Urge que a sociedade se conscientize sobre a necessidade de serem eleitas pessoas capazes de, abdicando os interesses particulares e partidários, transformar o precário gerenciamento dos negócios da nação numa gestão de dignidade, de honradez, de competência, de moralidade e acima de tudo de priorização das políticas públicas, com objetivos claros da melhoria das condições de vida dos brasileiros, de modo que os recursos públicos sejam aplicados somente no atendimento das necessidades públicas, visando exclusivamente ao crescimento do país. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 18 de junho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

A barbárie da inverdade

Parece não existir a menor possibilidade de alguém poder desacreditar que não são verdadeiros os fatos estarrecedores relatados pela imprensa sobre os momentos de tortura pelos quais a presidente da República foi submetida, durante o regime militar. A mídia tem sido extremosa ao relatá-los em minúcia, marcando com detalhes o sofrimento causado a ela e as práticas horripilantes empregadas pelos brutamontes da repressão, que demonstravam todo poder de crueldade própria da ocasião, na concepção do regime, tendo por finalidade a obtenção de elementos capazes de levar aos terroristas, os quais, por certo, de forma igualmente cruel, praticavam barbaridade e desassossego contra o regime vigente e que, direta ou indiretamente, também atingiu a sociedade inocente e indefesa diante das atitudes irracionais de um bando de idealistas que objetivava a implantação do regime comunista no Brasil. Há de se lamentar a maneira incorreta e imparcial como a imprensa trata esse triste episódio da história do país, por ressaltar, passo a passo e de forma minuciosa, o tratamento violento dispensado à mandatária brasileira, dando apenas a entender que ela foi barbaramente castigada, injustiçada e obrigada às piores torturas como se estivesse totalmente inocente e imune aos atos terroristas dos quais tem orgulho de dizer, em claro e bom português, que participara ativamente, conforme demonstram os fatos confirmados por seus amigos de luta armada. Não deixa de ser injusto, para a história do país, que os delitos praticados pela presidente sejam simplesmente omitidos da opinião pública, neste momento tão importante para possibilitar o resgate da verdade histórica. A forma como os fatos estão sendo narrados, com a revelação tão somente da parte de quem se julga prejudicada, como se se tratasse de pessoa coitadinha, despreparada, inocente e indefesa, que não teria cometido crime algum nem participado de nada ilegal, certamente conduzirá a um movimento de legítima beatificação e posterior santificação, como medida de reparação da “injustiça”. Seria mais justo que a história fosse contada com a desejável transparência do que de fato houve, relatando também de maneira esmiuçada a participação dos grupos organizados, que lutaram contra a ditadura, inclusive apontando o que cada um de seus membros fez e, se possível, os benefícios e os malefícios resultantes para o progresso da nação, com vistas a possibilitar melhor avaliação sobre o que realmente ocorreu à época, não deixando quaisquer dúvidas quanto à culpa ou não de quem se considera, hoje, marte do regime, quando a sua participação na luta armada e reacionária era consciente, não podendo ignorar as consequências de seus atos, inclusive da possibilidade de responder a processo militar aos costumes, cujos procedimentos seriam aplicados de igual modo pelos terroristas, porque o peso da justiça de ambos os lados não era amenizado quanto aos métodos de violência e de brutalidade. A sociedade, lamentando a crueldade dos acontecimentos do regime militar, anseia por que prevaleça a racionalidade sobre o ser humano, sejam contados os fatos históricos tal como eles aconteceram, nunca mais ninguém participe, no Brasil, de movimentos terroristas e os ativistas do passado tenham a dignidade de revelar também seus atos delituosos contra a sociedade e os interesses nacionais. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 17 de junho de 2012

sábado, 16 de junho de 2012

Purificação das verdades

Em oposição às desculpas para a criação da Comissão da Verdade, que funcionará, segundo a versão oficial, para resgatar a história do país, com a revelação do que teria havido no regime militar, os atos terroristas de violência, consistindo nas explosões de recintos públicos, bancos e aeroportos, nas mortes de pessoas inocentes, nos sequestros de diplomatas e autoridades, nos assaltos a bancos, nas ameaças guerrilheiras à ordem pública e ao sossego da sociedade e noutras barbáries, não passaram de meras mentirinhas e miragens que, por isso, nada justifica passá-las a limpo, não convindo mostrar à sociedade a marca da perversidade e da brutalidade fictícias, para quem enxerga a verdade de maneira diferente das pessoas normais. Caso se insista na pretensão de mostrar tão somente a “meia verdade” dos acontecimentos, o resultado das apurações poderá se traduzir em verdadeiro fracasso, por não condizer com a realidade dos fatos e o governo será taxado de tendencioso e incompetente, por ter perdido excelente oportunidade de entender que a história, em todo lugar do mundo civilizado, se conta tendo por base a plenitude dos acontecimentos em determinada época, porque os povos somente acreditam em verdade inteira, completa, e não em meia verdade. Na realidade, o governo está desperdiçando momento de ouro para levantar as mazelas existentes no país, que estão causando sérios transtornos aos brasileiros e exigindo tratamentos especiais e urgentes, como forma de resgatar a dignidade na prestação de assistência de qualidade à população, notadamente nas atividades consideradas de extrema precariedade, a exemplo da saúde, educação, segurança etc. Não deve existir pior espécie de terrorismo do que a tenebrosa corrupção, porque ela corrói o dinheiro do contribuinte e impede que o Estado preste serviços públicos de qualidade. A corrupção constitui, na atualidade, perigo bem mais grave do que a ditadura do passado, merecendo, por isso, tratamento de choque, para que a administração pública possa ser dignificada. Por sua vez, não se pode negar que, no momento, seria altamente benéfica para os interesses do país a criação de comissões, uma para apurar a síndrome cancerosa da corrupção, outra para identificar as graves deficiências governamentais e indicar as prioridades e as ações a serem imediatamente implementadas, para purificar o país. A sociedade, repelindo com veemência as medidas consideradas de meia verdade, anseia por que seja urgentemente resgatada a dignidade do povo brasileiro, com bons hospitais públicos, educação de qualidade, exterminação da violência, boas estradas, garantia de saneamento básico, moralização da administração pública, apuração das irregularidades com recursos públicos, punição aos corruptos e implantação de reformas estruturais, capazes de contribuir de verdade para o progresso da nação. Acorda, Brasil!      

    

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 16 de junho de 2012

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ajuda necessária?

A empresa OSX, especializada em construção naval do grupo EBX, de propriedade do homem mais rico do Brasil, acaba de conseguir empréstimo da ordem de R$ 2,7 bilhões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social e da Caixa Econômica Federal, com recursos do Fundo de Marinha Mercante, que serão aplicados na construção do estaleiro da companhia no Porto do Açu, situado em São João da Barra, no norte do Estado do Rio de Janeiro, empreendimento que também integra o seu patrimônio. Esse apoio financeiro terá o prazo de 21 anos para ambas as instituições financeiras, com taxa média de juros prevista é a variação cambial mais 3,38% ao ano. Parece não haver dúvida de que a construção naval carece de incentivos para instrumentalizar os meios necessários ao desenvolvimento da produção de petróleo e gás no país, considerando a importância em setor estratégico e altamente especializado, que precisam de incentivo financeiro do governo para se desenvolver, mas suscita enorme dúvida quanto à real necessidade de serem repassados recursos públicos, em montante substancialmente significativo, quando a empresa beneficiária pertence, nada mais nada menos, ao empreendedor mais rico do Brasil, que, por certo, com esse financiamento empacotado com os especiais subsídios oficiais e as facilidades próprias do gênero, com carência e amortização em parcelas suavíssimas, a sua fortuna terá uma “pequena” injeção de vitamina para crescer um pouquinho mais, apenas o necessário para continuar assegurando o posicionamento já conquistado de ricaço do topo do país. O empresário apenas aproveita as facilidades para reafirmar, ainda mais, a sua feliz condição de bilionário, que deve ter sido conseguida exatamente fazendo uso do dinheiro dos bestas dos brasileiros, que não têm como evitar que privilegiados e bem sucedidos empresários obtenham recursos oficiais, em condições especiais, para favorecer e turbinar seus negócios, já bem desenvolvidos também com a ajuda de projetos governamentais, que normalmente são implantados e sequer acompanhados e fiscalizados como deviam, em prejuízo para a nação. O povo brasileiro repudia os reiterados negócios envolvendo recursos públicos, sabidamente empregados em favorecimento de interesses particulares, em claro prejuízo às causas nacionais, e pugna por que os governantes sejam eficientes na aplicação dos dinheiros dos contribuintes, que não devem ser destinadas senão nos objetivos relacionados ao verdadeiro aproveitamento dos brasileiros. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 15 de junho de 2012